Finanças pessoais, com o consultor Leandro Trajano

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Por Leandro Trajano
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O que é suficiente para você? Você sabe o que é suficientismo?

O que é suficiente para você? Na tua vida pessoal, profissional, familiar e em relação a tudo aquilo que você constrói no dia a dia.

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Leandro Trajano

Publicado em 23/05/2020 às 17:46 | Atualizado em 23/05/2020 às 17:46
Comprar coisas que não duram é tóxico para nossa ecologia pessoal - Foto: Guga Matos/JC Imagem

Naturalmente, “suficientismo” já fala por si só, vem da palavra “suficiente”, que por sua vez parece andar há anos um pouco distante do objetivo de boa parte das pessoas, afinal, somos regidos, orientados e motivados a buscar sempre mais e, quando temos mais, ainda não parece o suficiente e aí se dobra a meta. Isso tudo faz com que muitos vivam numa eterna corrida, numa busca contínua, que leva à insatisfação e isso mexe, desequilibra, em alguns casos leva à depressão, e não nos permite viver a essência do que verdadeiramente é possível e na verdade suficiente para sermos felizes. E aí eu te pergunto: o que é suficiente para você? Na tua vida pessoal, profissional, familiar e em relação a tudo aquilo que você constrói no dia a dia.

O suficientismo vem do desafio de praticar, de tentar atingir aquilo que é suficiente para você. Encontrar o equilíbrio, o ponto que você entende que não precisa nem mais, nem menos para ter a vida que gostaria e que consegue equilibrar entre os momentos de tranquilidade, de convívio com os amigos, família, trabalho, outros objetivos e realizações pessoais.


No livro intitulado “Chega de desperdício!”, de John Naish, tem muitas histórias e reflexões, das quais quero destacar uma. Numa pequena cidade do interior dos EUA, foi gravado um filme que, adiante, foi bastante premiado em Hollywood. Uma queijaria daquele filme ficou muito conhecida, virou ponto turístico na cidade. Todo o movimento que tinha, era em torno da queijaria. Então, a demanda aumentou significativamente e, num determinado dia, um grande empresário perguntou ao dono do estabelecimento: “por que você não duplica ou triplica a sua produção? Certamente, vai ter demanda, pois, mais uma vez eu chego aqui no começo da tarde e já não tem queijo para vender. Você pode crescer bastante com isso”. Muito tranquilamente, o senhor respondeu: “para mim, já é o suficiente”. Ou seja, não valia a pena aumentar a produção e, consequentemente, trabalhar muito mais, mais contato com fornecedores, aumentar o negócio e perder o tempo que tinha para conviver com a família e a vida tranquila que tinha antes da gravação do filme.

O que ele vendia, já proporcionava tudo o que ele buscava para a vida. Ou seja, o suficiente! Ele não teve gana para querer mais. Nós somos estimulados todos os dias a isso. Vale a pena, diante de certas situações, se perguntar “será que eu quero mesmo crescer ou o patamar que tenho hoje já é o suficiente?”. Elenque as suas prioridades e saiba o que é suficiente para você, busque esse equilíbrio!

Certa vez, em uma entrevista que vi de Naish (autor do livro), ele destacou que comprar coisas que não duram é tóxico para nossa ecologia pessoal. Destacou também o materialismo que as pessoas vivem, que faz com que elas trabalhem mais, se preocupem mais, quando na verdade as pessoas deviam cuidar mais do que tem, procurando acumular menos e desfrutar mais.

Na minha visão, o suficientismo anda na pista contrária do consumo desenfreado, ele proporciona mais do que o minimalismo, incentiva as pessoas a dedicar tempo para produzir o que gostam, fazer mais aquilo que as realiza, se dedicar mais a isso. O suficientismo vive na contramão do materialismo, não é a ideia de viver com o mínimo, mas de procurar manter o equilíbrio, aquilo que é suficiente para uma vida que nos possibilite realizar sonhos e objetivos, tudo isso é muito bonito, mas também um grande desafio. É desafiador dizer não às propostas e oportunidades de ganhar mais dinheiro, de ter mais possibilidades e tudo isso embaça a nossa vista e termina nos ocupando mais, mais tempo no trabalho, mais pressão, tirando o foco do equilíbrio que nos permite viver de uma forma mais intensa e saudável.

É importante perceber que ter mais não nos faz mais, não nos traz atalhos para a felicidade, pois essa é construída no dia a dia e nem por isso todos os dias serão felizes,assim também não teria graça. O excesso não é o suficiente, muito sal ou muito açúcar estraga algo delicioso, é preciso botar o suficiente para que seja possível saborear, e a quantidade ideal é diferente para cada um. E para você, qual o tempero da vida?
Com um pouco de reflexão e mudança de atitude, vem o crescimento e toda hora é hora de REnovAÇÃO, uma palavra que traz uma missão, o RE (de fazer de novo), uma NOVA AÇÃO, a busca por mais plenitude e aceitação, redução da insatisfação permanente vivida por muitos.

Até a próxima!

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