Uma velha máxima do mercado de ações diz: "compre na baixa e venda na alta". Outra adverte que "o mercado sempre cheira o amanhã". Finalmente, uma terceira ensina que se você vai aplicar na Bolsa, "não se assuste e sempre mire no longo prazo".
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Se a cantora Anitta - que se tornou a primeira brasileira a alcançar o primeiro lugar no Spotify e, a seguir, figurou no topo do Billboard Global das músicas mais tocadas no mundo -, não aprendeu isso, ela certamente deve estar assustada, mesmo sabendo-se que a artista não pôs no Nubank uma grande parte de suas economias.
Como se sabe, Anitta faz parte do conselho do Nubank e foi uma das ferramentas que o banco - fundado em 2013 pelo colombiano David Vélez, pela brasileira Cristina Junqueira e pelo americano Edward Wible -, usou para alavancar os preços das suas ações no IPO, feito ano passado e considerado o maior de uma startup financeira.
Mas depois da euforia, não dos shows e performance de Anitta, mas do lançamento, quando o banco chegou a ter valor de mercado de US$ 45 bilhões, as ações da instituição com maior recall positiva no sistema bancário brasileiro vem amargando perdas que chegaram, apenas esse ano, em 28,99%.
E se Anitta pode ter perdido muito, imagina a empresa de investimentos Berkshire Hathaway, que pertence ao bilionário Warren Buffett, que confirmou a compra de um novo lote de ações da fintech brasileira e triplicou o investimento no Nubank, chegando ao equivalente a US$ 1 bilhão em ações na companhia nacional?
Lembra da lição descrita acima, ensinando que ao aplicar na Bolsa, não se assuste e sempre mire no longo prazo? Então, se você foi um dos 7,5 milhões de clientes do Nubank, relaxa e espera.
Mas por que quando uma ação despenca provoca tanto barulho no mercado e, no caso de uma empresa como o Nubank, que associou sua imagem à de Anitta?
Vale aquela outra: compre na baixa e venda na alta. O valor de mercado pode ter baixado muito, mas a julgar para onde está indo a tecnologia bancária, as chances de no longo prazo o investidor perder dinheiro na fintech são bem pequenas. O segredo é esperar.
Por exemplo, quem nunca se impressionou com a valorização das ações do Twitter, que sempre foi o patinho feio das plataformas de distribuição de conteúdo, deve estar hoje com um sorriso do tamanho do da Anitta depois que o Elon Musk passou a ser um dos maiores acionistas da rede social, com 73.486.938 das ações da companhia.
O CEO da Tesla, Elon Musk, comprou 9,2% do Twitter e ações da empresa sobem até 30,6% na Bolsa de Valores de Nova York.
Outro exemplo de sobe e desce é o do Magalu. No ano passado, a ação da varejista foi a de pior desempenho no Ibovespa. O papel já caminhava para um ano negativo quando acelerou sua desvalorização no segundo semestre, em meio à escalada da inflação, ao ciclo de alta de juros e à competição no comércio eletrônico.
No balanço do terceiro trimestre, a companhia registrou queda de quase 90% no lucro ajustado. E nem por isso as pessoas saíram vendendo suas ações.
Até porque, entre 2012 e o ano passado, elas subiram muito. Em 2015, a ação MGLU3 do Magazine Luiza chegou a custar R$ 0,03. Em novembro de 2020, o papel disparou a R$ 27,42 —o que representa uma valorização de 91.300%.
Ou seja, se a Anitta tivesse colocado R$ 1.000,00 no Magalu lá em 2015, hoje seriam R$ 914,000,00 em apenas cinco anos.
Então é importante saber que se o Nubank, no seu IPO, foi avaliado em 41,5 bilhões de dólares na estreia da abertura de capital, o que fez dele o banco mais valioso da América Latina, e agora em 37,1 bilhões de dólares, o cliente que comprou sua ação deve esperar.
Até porque, assim como Anitta tem todas as condições de lançar novos sucessos, empresas como Nubank, Magalu e Twitter sempre podem surpreender muito, porque como diz aquela lei das bolsas, o mercado sempre cheira o amanhã.
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