Greve de ônibus: UFPE, UPE, UFRPE e Unicap cancelam aulas ou dão orientações para professores e alunos no Grande Recife

Greve dos motoristas de ônibus está programada para começar nesta segunda-feira (12/8) na RMR, afetando mais de 1,6 milhão de passageiros

Publicado em 11/08/2024 às 16:13 | Atualizado em 11/08/2024 às 20:31

A greve dos motoristas de ônibus - prevista para ter início nesta segunda-feira (12/8) - já começou a impactar na vida da população da Região Metropolitana do Recife. Neste domingo (11), todas as principais universidades públicas e privadas anunciaram o cancelamento das aulas presenciais e mudanças na programação acadêmica em função do movimento grevista.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE)

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) publicou em suas redes sociais orientações para o funcionamento desta segunda. Aos alunos, orientou que as aulas presenciais sejam substituídas por estudos dirigidos, atividades de pesquisas ou outras metodologias que a entrega possa validar a presença das turmas. E que, quando possível, essas aulas sejam remarcadas em comum acordo com os alunos ou que sejam compensadas com atividades práticas.

Para os alunos da Pós-Graduação, que não sejam realizadas atividades avaliativas e que outras soluções venham a ser adotadas seguindo o que está previsto na Resolução nº 04/2022, do CEPE. Já para os servidores técnico-administrativos, a orientação da UFPE é que cada um informe à chefia imediata a impossibilidade de comparecimento e registro da ocorrência no SigRH. 

“Os setores em PGD podem reorganizar a escala de presença. As chefias imediatas devem preservar a manutenção de atividades essenciais, assim como o acesso aos espaços físicos da instituição”, diz a instituição.

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO (UNICAP)

A Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) suspendeu as atividades acadêmicas no turno da manhã desta segunda-feira, mas condicionou o cancelamento à efetiva realização da greve dos rodoviários. A suspensão das aulas nos turnos da tarde e noite será avaliada ao longo do dia e dependerá da continuação do movimento.

 
 
 
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Já as atividades administrativas deverão ser realizadas remotamente para quem não conseguir chegar à universidade. Mas a instituição de ensino destacou que todos os professores e funcionários envolvidos no processo de avaliação do MEC deverão trabalhar presencialmente.

UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO (UPE) NÃO CANCELA AULAS

A Universidade de Pernambuco (UPE) foi a única das grandes instituições com campus no Grande Recife que não cancelou as aulas. Manteve a programação nas unidades de educação e na reitoria, localizadas no Recife, além de todas as atividades nas unidades de saúde.

 
 
 
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“Considerando a paralisação dos rodoviários a partir do dia 12/08/2024, a Universidade de Pernambuco comunica que as atividades nas Unidades de Educação e na Reitoria, na Região Metropolitana do Recife, estão mantidas. As chefias devem estabelecer a escala de trabalho em seus setores, de forma a garantir as atividades administrativas. As atividades nas unidades de saúde estão mantidas”, informou a instituição.

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO (UFRPE)

A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) seguiu a mesma linha de orientação adotada pela UFPE, determinando que as aulas presenciais sejam substituídas por atividades realizadas em casa pelos alunos e que a presença seja computada com a emntrega dos trabalhos.

“Em virtude da greve dos motoristas de ônibus na Região Metropolitana do Recife, que prejudica a mobilidade, orientamos que, durante o período desta greve, os (as) docentes sigam a Instrução Normativa N° 02 de 2024. A IN orienta a não realização de aulas presenciais e de atividades avaliativas, sugerindo, neste período, atividades como: estudo dirigido; lista de atividades; pesquisas bibliográficas; atividades individuais e em grupo; atividades baseadas em metodologias ativas, entre outras. Ressaltamos ainda que a frequência deve ser computada através da entrega das atividades”, diz a instituição.

 
 
 
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E, assim como as outras instituições de ensino, a UFRPE informa que irá acompanhar o andamento da greve dos motoristas para dar novas orientações ao longo da segunda-feira. “Acompanharemos o andamento do movimento de greve dos rodoviários e cuidaremos para que nenhum(a) discente seja prejudicado(a)”.

ENTENDA A GREVE DOS MOTORISTAS DE ÔNIBUS

Após diversas assembleias volantes realizadas por mais de uma semana nas garagens das empresas de ônibus, os rodoviários rejeitaram a proposta da Urbana-PE (Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco) e autorizaram a realização de uma greve geral da categoria a partir do dia 12/8.

 

Segundo o Sindicato dos Rodoviários do Recife e RMR, mais de mil trabalhadores aprovaram a deflagração da greve. A categoria não aceitou a proposta de reajuste salarial e também segue exigindo plano de saúde.

"A categoria rejeitou a proposta de reajuste, que foi de apenas 0,5% acima da inflação, assim como rejeitou a proposta de aumento do tíquete alimentação, que hoje é R$ 366 e os empresários ofereceram aumentar apenas para R$ 400 - valor que é o mais baixo do Brasil. A categoria também recusou a proposta porque a principal pauta não está sendo atendida, que é o plano de saúde. Pernambuco é o único estado do Nordeste onde os rodoviários não têm plano de saúde. Por isso que rejeitamos essa proposta da Urbana", afirmou Aldo Lima, presidente do Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco.

O representante sindical também confirmou o início da greve para a próxima segunda-feira, com a paralisação dos ônibus. "Estamos entrando de greve a partir desta segunda (12). A Urbana disse que o tempo é curto para poder aprovar a questão do plano de saúde, mas a gente poderia amarrar uma proposta na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e, em alguns meses, implementar o benefício. A verdade é que a Urbana não quer se comprometer. E nós estamos falando de trabalhadores que precisam dessa assistência privada, pois estão expostos à violência no transporte, ao estresse, à dupla função. A categoria está adoecendo", enfatizou Aldo Lima.

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