MEC quer criar programa de incentivo financeiro para professores em formação

A proposta seria uma versão do Programa Pé-de-Meia, incentivo financeiro e educacional para a permanência e conclusão dos estudantes no ensino médio

Publicado em 25/09/2024 às 16:04 | Atualizado em 25/09/2024 às 16:07

O Ministério da Educação (MEC) deverá apresentar, em outubro, os detalhes de um projeto que visa incentivar a escolha de graduações em licenciaturas. A proposta é uma versão do Programa Pé-de-Meia, um incentivo financeiro e educacional destinado a promover a permanência e a conclusão dos estudantes no ensino médio público.

Segundo o ministro da Educação, Camilo Santana, os alunos que optarem por licenciaturas em áreas como física, português, matemática, química ou biologia poderão receber uma bolsa durante a graduação.

"Essa é uma discussão que ocorre não apenas no Brasil, mas em todo o mundo: as pessoas estão sendo desestimuladas a se tornarem professores, especialmente na educação básica. Isso se deve não apenas à remuneração, mas também à valorização, ao reconhecimento e ao apoio", declarou o ministro nesta terça-feira (24), em entrevista à rádio O POVO CBN.

Ainda durante a entrevista, o ministro da Educação explicou que a proposta tem como objetivo atrair profissionais da educação para regiões com carência de professores. "Precisamos, portanto, cultivar uma cultura de reconhecimento e valorização desses profissionais, não apenas em termos de remuneração, mas também na forma como a sociedade os vê", afirmou Santana.

Desistência da carreira

Em maio deste ano, o Instituto Semesp divulgou a pesquisa Perfil e Desafios dos Professores da Educação Básica no Brasil, onde 79,4% dos professores entrevistados já pensaram em desistir da carreira de docente. Em relação ao futuro profissional, 67,6% se sentem inseguros, desanimados e frustrados.

Entre os principais desafios citados pelos professores estão: falta de valorização e estímulo da carreira (74,8%), falta de disciplina e interesse dos alunos (62,8%), falta de apoio e reconhecimento da sociedade (61,3%) e falta de envolvimento e participação das famílias dos alunos (59%).

O estudo também mostrou que os motivos apontados pelos professores para permanecerem nas salas de aula começam pelo interesse em ensinar e compartilhar conhecimento (59,7%), seguido pela satisfação de ver o progresso dos alunos (35,4%) e, por último, pela própria vocação (30,9%).

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