Judiciário custará R$112 bilhões após aumento

Cada um dos onze ministros do STF passará a embolsar mais R$600 mil anuais
Cláudio Humberto
Publicado em 22/12/2022 às 7:00
STF Reajuste do judiciários foi aprovado pela Câmara Foto: NELSON JR./STF


O aumento de 18% que o Supremo Tribunal Federal (STF) se concedeu, cada um dos onze ministros passará a embolsar mais R$600 mil anuais. Seus salários foram aumentados de R$39,2 mil a R$46,3 mil por mês. Pior mesmo é o “efeito cascata” desse reajuste, beneficiando todas as carreiras, por isso economistas o consideraram verdadeiro atentado às contas públicas. Com o reajuste, o custo de pessoal no Poder Judiciário deve passar dos atuais R$95 bilhões para R$112,1 bilhões por ano.

Tudo pessoal

O Judiciário inclui as Justiças Federal, Estadual, do Trabalho, Eleitoral, tribunais superiores etc. Mais de 91% do orçamento paga só a folha.

Mais que a Coroa inglesa

O Orçamento do STF para 2023 será de mais de R$851 milhões, aumento de quase 20% em relação às despesas de 2022.

Custo x benefício

Nos EUA, país com PIB dez vezes maior que o do Brasil e população 50% maior, o custo do Supremo não passa de R$730 (US$140) milhões.

Vitalício

O custo anual apenas dos salários dos ministros do STF será de R$6,6 milhões por ano, sem contar encargos, benefícios, custos indiretos etc.

Farra irá provocar aumento de impostos e inflação

A gastança irresponsável prevista na PEC Fura-Teto e os aumentos salariais nos três poderes deixaram o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles muito pessimista. Em vez aumentar gastos, adverte ele, o futuro governo deveria cortar regalias e privilégios do setor público, sobretudo nos salários mais elevados. Mas, pelo visto, diz ele, o Brasil terá “aumento de impostos ou inflação ou as duas coisas, o que é pior”.

Passando o rodo

Foram meses para conseguir mais R$200 para os pobres, mas em segundos Congresso e STF somaram R$7 mil aos próprios salários.

Atitude indecorosa

O Congresso e o STF agem como não se houvesse dinheiro sobrando. E trataram de passar o rodo, concedendo-se aumentos indecorosos.

Que coisa feia

É espantoso que parlamentares e ministros do STF tenham aproveitado o consenso em torno do Bolsa Família para engordar os contracheques.

Afano do Pis/Pasep

O deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) chamou de “roubo” a previsão aprovada na PEC Fura-Teto de o governo tungar R$24 bilhões “parados” do Pis/Pasep, no ano que vem, para bancar suas “despesas”.

Pés pelas mãos

Flávio Dino esqueceu de consultar a patrulha ideológica e passou pelo constrangimento de desconvidar seu escolhido para a Polícia Rodoviária Federal. Um ministro da Justiça precipitado pode ser mau sinal.

Noção do tamanho

O valor de R$145 bilhões da PEC Fura-Teto de Lula (PT) aprovado pela Câmara equivale, por exemplo, a todo o orçamento do Ministério da Educação para o ano de 2021.

Assim é se lhe parece

Bolsonaro poderia recusar, mas decidiu autorizar a renovação por 15 anos das concessões da Globo, prestes a vencer. Apesar disso, a mídia oposicionista fez parecer que ele foi “derrotado” pela emissora.

Noção da ideia

Pedro Wongtschowski, do Conselho da Ultrapar, era cotado para assumir o Ministério da Indústria de Lula, mas recusou, diz o Estadão. O grupo Ultra é um dos maiores distribuidores de combustíveis e gás do país.

Negócio do século

Ao recepcionar Volodimir Zelenksi, Joe Biden parecia se perguntar: “Quem é mesmo esse baixinho?” Fácil: é o presidente do país cada vez mais endividado perante a indústria bélica americana.

Anos de rejeição

Pesquisa Rasmussen nos EUA aponta que a desaprovação do Congresso norte-americano caiu este mês (após a retomada da Câmara pelos republicanos) abaixo dos 50% pela primeira vez desde 2019.

Negócio de gigante

Maior serviço de streaming do mundo, o Netflix está nos planos de compras da gigante Microsoft. Com avaliação de mercado de quase US$200 bilhões, a ação do Netflix perdeu 54% do valor só este ano.

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claudio humberto Coluna stf
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