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Jeep e Refinaria põem Pernambuco na lista de estados com melhor desempenho na indústria entre 2017/2018

Pernambuco saiu do 10º para o 6º entre 2007/2008 e 2017/2018 devido ao aumento de 0,3% para 4,1%

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Fernando Castilho

Publicado em 17/05/2021 às 11:35 | Atualizado em 17/05/2021 às 16:05
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A implantação da Jeep, em Goiana, e a da Refinaria Abreu e Lima, em Suape, foram responsáveis pela mudança da presença de Pernambuco dentro do parque industrial brasileiro, elevando seu posicionamento entre os biênios 2007/2008 e 2017/2018, segundo estudo da CNI divulgado nesta segunda-feira (17).

Segundo o documento, Pernambuco foi o segundo estado que mais ganhou importância na produção industrial. Aumentou em 1,3 ponto percentual a sua participação, por ter conquistado uma parcela maior da produção brasileira de Veículos automotores [Jeep], Outros equipamentos de transporte, Derivados do petróleo e biocombustíveis [Refinaria Abreu e Lima] e Produtos de metal. Pernambuco saiu do 10º para o 6º nos dois períodos analisados, devido ao aumento de 0,3% para 4,1%.

Segundo estudo da CNI, a Bahia foi o estado que mais ganhou importância na produção da Indústria de Transformação brasileira entre os biênios 2007-2008 e 2017-2018.

O estado obteve esse ganho associado principalmente à conquista de uma maior parcela da produção brasileira de máquinas e materiais elétricos, borracha e material plástico, bebidas e produtos de minerais não metálicos, como cimento, tijolos e vidro.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que, em uma década, ocorreu uma importante desconcentração da indústria brasileira, com redução da participação da região Sudeste no PIB industrial e um aumento na participação das demais regiões geográficas, Sul, Centro-Oeste, Nordeste e Norte.

Nesse movimento, São Paulo perdeu 5,5 pontos percentuais de participação na produção da indústria de transformação no Brasil, principal segmento industrial do País, a maior queda entre os 26 estados e o Distrito Federal. O Rio de Janeiro obteve o segundo pior desempenho, com recuo de 1,1 ponto percentual. A pesquisa compara os biênios 2007-2008 e 2017-2018.

De acordo com o economista-chefe da CNI, Renato da Fonseca, São Paulo continua sendo o principal produtor industrial do País, mas a indústria brasileira tem migrado do Sudeste, que perdeu 7,5 pontos percentuais na indústria de transformação, principalmente para as regiões Sul e Nordeste.

Essas regiões, segundo ele, aumentaram 3,2 pontos e 2,8 pontos respectivamente. São Paulo responde por 38,14% do valor adicionado da Indústria de transformação; o segundo colocado, Minas Gerais, tem 10,10%.

Nacionalmente o Pará foi o estado que mais ganhou espaço na produção industrial nacional total, em razão do crescimento de sua indústria extrativa, sobretudo da extrativa mineral. Aumentou 1,5 ponto percentual.

Junto com o Pará, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco e Mato Grosso do Sul, formam o grupo dos cinco estados de melhor desempenho.

São Paulo perdeu participação na produção nacional de 22 dos 24 setores que compõem a Indústria de Transformação entre 2007-2008 e 2017-2018. As maiores perdas se deram nos setores de Celulose e papel, Produtos de metal, Vestuário e acessórios e Máquinas e materiais elétricos.

Para Tânia Bacelar Suape ajudou na performance de Pernambuco na área industrial que CNI agora apresenta

A participação do estado de São Paulo na produção nacional de celulose e papel caiu de 50,3%, no biênio 2007-2008, para 32% em 2017-2018. Ainda assim, São Paulo continua sendo o maior produtor, seguido por Paraná, que responde por 14% da produção nacional.

Santa Catarina ultrapassou São Paulo no setor de Vestuário e acessórios, se tornando o maior estado produtor do Brasil. Mato Grosso do Sul se tornou um dos mais importantes para a produção do setor de Celulose e papel na última década. O estado avançou da 14ª para a 3ª colocação no ranking nacional de maiores estados produtores do setor de Celulose e papel.

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Polo Automotivo Jeep em Goiana (PE) emprega 14 mil trabalhadores - Divulgação

 

MUDANÇA DE PERFIL INDUSTRIAL

A produção industrial vem se desconcentrando de estados da região Sudeste para as demais regiões geográficas, sobretudo para a Sul e a Nordeste.

O movimento reflete as mudanças nos quatro segmentos industriais (Extrativa, Transformação, Construção e Serviços Industriais de Utilidade Pública – SIUP), mas sobretudo na Indústria de Transformação, segmento que respondeu por 57% da produção da Indústria total no biênio 2017/18.

Nos últimos dez anos (2007/08- 2017/18), São Paulo perdeu participação na produção nacional de 22 dos 24 setores que compõem a Indústria de Transformação, enquanto o Rio de Janeiro perdeu participação em 18 dos 24 setores.

O estado da Bahia foi o que mais ganhou importância na produção da Indústria de Transformação brasileira entre os biênios 2007/08 e 2017/18. Além da Bahia, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul também se destacaram com os maiores ganhos de participação na produção manufatureira nacional.

A produção brasileira de Veículos Automotores se desconcentrou regionalmente, na última década, com perda de importância do Rio de Janeiro, da Bahia e, principalmente, de Minas Gerais. Pernambuco e os estados da região Sul, com destaque para o Paraná, aumentaram suas participações no valor da produção do setor.

O estado de Minas Gerais perdeu 6,22 p.p. de participação na produção nacional de Veículos automotores, entre os biênios 2007/08 e 2017/18, enquanto Pernambuco e Paraná ganharam, respectivamente, 3,78 p.p. e 3,31 p.p.. Os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina também ganharam importância para a produção brasileira de Veículos automotores, com aumento de 1,56 p.p. e 0,97 p.p., respectivamente.

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