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Inflação de 0,87% em agosto contrata 10% em 2021 com alimentos impulsionando o índice para mais

Crescimento dos preços dos alimentos mais energia vai pressionar inflação muito alto em 2021

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Fernando Castilho

Publicado em 09/09/2021 às 13:20 | Atualizado em 09/09/2021 às 13:37
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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a taxa de inflação no Brasil e que fechou agosto com alta de 0,87%, ante um avanço de 0,96% em julho, contrata uma inflação de 10% em 2021.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) diz que a inflação já acumula altas de 5,67% no ano e de 9,68% nos últimos 12 meses. Mas os números de agosto devem se manter até dezembro o que fará o Brasil fechar o ano com uma taxa que é mais do que dobra do que o Banco Central fixou como meta para o ano.

O que preocupa é que quase todos os setores apontam para uma tendência de crescimento. O número de agosto já é o maior para o mês desde 2000.

Quando se observa a série histórica do IPCA pode ter uma ideia de como o comportamento da inflação está crescendo. Em setembro de 2020 a inflação medida em 12 meses era de apenas 3,14%¨.

Ela está subindo mês a mês e em agosto chegou a 9,68%. Como não há nenhuma indicação de que essa tendência possa ser reduzida as perspectivas é que ela vá crescer mais e possa ultrapassar os 10% em dezembro de 2021.

A questão dos alimentos é outro foco de preocupações. Em 2020 o segmento já chegou ao final do ano com crescimento de 14,09%. Este ano ele já está em 4,77% e como a pressão nesse grupo é a que está mais forte ele deve igualar os índice doe 2020 juntando-se a pressão dos demais segmentos.

O grupo de alimentos que é o que dá o recado mais direto teve alta de 1,39% em agosto ficou duas vezes mais que o registrada no mês anterior (0,60%). A alimentação no domicílio passou de 0,78% em julho para 1,63% em agosto

O setor de alimentos assusta; Houve altas da batata-inglesa (19,91%), do café moído (7,51%), do frango em pedaços (4,47%), das frutas (3,90%) e das carnes (0,63%). No lado das quedas, destacam-se a cebola (-3,71%) e o arroz (-2,09%).

O que mais preocupa é que todos os itens tiveram aumentos por força de inflação fora de suas estruturas de custos interno. Frango e carne, por exemplo, estão relacionados aos preços internacionais puxados pelas exportações.

Outra preocupação está relacionada ao da fabricação de produtos alimentícios no Índice de Preços ao Produtor (IPP) que é um acompanhamento macroeconômico e, por conseguinte, um valioso instrumento analítico para tomadores de decisão, públicos ou privados. Em julho o IPP registrou um crescimento de 10,77% no e 29,02% em 12 meses.

No segmento de Habitação (0,68%) o resultado foi influenciado pela alta da energia elétrica (1,10%), que desacelerou em relação ao mês anterior (7,88%) mas que tende a subir nacionalmente por força do aumento das taxas da bandeira vermelha.

O IBGE também divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) que teve alta de 0,88% em agosto, 0,14 p.p. abaixo do resultado de julho (1,02%). No ano, o indicador acumula alta de 5,94% e, em 12 meses, de 10,42%

O INPC verifica a variação do custo de vida médio apenas de famílias com renda mensal de 1 a 5 salários-mínimos. Esses grupos são mais sensíveis às variações de preços, pois tendem a gastar todo o seu rendimento em itens básicos, como alimentação, medicamentos, transporte etc.

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