Os professores e professoras das universidades e institutos federais têm até a próxima segunda-feira (27) para oficializar se irão acatar ou não a proposta apresentada pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), no dia 15 de maio. Em Pernambuco, as assembleias para debater o tema estão marcadas para ocorrer até a sexta-feira (25).
Havia uma expectativa de que fosse concedido o reajuste salarial de 22,71% com pagamento ainda no segundo semestre deste ano. Entretanto, o governo manteve o reajuste zero para 2024. Na proposição apresentada pelo MGI, o reajuste irá variar de acordo com as classes e os níveis dos profissionais. Ou seja, os docentes com salários maiores receberão um aumento de 13% até 2026. E aqueles que recebem menos, o reajuste será de 31,2%, pelo mesmo período.
“Se nós considerarmos o reajuste que foi concedido a todos os servidores e servidoras públicos federais no ano de 2023, de 9%, significa que o reajuste proposto agora para os docentes acumulará, no período dos quatro anos do mandato do governo Lula, um reajuste que vai variar entre 23% a 43%”, explicou o secretário de Relações de Trabalho do governo, José Lopez Feijó, na ocasião.
Segundo o levantamento feito pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), atualizado nesta terça-feira (21), professores e professoras de 58 instituições federais estão em greve por recomposição salarial, reestruturação da carreira, recomposição do orçamentos das Ifes, revogaço e em defesa das pessoas aposentadas.
Presidenta da Associação dos Docentes da Universidade Federal Rural de Pernambuco (Aduferpe), Nicole Pontes, que também integra o Comando Nacional de Greve da Andes-SN, em Brasília, a categoria deve apresentar uma nova contraproposta ao governo.
"A nossa sensação não é bem de frustração, mas de irritação por parte do movimento porque estamos nos sentindo um pouco desrespeitados. Outros reajustes para outras categorias foram dados já esse ano, e também estamos preocupados porque o reajuste de 2024 para nossa categoria de docentes é o único mecanismo que temos de incluir os nossos colegas aposentados no processo de melhoria da nossa condição salarial. Sem reajuste para este ano, nossos colegas aposentados não recebem nenhum benefício", explicou a professora Nicole Pontes em entrevista à coluna Enem e Educação.
Para este ano, o governo já havia formalizado, para todos os servidores federais, proposta de reajuste no auxílio-alimentação, que passaria de R$ 658 para R$ 1 mil (51,9% a mais), de aumento de 51% nos recursos destinados à assistência à saúde suplementar (auxílio-saúde) e de acréscimo na assistência pré-escolar (auxílio-creche), de R$ 321 para R$ 484,90.
No entanto, segundo a presidente da Aduferpe, apesar dessa conquista ser fruto das mobilizações feitas pelos docentes nesse período de greve, ela não contempla os docentes que estão aposentados. "Esses auxílios não são reajuste salarial, uma vez que a gente se aposenta, a gente perde. É importante destacar que não recebemos nenhuma recomposição salarial há praticamente oito anos", frisou Nicole Pontes.
ASSEMBLEIAS EM PERNAMBUCO
A Assembleia Geral da Aduferpe será realizada em duas partes. A primeira será nesta quarta-feira (22), no Anfiteatro Padre Afonso UAST, no campi de Serra Talhada, às 14h. A segunda parte ocorrerá na quinta-feira (23), no Salão da Aduferpe, na Sede Dois Irmãos, no Recife, também às 14h.
A diretoria da Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (Sindufape) convocou a assembleia para esta quinta-feira, às 9h, no hall do prédio 2 dos docentes, para avaliar a proposta do MGI.
Já a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pernambuco (Adufape) irá realizar a Assembleia Geral Extraordinária na sexta-feira (24), a partir das 8h30, no auditório do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), no campus Recife, e no Centro Acadêmico do Agreste (CAA), em Caruaru.
Os docentes também vão poder participar e votar online. "Infelizmente a última reunião quebrou nossa expectativa de que houvesse algum reajuste para 2024, a maioria da base está muito preocupada com o fato de não termos nem a reposição da inflação deste ano. Caso a categoria não aceite a proposta do governo, nós vamos continuar trabalhando para conseguir o reajuste que a gente precisa", destacou a presidenta da Adufepe, Teresa Lopes, em entrevista à coluna Enem e Educação.