Próximo governo de Pernambuco precisa valorizar o professor, com melhores salários e condições de trabalho

Estado tem cerca de 35 mil professores, entre efetivos e temporários. Professores devem ser mais valorizados. Nesta sexta-feira, a série das eleições sobre os desafios do próximo governador em Pernambuco aborda educação
Margarida Azevedo
Publicado em 26/08/2022 às 6:18
PANDEMIA Período sem aulas presenciais prejudicou o desempenho do alunos, que tiveram dificuldade em acessar atividades remotas Foto: ASCOM EDUCAÇÃO PE


Se um dos focos do próximo governador na educação será melhorar a aprendizagem dos estudantes, o fortalecimento da carreira dos professores é uma ação que precisa ser casada com essa. A rede estadual tem cerca de 35 mil docentes, mas quase a metade, cerca de 17 mil, é de profissionais com contratos temporários.

O Estado abriu concurso público para 2.907 vagas de professor - as provas aconteceram no último domingo (21) e o resultado sairá até o fim do ano, com previsão de contratação a partir de 2023. Mas o número de vagas é insuficiente diante da grande quantidade de temporários.

O último concurso para docentes realizado pelo governo estadual aconteceu em 2015, quando foram ofertadas 3 mil vagas. Houve cerca de 4.900 nomeações, entre 2017 e 2020.

Além de ampliar o quadro, outro desafio é pagar melhores salários e estimular a escolha da carreira docente entre os jovens que concluem o ensino médio. Concorrência do vestibular seriado da Universidade de Pernambuco (UPE), que tem boa parte dos cursos de graduação voltados para formação de professores, mostra a pouca procura dos candidatos nas licenciaturas.

CONFIRA OUTROS DESAFIOS DO PRÓXIMO GOVERNO NA EDUCAÇÃO

"As escolas de tempo integral dão uma condição para trabalhar melhor formação continuada e também carreira de docentes. Pernambuco já deu o primeiro passo, que é fixar o professor numa escola apenas. Não é só o aluno que é de tempo integral. O professor também, enquanto a realidade brasileira é dos professores pingando em várias escolas, sem conseguir ter vínculo maior com os seus alunos", observa a presidente executiva do Todos pela Educação, Priscila Cruz.

"Isso faz diferença para o aluno e para o professor também. Mas precisa ter política de formação continuada na escola, com presença forte do coordenador pedagógico, muito entre os pares. E uma carreira que estimule esse professor a cada vez mais se desenvolver na sua prática de sala de aula", observa Priscila.

"Também levando em consideração o resultado de aprendizagem dos alunos. Isso é possível. Estamos com algumas experiências no Brasil. São Paulo acabou de aprovar uma carreira muito moderna e à frente do que a gente enxerga no País", complementa.

 

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