Pernambuco começa a medir, pela segunda vez, aprendizado dos estudantes durante a pandemia de covid-19
Avaliação diagnóstica dos alunos da rede estadual começou a ser aplicada nesta semana. Segue até 12 de abril. Resultados vão nortear planejamento das atividades do segundo bimestre letivo em diante
Para avaliar o impacto da pandemia de covid-19 no aprendizado, estudantes da rede estadual de Pernambuco participam, pela segunda vez, de avaliações diagnósticas. Até 12 de abril, cerca de 430 mil alunos dos ensinos fundamental e médio das escolas estaduais responderão questões de português e matemática. A depender da série, terão também perguntas de ciências da natureza e ciências humanas.
Com os resultados, que devem sair no final de abril, professores, gestores e a Secretaria Estadual de Educação vão planejar estratégias, a partir da realidade de cada turma e escola, na tentativa de melhorar o desempenho das crianças e adolescentes.
A Avaliação Diagnóstica 2022 começou a ser realizada na última quarta-feira (23). Ano passado foi aplicada pela primeira vez e mediu o aprendizado dos estudantes justamente no primeiro ano da pandemia, em 2020, quando a maior parte do ano letivo ocorreu de forma remota. Já em 2021 as atividades ocorreram presencialmente todo o ano.
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Somente as crianças do 1º ano do ensino fundamental não vão participar desse diagnóstico. As das 2ª, 3º e 4ª séries, num total de 3.183 alunos, têm provas impressas, com 20 questões objetivas de português e 20 de matemática. Como são estudantes pequenos, professores poderão auxiliar na leitura dos enunciados.
Ainda nos anos iniciais, os estudantes do 5º ano, ou seja, aquele que estarão concluindo essa etapa agora em 2022, têm avaliação com 22 quesitos de português e 22 de matemática, mas em formato digital.
Igualmente com testes realizados pelo computador, 129.493 alunos do 6º ao 9º ano do fundamental vão responder 22 questões de português, 22 de matemática, 22 de ciências humanas e 22 de ciências da natureza.
No ensino médio (306.416 estudantes), são provas dessas mesmas áreas, mas com número maior de perguntas em cada, 26.
"As escolas estão se mobilizando para aplicar as avaliações nas próprias unidades. Mas os estudantes que quiserem podem responder as provas em casa, se o formato dos testes for digital", explica o gerente de Avaliação e Monitoramento das Políticas Educacionais da Secretaria de Educação de Pernambuco, Dionísio Júnior.
RESULTADOS
"Com o modelo de avaliação online, o processamento dos resultados é mais rápido. Esperamos no final de abril já ter o diagnóstico concluído", informa Dionísio.
Os exames são formulados pelo Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), de Minas Gerais. É o mesmo centro responsável pelo Sistema de Avaliação Educacional de Pernambuco (Saepe).
"É possível ver o resultado por aluno, por turma, por escola, por regional e da rede como um todo. É uma ferramenta importante para auxiliar os professores e direcionar o trabalho pedagógico. Nosso objetivo é que o diagnóstico fique pronto no início do segundo bimestre de aulas, previsto para começar em 25 de abril", explica Dionísio. O ano letivo na rede estadual tem quatro bimestres. O segundo vai até 8 de julho.
OLINDA
Semelhante ao que o governo de Pernambuco está realizando nas escolas estaduais, em Olinda, no Grande Recife, 17.648 alunos do 2º ao 9º ano fundamental da rede municipal passaram por uma avaliação diagnóstica. Eles responderam provas de português e matemática.
A aplicação acabou na semana passada e os resultados devem ser apresentados no início de abril. O objetivo é identificar como está o aprendizado dos estudantes para definir que conteúdos precisarão de reforço.
Além desses testes, os alunos do 2º ao 5º ano realizaram uma avaliação de fluência leitora, que analisa a capacidade de ler um texto com agilidade, precisão e compreensão do que se lê.
"A avaliação vai subsidiar nossos professores nas atividades de reensino. Vamos ter os resultados na primeira semana de abril para definir as intervenções que serão necessárias", explica a secretária de Educação de Olinda, Edilene Soares.
O diagnóstico foi feito em parceria com a Fundação Lemman, por meio do Programa Educar pra Valer.
Desde 2021 a prefeitura implementou um sistema de avaliação e monitoramento.
Até dezembro os alunos da rede municipal passarão por quatro avaliações de percurso (ocorrem a cada dois meses) e uma formativa (no final do ano letivo).
RECIFE
Na capital pernambucana, a Secretaria Municipal de Educação planeja fazer uma avaliação diagnóstica, no próximo mês, com os estudantes do 1º ao 9º ano do ensino fundamental (95 mil alunos). Nos dias 31 de março e 1º de abril está prevista uma formação com gestores e coordenadores pedagógicos justamente para discutir as recomposições de aprendizagem.