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opinião

Dia do trabalhador sem comemoração

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Jamildo Melo

Publicado em 30/04/2022 às 16:37 | Atualizado em 30/04/2022 às 16:39
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Por Rinaldo Junior, presidente da Força Sindical PE e vereador do Recife

Chegamos ao 1º de Maio de 2022, Dia do Trabalhador, e por isso que venho deixar nossa mensagem aos trabalhadores e trabalhadoras em todos os cantos do nosso país, que continuam tendo seus direitos retirados e perdendo, a cada dia, o direito a condições dignas de trabalho.

No Brasil, o Dia do Trabalhador só foi reconhecido em 26 de setembro de 1924, através do decreto nº 4.859 assinado pelo então presidente Artur da Silva Bernardes.

A criação da CLT (Consolidação das Leis de Trabalho) foi instituída através do Decreto-Lei nº 5.452, em 1º de Maio de 1943, na gestão de Getúlio Vargas. Durante o governo Vargas realizavam-se grandes manifestações que incluíam música, desfiles e normalmente o anúncio de alguma nova lei trabalhista.

Hoje, o dia do trabalho é comemorado com manifestações convocadas pelas principais centrais sindicais do Brasil para reivindicar melhores condições de trabalho, e nesse domingo não será diferente, porque o dia 1º de maio é uma data para CELEBRAR AS CONQUISTAS DOS TRABALHADORES AO LONGO DA HISTÓRIA. Porém, LAMENTAVELMENTE, nos últimos anos não tivemos muito o que comemorar.

Vou citar alguns motivos: Reforma Trabalhista, Reforma da Previdência, Precarização do Trabalho, Trabalho Intermitente, Perdas Salarias, Pandemia e longas jornadas, sem falar do achatamento do Salário Mínimo e Inflação desenfreada, aumento de forma assustadora dos preços dos comubustíveis, do gás de cozinha, do pão e dos principais alimentos essenciais para nossa sobrevivência, mesmo sendo o país com maior produção de alimentos e grãos do planeta.

A Reforma Trabalhista, por exemplo, foi vendida como solução da crise que se aprofundava desde o golpe de 2016. Neste contexto, batizada como Reforma Trabalhista, a lei Nº 13.467, de 2017, foi responsável por trazer mudanças significativas à CLT e muitas perdas de conquistas históricas.

A meta, de acordo com o governo, era de conseguir desburocratizar as relações trabalhistas, aumentando o número de empregos, lembram? Eu lembro muito bem.

Mas, o que vimos até o ano de 2020? Precarização do trabalho, enfraquecimento dos sindicatos, aumento do trabalho sem carteira assinada, quase 10 milhões de desalentados (que perderam a esperança de ir em busca de trabalho) e taxa de desemprego de 14,4% - ou seja - quase 15 milhões de desempregados). Uma tragédia anunciada!

Com o advento da Pandemia, o que tivemos? O agravamento da crise e uma longa depressão brasileira, diante do quadro que se tomou com a COVID19, e a falta de uma política clara de combate à pandemia por parte do governo Bolsonaro, basta ver a quantidade de ministros da saúde que passaram pela pasta.

Tudo isso teve impacto direto na classe trabalhadora: primeiro porque isso só contribuiu para superlotação do sistema de saúde e assim impondo para estes trabalhadores uma longa jornada de trabalho. Porém, temos de parabenizar os trabalhadores do SUS, que seguraram esse momento difícil com muita garra e luta.

Outra situação consequência destes desmandos do governo federal foi a necessidade do lockdown e fruto disto a perda de milhões de posto de trabalho. Piorando o que já estava muito ruim.

Com isso, vimos crescer o trabalho remoto e por aplicativo, como o UBER, e o aumento de pessoas indo trabalhar nos deliverys de forma precarizada. Todos com poucas ou nenhuma garantia trabalhista, uma precarização total.

E agora? O que esperar de 2022 e seus desafios? Pesquisas mostram que os empregos voltam com salário menor e levam à precarização do mercado de trabalho. Estudos mostram que total de ocupados com renda mensal de até um salário saltou para 33,6 milhões no País; trabalhadores também levam mais tempo para se recolocar no mercado, e o quadro tende a piorar com os rumos que o mercado de trabalho vem apontando.

E o que podemos esperar do mercado de trabalho em 2022?

Nos últimos tempos, acompanhamos diversas transformações que ocorreram no mercado corporativo, principalmente relacionadas às mudanças de processos internos e implementação de novas ferramentas e formas de trabalhar. Vale ressaltar que essas alterações impactaram em Trabalhadores de todos os níveis hierárquicos.

Após a pandemia de Covid-19, vimos uma movimentação das organizações no geral, independentemente do segmento, em direção ao digital. E tudo leva a crer que, no futuro, toda empresa será de tecnologia, mesmo que seu negócio em si não seja focado nela.

Dentro desse cenário, está colocado para todos os trabalhadores tenham algum conhecimento relacionado a área e entendam como utilizar as ferramentas e softwares para aprimorar seus trabalhos. Ai vemos a dificuldade, pois ainda temos um país com muitos analfabetos e número maior ainda de analfabetos digitais, o que coloca uma enorme barreira para ocupação no mercado de trabalho.

Portanto, trabalhador, precisamos refletir e discutir sobre nosso futuro. Por outro lado, não podemos comemorar milhões de desempregados e não podemos ficar de braços cruzados esperando vendo a velocidade das mudanças e a inércia do Governo Federal.

Afinal, a pandemia comprovou de maneira cruel que o Brasil é um país que não tem um projeto de governo, um projeto claro, que pense na maioria de seu povo: os trabalhadores. Que privilegie o capital produtivo em vez do capital especulativo.

Um projeto que ponha em prática um plano de desenvolvimento que apoie e privilegie tanto a indústria nacional quanto os pequenos negócios. Um projeto que coloque a vida e o bem estar das pessoas em primeiro lugar. Que cuide dos menos favorecidos com dignidade e que dê esperança para milhões de famílias e de jovens de que o futuro no Brasil valerá a pena.

Precisamos, mais do que nunca, levantar a cabeça, e unirmos, para mudar essa realidade. Vamos às ruas, vamos à luta, não podemos esmorecer, nem desistir do nosso país. Não podemos fugir à luta! Vamos manter nossa esperança viva! Precisamos de mudança urgente . Aliás PRECISAMOS DE MUDANÇA JÁ NO BRASIL!

E como presidente reeleito da Força Sindical de Pernambuco convoco todos os trabalhadores de nosso Estado para irmos, juntos, às ruas do Recife neste domingo, dia primeiro de maio, às 15h, na Praça 13 de Maio.

Volto a afirmar, O BRASIL PRECISA MUDAR É PRÁ JÁ. Para que haja uma retomada, precisamos que o nosso país, esse gigante adormecido, acorde, e que a gente comece a pensar um Brasil melhor para os brasileiros. Um país mais digno, próspero, justo e mais feliz para todos.

Meu abraço a todos os trabalhadores e trabalhadoras do meu Brasil, em especial do Recife.

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