O avançar das investigações sobre o quebra-quebra em Brasília, no domingo (8), revela que ao menos 12 partidos têm algum elo com os detidos. Até agora, PL, Patriota, Cidadania, PRTB, PROS, PTC, DEM, PPS, PSC e PP tiveram candidatos que estavam na depredação na Praça dos Três Poderes. Outros conseguiram uma boquinha nas eleições ou fizeram doação para algum candidato desses partidos.
Pâmela Bório (PSC) é famosa pelas brigas e disputas, que vez ou outra acabaram na delegacia, com o ex-marido, o petista Ricardo Coutinho.
Candidato a deputado estadual do Partido Novo ganhou doação de um dos detidos, Juliano Antoniolli, que deu ainda R$500 a candidato do PL.
Eliane Navarro faturou uma grana trabalhando na campanha do PDT para o Governo de São Paulo, nas eleições de 2022.
São vários os que também levaram dinheiro do Auxílio Emergencial, como Edmar Miguel, Francisco Donizete e Ana Carolina Guardieri.
A ausência de imagens de câmeras de segurança dos diversos prédios públicos depredados por manifestantes contrários ao presidente Lula (PT) tem provocado questionamentos por autoridades, em Brasília, após o domingo de destruição na Esplanada. Prédios do Palácio do Planalto, Congresso, Supremo Tribunal Federal e ministérios são cobertos por câmeras, mas nenhuma imagem foi divulgada. Há dúvida até se algumas das câmeras estavam convenientemente desligadas no dia do protesto.
Até mesmo policiais militares do DF (8) admitiram à coluna não terem visto qualquer imagem de câmeras dos prédios públicos.
As imagens das vias públicas vão para o Centro Integrado de Operações de Brasília da PM, que tem como regra não divulgar o conteúdo.
Algumas imagens das câmeras de segurança do circuito da Câmara, Senado, STF e Planalto estão com a Polícia Federal para perícia.
O denuncismo visto até na imprensa em torno dos manifestantes que provocaram a quebradeira na Esplanada, domingo (8), é característica clássica de regimes autoritários, incluindo o regime militar brasileiro.
A Fiocruz, que era presidida pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, divulgou pesquisa feita na pandemia que conclui: 69% dos brasileiros “confiam ou confiam muito na ciência”. Os que não confiam são só 5,8%.
Para o deputado federal reeleito Luiz Lima (PL-RJ), idosos em Brasília “são terroristas” enquanto traficantes do Rio de Janeiro são tidos apenas como suspeitos. “Padrão Globo de jornalismo!”, disparou.
O Partido da Causa Operária, que chegou a ser banido das redes sociais por pedir a extinção do STF e a prisão de Alexandre de Moraes, agora pede a “extinção da Polícia Militar” após o domingo de vandalismo.
Ex-ministro e deputado reeleito Osmar Terra (MDB-RS) questionou a prisão de manifestantes que estavam acampados no QG do Exército, em Brasília, “sem estar envolvidos em qualquer tipo de vandalismo?”.
As imagens de mais de 1,2 mil detidos amontoados na PF indignaram até mesmo os mais duros na queda, como o general Hamilton Mourão, que chamou a ação do governo de amadora, desumana e ilegal.
Contrário à intervenção federal no DF, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) questionou a qualificação do interventor Ricardo Cappelli: o que tem no currículo é ter sido presidente da UNE e secretário de Comunicação.
A unanimidade a favor da intervenção não traduz a verdade. No Senado, oito foram contra. Na Câmara, votação simbólica ignorou votos como o de Bia Kicis (PL-DF). Ajudou muito o relator Rubens Pereira Júnior (PT-MA) ser afilhado político do ministro conterrâneo Flávio Dino (Justiça).