Apesar da greve deflagrada pelos professores da rede pública do Recife nesta quarta-feira (29), a Secretaria de Educação da cidade diz que a “maioria massiva das escolas” está funcionando normalmente e orienta, ainda, que os responsáveis continuem levando os estudantes para as escolas e creches do Recife, em discordância à informação do Sindicato dos Professores da Rede Municipal do Recife (Simpere). Nesta quinta-feira (30), o Simpere disse contabilizar adesão de cerca de 90% dos professores ao movimento paredista.
Segundo a gestão municipal, apenas 5% das escolas e creches registraram adesão total ao movimento de paralisação dos profissionais de educação.
“Neste contexto, a Secretaria pontua que as unidades de ensino continuarão abertas ao longo desta semana, aguardando a presença de estudantes e professores, além de garantir a segurança alimentar do corpo discente. Assim, a pasta solicita aos pais que encaminhem seus filhos às escolas e creches, a fim de não prejudicar o andamento do ano letivo”, diz a pasta municipal de educação, em nota.
A afirmativa, no entanto, contrasta com a contabilização da adesão ao movimento feita pelo Simpere. Segundo a coordenadora-geral do sindicato, Anna David, cerca de 90% dos professores aderiram à paralisação, com manutenção das atividades nas unidades que possuem professores contratados por tempo determinado (CTDs), que não podem participar da greve.
“As escolas que não estão fechadas funcionam parcialmente com os CTDS, que não podem fazer greve. Nesta sexta-feira (31), teremos reunião às 10h com a vereadora Ana Lúcia (Republicanos), que é presidente da Comissão de Educação, para entregarmos a carta que fizemos aos vereadores e pedir intermediação com o poder Executivo”, diz Anna David.
Os professores da rede pública de ensino do Recife decidiram entrar em greve por tempo indeterminado por conta da não aplicação do reajuste salarial do piso dos professores para toda a categoria. O sindicato alega que a gestão João Campos (PSB) só repassou o aumento de 14,95% a pouco mais de 1,3 mil professores, que recebem o salário-base, sem apresentar a mesma condição a cerca de 8 mil profissionais.
A prefeitura do Recife apresentou como alternativa 7,5% de reajuste salarial acrescido de 7,45% de abono, o que impactaria para este ano em 14,95% - equivalente ao reajuste do piso salarial. Os professores não aceitaram por conta da imprevisibilidade do pagamento em abono, já que no ano passado o mesmo acordo foi feito sem cumprimento até então.