Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

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Por Fernando Castilho
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Brasileiro volta a fazer turismo, muda de atitude e seguro viagem cresce 200% em 2022

Seguros-viagem cresceram 200% em 2022 e já chegaram a R$ 111 milhões, incorporando-se às despesas da viagem - o que não existia antes da covid-19

Fernando Castilho
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Publicado em 18/05/2022 às 13:00
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NÚMEROS O brasileiro depois da covid-19 nunca fez tanto seguro de vida, contratando nada menos que R$ 1,6 bilhão em janeiro e fevereiro - um crescimento de quase 25% sobre o ano passado - FOTO: EMPETUR/DIVULGAÇÃO
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Se, como diz o velho slogan da United Airlines, “A vida é uma viagem”, o brasileiro depois da covid-19 nunca fez tanto seguro de vida, contratando nada menos que R$ 1,6 bilhão em janeiro e fevereiro - um crescimento de quase 25% sobre o ano passado.

Mas se está contratando cada vez mais seguro de vida e de acidentes pessoais (que também cresceu , 8,83%) no período, o turista brasileiro mudou o seu comportamento depois da pandemia e passou, também, a contratar seguro na hora da viagem, temendo ser surpreendido por algum problema grave fora de seu estado.

Os seguros-viagem cresceram 200% em 2022 já chegaram a R$ 111 milhões e se incorporaram às despesas da viagem, o que não existia antes da covid-19.

PROTEÇÃO NA VIAGEM TODA

 

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Depois da pandemia empresa criaram seguros específicos para proteger consumidor do coronavírus fora de seu domicílio. - Divulgação
O mercado de seguro-viagem iniciou 2022 com grande crescimento em suas vendas e já superou o patamar pré-pandemia de covid-19. Dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), vinculada ao Ministério da Economia, mostram que as contratações desse tipo de seguro nos dois primeiros meses deste ano, em termos nominais (sem descontar a inflação), teve volume três vezes maior do que o comercializado no 1º bimestre de 2021 (alta de 200%). Em valores reais (já descontada a inflação), o crescimento chega a 172%.

Em 2020, por exemplo, o mercado de seguro-viagem movimentou apenas R$ 241,85 milhões, enquanto em 2021 chegou a R$ 337,92 milhões. Este ano a expectativa é que passe dos R$ 500 milhões

O resultado deste ano também supera (em termos reais) o patamar de vendas registrado no 1º bimestre de 2020, período pré-pandemia, em 7%.

Os dados mostram, apesar da onda da variante ômicron no início de 2022, que houve uma retomada do turismo depois de meses de pandemia de covid-19, que afetou bastante o setor de viagens.

Segundo a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), que representa as empresas do setor, o segmento de seguros-viagem foi o que mais cresceu entre todos os que comercializam planos de risco para pessoas.

Apenas como comparação, o segundo lugar entre os segmentos com maior crescimento no período ficou com o seguro para doenças graves/terminais, que teve alta de apenas 25% (em termos nominais). Os seguros de vida individuais aparecem em terceiro lugar, com alta de 24%.

O seguro-viagem essencialmente cobre as despesas médicas, odontológicas e hospitalares, não importa se em viagem nacional ou internacional. Garante também o traslado de corpo em caso de falecimento, e médico, em caso de doença. Caso de morte, acidental ou não. Invalidez total ou parcial em caso de acidente em viagem.

Isso está animando o setor, que começou a olhar esse produto com mais cuidado. Para Marilberto França, CEO da Affinity, empresa especializada em seguro viagem, a expectativa é que essa tendência se mantenha ao longo de 2022, com resultados além dos patamares pré-pandemia.

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A empresa Vital Card que foi fundada em 2000 e hoje faz parte das empresas Schultz. Foi quem desenvolveu o primeiro web-seguro do Brasil focado exatamente na ampliação da cobertura para seguro-viagem em casos de covid-19.

“O adicional foi criado para suprir uma necessidade de mercado, visto que muitas pessoas têm deixado de viajar por medo de contrair a doença no destino e acabar tendo que arcar com gastos fora do orçamento”, diz Luciano Bonfim, diretor Comercial da empresa.

O seguro covid-19 contempla desde despesas médicas no teto de 20 mil - Dólares ou Euros, dependendo do país que o passageiro estiver -, prorrogação de estadia até 1,5 mil - Dólares ou Euros - e multas por remarcação de bilhetes aéreos.

Bonfim reforça a importância da flexibilidade do plano, ao afirmar que “a pessoa pode escolher se quer só a cobertura hospitalar ou se quer o seguro completo com prorrogação de estada e multas das passagens aéreas”.

SEGURO PARA PETS

DIVULGAÇÃO
Seguros para amimais também teve crescimento em 2022 - DIVULGAÇÃO

O distanciamento social exigido na pandemia de covid-19 abriu novas oportunidades para o mercado pet, que devem se ampliar nos próximos anos. Como tentativa para as pessoas driblarem a solidão do isolamento, houve crescimento na aquisição e adoção de animais em todo o mundo, o que aqueceu o setor de produtos e serviços dirigidos aos bichinhos.

No Brasil, não foi diferente: atualmente há, no país, mais de 141 milhões de pets, entre cães, gatos, aves e outros, de acordo com estimativa da companhia de seguros Europ Assistance Brasil (EABR). E esse comportamento também chegou ao Brasil na hora de viajar com a contratação de novos seguros para viagem inclusive com animais.

"Estamos otimistas, acreditando que essa retomada veio para ficar. De fato, a procura pelo seguro-viagem cresceu bastante nos últimos meses. Com a pandemia, os brasileiros passaram a considerá-lo um item essencial em qualquer planejamento de viagem”, afirma Diretor de Vendas e Diretor de Marketing da Europ Assistance Brasil.

A pandemia de covid-19 acelerou a adoção de processos digitais pelas seguradoras que souberam atender às necessidades em termos de produtos e inovação. Mas também reforçou novas demandas por parte dos consumidores, exigindo ainda mais inovação, simplificação e agilidade, afirma o Presidente da Comissão de Inteligência de Mercado da CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras) e diretor da Liberty Seguros, Gilberto Garcia.

DIFERENÇA ENTRE SEGUROS

O seguro de viagem é diferente de assistência de viagem embora os dois serviços sejam chamados comumente de seguro viagem. Porém, é preciso estar atento na hora de pesquisar e de fechar o contrato.
Na prática, a principal diferença está em quem pagará pelo serviço no momento que for utilizado. é uma questão de quem desembolsará o pagamento.

O seguro viagem prevê que o viajante pague todas as despesas médicas do próprio bolso e depois solicite o reembolso à seguradora (dentro dos limites de valores estabelecidos em contrato). Para isso, será necessário apresentar comprovantes de despesas médicas, laudos, notas fiscais e tudo mais que possa confirmar o atendimento.

É burocrático e pode trazer muita dor de cabeça. A vantagem é o viajante poder escolher qualquer lugar para ser atendido, independente de fazer parte da rede conveniada do seguro.

A assistência de viagem funciona de maneira diferente. O atendimento será todo arcado pela seguradora contratada (claro que dentro dos limites previstos no contrato).

Diferente do seguro-viagem, a assistência viagem prevê que o segurado deve entrar em contato com a empresa contratada antes de receber o atendimento. A seguradora então indicará um local para que o atendimento seja realizado e o segurado não precisará desembolsar nada.

Todo o pagamento será arcado pela seguradora. A desvantagem é a obrigatoriedade de ser atendido no local indicado, salvo casos de emergência.

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