COLUNA ENEM E EDUCAÇÃO

ENEM DIGITAL 2022: sobra um terço das vagas no Brasil

Provas do Enem 2022 no modelo digital ocorrerão nas mesmas datas do Enem impresso, nos dias 13 e 20 de novembro

Margarida Azevedo
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Margarida Azevedo
Publicado em 08/11/2022 às 18:15 | Atualizado em 08/11/2022 às 18:30
Acervo pessoal
Fera de história, Tainá Albuquerque escolheu o Enem digital pois acredita que marcação do gabarito será mais rápida, sobrando mais tempo para fazer a redação - FOTO: Acervo pessoal
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Uma das principais apostas do governo federal, o modelo digital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não teve tanta adesão entre os candidatos nesta edição de 2022. Sobrou um terço das vagas disponibilizadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O exame digital ocorrerá nas mesmas datas e horários que a versão impressa, nos próximos dois domingos de novembro, dias 13 e 20, a partir das 13h30, com fechamento dos portões às 13h.

Das 101.100 vagas abertas para realização da avaliação pelo computador no País, foram preenchidas 65.066, o total de inscritos no Enem digital, segundo o Inep. Significa que 36.034 não foram ocupadas.

Para Pernambuco, o órgão ofertou 3 mil vagas em três cidades: Recife (2 mil), Caruaru, no Agreste (500) e Petrolina, no Sertão (500). E como ocorreu nacionalmente, houve vagas ociosas: são 1.343 inscritos na capital, 307 em Caruaru e 327 em Petrolina. Ficaram, portanto, 1.023 postos sem candidatos no Estado.

Para o modelo impresso o Inep registrou 3.331.566 inscritos. Em Pernambuco são 184.860 candidatos. Diferentemente do digital, em que há limitação na quantidade de participantes, nas provas tradicionais não há isso.

PREVISÃO PARA 2026

Quando foi lançado pelo Ministério da Educação (MEC), em julho de 2019, o modelo digital do Enem tinha a projeção de ser totalmente adotado em 2026, com o fim das provas impressas. Na apresentação feita pelo MEC naquela época, o então ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse que "[O Enem Digital] é o futuro que se abre".

No primeiro ano, em 2020, o exame digital ocorreu em 15 capitais. A meta do Inep era realizar, entre 2022 e 2025, até quatro aplicações digitais, o que até agora não se consolidou. Este ano, a terceira vez que o modelo pelo computador será realizado, vai acontecer em 99 municípios.

Em 2021, na segunda edição do Enem digital, foi a primeira vez que aconteceu simultaneamente com a versão impressa.

COMO É A PROVA

O Enem digital só pode ser feito por alunos que concluirão o ensino médio em 2022 ou já terminaram essa etapa da educação básica. Estudantes chamados treineiros, ou seja, que ainda não chegaram ao 3º ano só podem participar do Enem impresso.

Os candidatos do Enem digital fazem as provas em prédios designados pelo Inep e com computadores sem acesso a internet. A aplicação é idêntica à do Enem impresso, em municípios e locais de prova selecionados pelo Inep, sob as mesmas condições de segurança e sigilo.

As quatro provas objetivas - ciências humanas e linguagens no primeiro dia e matemática e ciências da natureza no segundo dia - são respondidas direto nos computadores. Somente a redação, único testes subjetivo do Enem, é redigida manualmente.

Os vestibulandos recebem uma senha individual para ter acesso às provas. Se parar a resolução, a máquina é bloqueada e para ter novo acesso é preciso digitar a mesma senha.

O preenchimento do gabarito também é digital, mas o candidato recebe uma folha de respostas impressa, caso queira copiar as alternativas. Em cada questão o estudante clica na resposta que quiser. Essa resposta pode ser alterada até o final do exame. Ao terminar é preciso marcar a opção finalizar e mais uma vez digitar a senha.

EXPECTATIVA

A vestibulanda Tainá Cibele Albuquerque, 18 anos, optou por fazer o Enem digital no Recife. Aluna do 3º ano da Erem Escritor Paulo Cavalcanti, que fica em Rio Doce, Olinda, no Grande Recife, Tainá deseja ingressar na graduação em história.

"Pesquisei antes de me inscrever. Vi que no Enem digital a marcação do gabarito é direto no computador. Foi o que me motivou a escolher esse modelo pois acredito que será mais rápido. Então ganho tempo para escrever a redação", diz Tainá.

O receio é que haja problemas na parte tecnológica. "Dá medo sim que o computador tenha algum problema. Mas espero que não", comenta a estudante. Ela mora em Olinda e fará o Enem na Imbiribeira, Zona Sul do Recife. Pretende levar água, barra de cereal, maçã, chocolate e biscoito. "Estou muito ansiosa, torcendo que chegue logo o dia das provas", afirma.

FRUSTRAÇÃO

Gabriela Matos, 19 anos, não teve uma boa experiência com o Enem digital. Ela se inscreveu para o modelo ano passado, em Petrolina. No primeiro dia, por causa de falha técnica, só iniciou as provas cinco horas depois que os demais candidatos. E no segundo dia não fez o Enem. Teve que participar da reaplicação do exame, em janeiro deste ano.

O problema ocorreu em sete laboratórios do Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF Sertão) de Petrolina, prejudicando 190 candidatos.

"Achava que seria melhor o Enem digital, mas fiquei muito frustrada", diz Gabriela, que acabou sendo aprovada em uma faculdade particular, no interior de São Paulo, onde estuda medicina com o Fies.

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