GREVE NACIONAL

Professores da UFPE decidem aderir à greve nacional dos servidores da Educação

Nesta sexta-feira (19), o governo federal deverá se reunir com representantes das universidades e institutos federal para tratar das demandas da categoria

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Mirella Araújo

Publicado em 17/04/2024 às 14:57 | Atualizado em 17/04/2024 às 15:49
Notícia

Em Assembleia Geral Extraordinária, realizada nesta quarta-feira (17), professores e professoras da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) aprovaram a adesão à greve nacional dos servidores federais da Educação. Os docentes devem iniciar a paralisação das atividades na próxima segunda-feira (22). 

A votação sobre a deflagração da greve começou às 10h e foi encerrada às 14h. Ao todo, 1.737 professores votaram de forma online. Destes, 899 votos foram favoráveis à paralisação, 795 votos contra a greve e 43 abstenções, segundo a Associação dos Docentes da UFPE (Adufepe).

O tesoureiro da Adufepe, o professor José Audisio Costa, explicou que, com a decisão da maioria, um dos ritos legais se trata do encaminhamento de ofício comunicando à Reitoria da UFPE sobre a deflagração da greve.

Questionado se os professores e professoras que votaram contra a greve poderiam seguir com as aulas, Audisio disse que "a assembleia deliberou uma conduta para o conjunto de professores". "A questão se esses professores vão aceitar a decisão da assembleia ou não, isso é uma questão pessoal", afirmou Costa. 

O semestre letivo 2024.1 da UFPE havia sido iniciado nessa segunda-feira (15), mesma data em que várias  universidades e institutos federais de educação de todo o país anunciaram a paralisação das atividades. 

A principal reinvindicação dos docentes é com relação ao reajuste salarial de 22% - dividido em três parcelas iguais de 7,06% para os exercícios financeiros de 2024, 2025 e 2026. Entretanto, a proposta que chegou a ser apresentada pela gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, era de de um reajuste de 4,5% em 2025 e de outros 4,5% em 2026, somados aos 9% já concedidos em 2023 - a oferta foi rejeitada pelos servidores. 

Também estão na pauta a recomposição do orçamento público das Instituições Federais de Ensino, a garantia de condições de trabalho e a reestruturação das carreiras de docentes e técnicas/os. 

A coluna Enem e Educação entrou em contato com a Comunicação da UFPE para obter informações sobre como ficaria o calendário do ano letivo dos estudantes e com relação as possíveis recomposições das aulas que deverão ser suspensas na próxima semana. A informação é de que a reitoria ainda precisa ser formalmente notificada pelo sindicato com relação a aprovação da greve. 

REUNIÃO MARCADA

Nesta terça-feira (16), em audiência da Comissão de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, o secretário-executivo-adjunto do Ministério da Educação (MEC), Gregório Durlo Grisa, garantiu que a carreira dos cargos técnico-administrativos em educação será reestruturada ainda neste governo.

“De preferência neste ano, de preferência com acordo assinado o quanto antes, para que o Parlamento receba o projeto e consiga, na agilidade que for possível, encaminhar alteração da lei das carreiras técnico-administrativas”, afirmou o secretário. As informações são da Agência Câmara de Notícias. 

Os representantes do governo federal também esperam chegar a um acordo com os professores e servidores de universidades e institutos federais de educação, ciência e tecnologia nesta sexta-feira (19), quando deverá haver uma reunião para tratar das demandas da categoria. 

Segundo Grisa, a ideia do governo é sentar com os servidores grevistas e detalhar cada item, simulando as possibilidades e as impossibilidades. “Esta pauta é consenso no governo: a prioridade da reestruturação. Quanto mais rápida ocorrer, mais a gente avança no respeito ao servidor público.”

O secretário de Gestão de Pessoas do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, José Celso Cardoso Jr., acredita que a proposta a ser apresentada pelo governo poderá colocar fim à greve que atinge mais de 50 universidades e quase 80 institutos federais.

Presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-Sindicato Nacional), Gustavo Seferian chamou a atenção para a condição atual dos professores universitários no Brasil e também pediu que a reunião de sexta seja mais do que “sinalização de boa vontade e sorriso”.

“Queremos mais salário, mas também qualidade de trabalho. Queremos condições de desenvolver ensino e pesquisa de uma forma digna. Queremos mais concursos para professores, mas que não sejam apenas voltados para reocupação de vagas”, defendeu Seferian.



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