Greve no Metrô do Recife antes das eleições só pune passageiro, que é a vítima
Se o governador Paulo Câmara e o seu partido tivessem qualquer interesse nessa pauta, já teriam colocado gente com expertise para fazer conta

Uma eventual greve dos funcionários do Metrô do Recife terá atenção zero do Governo de Pernambuco, que está anunciando a disposição de iniciar o processo do recebimento do equipamento para uma futura concessão ao setor privado.
O Estado não tem intenção de uma conversa séria sobre o assunto porque sabe que não terá ganhos e vai precisar bancar os altos custos de uma eventual atualização do equipamento para lhe devolver as mínimas condições de operação.
Da mesma forma que as notas e manifestações de apoio dos possíveis adversários do candidato do PSB passam a quilômetros da estação Cosme e Damião, construída em 2014. Se o governador Paulo Câmara e o seu partido tivessem qualquer interesse nessa pauta, já teriam colocado gente com expertise para fazer conta.
Então, o movimento dos metroviários - apesar de justo e preocupado com o futuro do serviço - descamba para uma paralisação que só pune (de novo) a vítima, que é o passageiro.
Não é possível imaginar que o movimento desse porte sirva como uma ação político partidária mirando as próximas eleições. Embora algumas lideranças tenham exatamente esse objetivo.
Os sindicalistas precisam entender que só terão chance de salvar o Metrô do Recife se mostrarem que estão a serviço dos passageiros. E que a conversa começa depois das eleições, se o próximo governador avançar em ações. Eles precisam refletir sobre o momento de gastar sua energia.
Porque o que não vai faltar até outubro é gente querendo se aproveitar da boa-fé dos servidores públicos. Uma greve, hoje, só os afastaria