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Greve no Metrô do Recife antes das eleições só pune passageiro, que é a vítima

Se o governador Paulo Câmara e o seu partido tivessem qualquer interesse nessa pauta, já teriam colocado gente com expertise para fazer conta

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Fernando Castilho

Publicado em 20/05/2022 às 7:51 | Atualizado em 20/05/2022 às 12:33
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Uma eventual greve dos funcionários do Metrô do Recife terá atenção zero do Governo de Pernambuco, que está anunciando a disposição de iniciar o processo do recebimento do equipamento para uma futura concessão ao setor privado.

O Estado não tem intenção de uma conversa séria sobre o assunto porque sabe que não terá ganhos e vai precisar bancar os altos custos de uma eventual atualização do equipamento para lhe devolver as mínimas condições de operação.

Da mesma forma que as notas e manifestações de apoio dos possíveis adversários do candidato do PSB passam a quilômetros da estação Cosme e Damião, construída em 2014. Se o governador Paulo Câmara e o seu partido tivessem qualquer interesse nessa pauta, já teriam colocado gente com expertise para fazer conta.

Então, o movimento dos metroviários - apesar de justo e preocupado com o futuro do serviço - descamba para uma paralisação que só pune (de novo) a vítima, que é o passageiro.

Não é possível imaginar que o movimento desse porte sirva como uma ação político partidária mirando as próximas eleições. Embora algumas lideranças tenham exatamente esse objetivo.

Os sindicalistas precisam entender que só terão chance de salvar o Metrô do Recife se mostrarem que estão a serviço dos passageiros. E que a conversa começa depois das eleições, se o próximo governador avançar em ações. Eles precisam refletir sobre o momento de gastar sua energia.

Porque o que não vai faltar até outubro é gente querendo se aproveitar da boa-fé dos servidores públicos. Uma greve, hoje, só os afastaria

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