Com hotel, marina e Centro de Convenções, Cais de Santa Rita será novo polo turístico do Recife em dois anos
Com o inicio das obras, o complexo de hotel, marina e Centro de Convenções tem prazo de entrega em dois anos, criando um novo polo de turismo e lazer
Na semana passada, a Construtora Tecla, liderada pelo engenheiro Rogério Castro e Silva, concluiu a cravação da última estaca no terreno onde funcionou o armazém 15, antigo prédio da Conab, no Porto do Recife, no Cais de Santa Rita.
Foi um momento de alívio. A empresa viveu, durante três meses, um pequeno estresse sobre a possibilidade de uma delas bater num achado arqueológico que obrigaria a uma investigação de técnicos do Ipham, atrasando o cronograma de apenas dois anos para a entrega de um complexo formado por um hotel, uma marina para 180 barcos e um Centro de Convenções de 15 mil metros quadrados de área de feiras, orçado em R$ 150 milhões.
Segundo o engenheiro, havia poucas chances de uma das estacas bater nos restos de construção ou de barcos do século XVII ou XVIII. A própria construção do novo cais de atracação do Porto do Recife, na década de 40 do século passado, já escavara o terreno de 15 mil metros quadrados onde está sendo erguido o hotel que exigiu 10 mil metros de estacas de concreto.
“Mas a gente sempre fica preocupado. No bairro do Recife e na zona onde existiu o porto fluvial, sempre existe possibilidade de uma nova descoberta. Mas felizmente correu tudo. Agora é tocar a obra”, desabafa Castro e Silva.
Tocar a obra significa começar a concretar o conjunto de sapatas que exigiram o uso de concreto resfriado, ferragem reforçada para suportar os pórticos com pé direito de nove metros desenhados pelo arquiteto Jerônimo da Cunha Lima, que projetou todo o complexo que vai mudar o cenário do bairro em dois anos prazo, que a construtora tem para entregar a obra.
Nesse período, a construtora fará um novo estaqueamento das plataformas (píer) da marina que terão suporte flutuante de modo a acompanhar o movimento das marés, instalação de suprimentos de água e energia elétrica capaz de receber num calado de até oito metros de profundidade suficiente para acomodar até grandes veleiros.
O hotel, segundo o projeto de Cunha Lima, deve ser de quatro estrelas e 240 leitos. Já a marina, em frente à construção, deve ter capacidade para veleiros de até 70 pés. O estabelecimento deve comportar, ainda, restaurantes, lojas, bares, piscina e salas de reunião.
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Por sua vez, o Centro de Convenções terá capacidade para receber eventos com a presença de até 4 mil pessoas equipado com estacionamento com 230 vagas e será feito nos antigos armazéns 16 e 17 do Porto do Recife.
A marina do complexo deve desafogar a pressão por vagas hoje existente no Cabanga e no Iate Clube além de estar localizada numa lâmina d’água que permitirá que barcos maiores não dependam da maré alta para sair. Ela também, estará conectada ao hotel permitindo o conforto de hospedagens a tripulações de grandes veleiros.
Mas a maior obra será mesmo a do hotel, um prédio de altura equivalente e cinco andares que se fosse vertical teria a altura de uma torre de 170 metros equivalente a 50 andares.
O projeto de Jerônimo da Cunha Lima conectará o hotel além da marina ao Centro de Convenções no outro dado a avenida cujo canteiro de obras será instalado no próximo mês.
Ele aproveitará o antigo armazém 17 do Porto do Recife que tem duas coberturas e só se tornará visível da avenida depois da derrubada do Armazém 16 que hoje dá acesso a Terminal Rodoviário de Santa Rita.
A derrubada do armazém 16 dará lugar a uma avenida que vai abrigar os serviços de apoio ao Centro do Convenções, praça de acesso e estacionamento.
Entre ele o hotel surgirá uma nova avenida de 40 metros. A proposta do complexo é que o hotel de suporte ao CC cuja área de feiras e exposições terá 15 mil metros quadrados com pé direito de oito metros climatizado.
O complexo é de responsabilidade da iniciativa privada, por meio da Incorporadora Porto Novo Recife, formada por quatro empresas pernambucanas, a GL Empreendimentos, Excelsior Seguros, Maxxima Empreendimentos e Hima Participações. Os investidores ainda não definiram a bandeira vai operá-lo.
Um dos detalhes mais impactantes do projeto ancorado nos pórticos é que ele permitirá uma bela visão do complexo do hotel cujo pé direito triplo abrigará um conjunto de mezaninos.
No andar superior haverá um restaurante panorâmico abrigará um terraço (rooftop) feito de maneira sofisticada e inteligente com o objetivo de valorizar a paisagem do porto e ao bairro do Recife Antigo à esquerda e bacia do Pina a direita.
Concluído o projeto vai se integrar o pacote dos sete espaços cedidos à iniciativa privada, que vão da antiga Ponte Giratória às imediações do Forte do Brum e que já conta com bares e restaurantes, espaço de eventos, além do Terminal Marítimo, a Central de Artesanato e o Cais do Sertão, estes administrados pelo Governo de Pernambuco e o complexo do Antigo Moinho Recife. O desenvolvimento do complexo vai redefinir o uso da região.
Primeiro a proximidade com o Recife Antigo, Marco Zero, Cais do Sertão e o complexo onde existiu o Moinho Recife criando um corredor de quase três quilômetros de nova destinação. Segundo porque pela centralidade do terreno o acesso ao hotel está de frente para a Rua de acesso ao TI Cais de Santa que está alinhada à uma rua onde está o mercado de São Jose. Visto de cima, apenas um imóvel separa a entrada do hotel ao Centro de Convenções ao Mercado de São Jose.
Se, por exemplo, a Prefeitura do Recife decidir derrubar a construções de sua propriedade adquirida para um anexo ao Mercado de São José e que não se viabilizou, poderá ser criado uma rua que conecta o Complexo ao Mercado formando um novo corredor de entretenimento.