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João Campos autoriza início das obras dos novos quiosques da orla de Boa Viagem

Litoral do Pina e de Boa Viagem conta com 60 estruturas e a Prefeitura do Recife investirá mais de R$ 8 milhões para construir os novos quiosques.

Jamildo Melo
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Jamildo Melo
Publicado em 24/02/2022 às 11:12
BOBBY FABISAK/JC IMAGEM
DEGRADADOS Várias das estruturas atuais estão danificadas e passarão por reparo completo, segundo promessa da gestão municipal - FOTO: BOBBY FABISAK/JC IMAGEM
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O prefeito do Recife, João Campos (PSB), autorizou nesta quinta (24.02) o início das obras dos quiosques da orla do Pina e de Boa Viagem, após o processo de licitação ter sido concluído. As reformas fazem parte do conjunto de obras preparado pelo prefeito para este ano.

Com um montante 15% menor em relação ao valor de referência, o Executivo Municipal informou que investirá cerca de R$ 8.6 milhões na construção das novas estruturas. Com uma economia de aproximadamente R$ 2 milhões para o cofre municipal, as obras serão realizadas com a mesma qualidade do projeto aprovado pela Associação dos Barraqueiros de Coco do Recife (ABCR), ainda em novembro do ano passado.

As obras dos novos quiosques estão sob a coordenação geral do Gabinete de Projetos Especiais e contam com a parceria da Secretaria de Política Urbana e Licenciamento. Como mostrou a coluna, João Campos, em novembro, afastou a Associação dos Barraqueiros e retomou recuperação dos quiosques em Boa Viagem e no Pina.

Em entrevista à coluna, em dezembro último, João Campos comentou que a obra dos quiosques faz parte de um ambicioso projeto para transformar a orla de Boa Viagem na melhor do país. "É um projeto muito grande. Dentro da concepção tem uma faixa de areia para engorda. (...) Eu garanto: é um projeto estruturador, o maior já visto na orla de Boa Viagem, que nos vai estruturar como a melhor orla do Brasil", disse o prefeito na ocasião.

Assim como todas as obras, essa será iniciada com a preparação do canteiro, que inclui a mobilização da equipe, compra e entrega dos principais insumos que atenderão à obra. Ao mesmo tempo será realizado o isolamento dos primeiros quiosques para início da intervenção, que deve acontecer nas próximas semanas.

A orla conta com 60 estruturas e o plano prevê a intervenção em 10 etapas, ao longo de aproximadamente um ano, com obras acontecendo simultaneamente em seis quiosques por vez. Assim, os seis primeiros a serem isolados para início das obras serão os em estado de conservação mais precário, seguindo a direção Boa Viagem/Centro do Recife.

De acordo com a PCR, os quiosques terão tamanho padrão de 39,8 metros quadrados de área coberta, sendo 12,14 metros quadrados de área interna - maiores que as estruturas atuais. A ideia do projeto é realizar a transição entre o ambiente natural da praia e o construído - calçadão e avenida - mantendo aspectos de segurança, durabilidade, manutenção, funcionalidade e acessibilidade. O sistema de lajes de concreto de alto desempenho vai garantir segurança e durabilidade aos quiosques, além de facilitar a manutenção.

A acessibilidade está contemplada no projeto - os equipamentos têm previsão de balcão acessível para atendimento de cadeirantes. O projeto terá forte identidade recifense, com a preservação da herança arquitetônica, da memória urbana e da cultura popular da cidade. A laje plana projetada dialoga com a linha do horizonte da praia.

ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM
Situação dos quiosques da Orla de Boa Viagem nesta segunda-feira (5) - ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM

Como ficarão os quiosques de Boa Viagem

De acordo com a PCR, o concreto pigmentado na cor areia confere originalidade e contemporaneidade ao conjunto dos quiosques, como encontrado no Museu Cais do Sertão em Recife, no Paço das Artes em São Paulo, no Museu Casa Paula Rego em Portugal, ou mesmo, no Museu Iberê Camargo em Porto Alegre com o concreto branco estrutural. O painel de azulejaria de tradição portuguesa e largamente utilizado na arquitetura moderna brasileira e pernambucana - a exemplo dos encontrados no Edifício Acaiaca em Boa Viagem, Edifício Barão de Rio Branco na Boa Vista, do arquiteto Delfim Amorim e nos volumes das cascas de cobertas pré-moldadas de Armando de Holanda no Parque dos Guararapes - foi incorporado ao projeto, com um redesenho das antigas velas e ondas das calçadas da Avenida Boa Viagem, se transformando num momento de resgate da memória urbana do Recife. Os azulejos revestirão os depósitos que irão auxiliar na organização do novo layout interno. Os beirais amplos dos quiosques trarão sombras mais generosas, dando o conforto ambiental tão necessário nas cidades tropicais.

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