Professores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) rejeitaram a proposta de reajuste salarial apresentada pelo governo federal. Nas duas instituições de ensino superior, a greve será mantida.
Os docentes da UFPE se reuniram nesta sexta-feira (24). Na assembleia geral, 965 votaram contra a proposta e 546 se posicionaram a favor, com 37 abstenções. A categoria está com os braços cruzados desde 22 de abril.
A Assembleia Geral Extraordinária ocorreu simultaneamente nos campi do Recife, no auditório do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA) e de Caruaru, no Núcleo de Ciências da Vida do Centro Acadêmico do Agreste (CAA). Professores do Centro Acadêmico de Vitória (CAA) também participaram. Houve ainda participação e votação dos docentes on-line.
Havia uma expectativa de que fosse concedido o reajuste salarial de 22,71% com pagamento ainda no segundo semestre deste ano. Entretanto, o governo manteve o reajuste zero para 2024.
Na proposição apresentada pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, o reajuste irá variar de acordo com as classes e os níveis dos profissionais. Na prática, os docentes com salários maiores receberão aumento de 13% até 2026. E aqueles que recebem menos, o reajuste será de 31,2%, pelo mesmo período.
Na próxima terça-feira (28), os professores vão se reunir para discutir uma resposta à contraproposta rejeitada.
UFRPE
Os docentes da UFRPE votaram pela continuidade da greve por 124 votos favoráveis, 3 contrários e nenhuma abstenção.
Um dos pontos centrais para o movimento nacional paredista é a recomposição do orçamento das universidades.
Segundo a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), hoje são necessários R$ 2,5 bilhões para recompor o orçamento este ano. No entanto, o governo está oferecendo apenas R$ 347 milhões.
Os servidores reivindicam ainda aumento linear para 2024, incluindo os aposentados que não tiveram nenhum reajuste. O movimento propõe a elaboração de uma contraproposta de reposição linear de 3% até julho de 2024, 9% em janeiro de 2025, e 3,5% em maio de 2026.
A greve dos docentes da UFRPE foi deflagrada no dia 29 de abril.