Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

JC Negócios

Por Fernando Castilho
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Coluna JC Negócios

Melhoria da queda taxa de desocupação em julho vem junto com subutilização do trabalhador vivendo de bico

Os 15,1 milhões de pessoas desocupadas no primeiro semestre de 2021 caíram para 9,8 milhões nesta última medição

Fernando Castilho
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Fernando Castilho
Publicado em 31/08/2022 às 17:50 | Atualizado em 31/08/2022 às 18:12
Foto: Marcello Casal Jr./ Agência Brasil
Números referentes ao quarto trimestre de 2018 foi divulgado nesta sexta-feira pelo IBGE - FOTO: Foto: Marcello Casal Jr./ Agência Brasil
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Uma taxa de desocupação de 9,1%, no trimestre móvel de maio a julho de 2022, quando há um ano era de 13,7%, é uma queda extraordinária. Ainda mais quando era de 14,8% no trimestre fevereiro/abril de 2021.

Dito de outra forma: eram 15,1 milhões de pessoas desocupadas naquele semestre de 2021, e passou para 9,8 milhões nesta última medição. O que quer dizer que no Brasil o contingente de pessoas ocupadas chegou a 98,7 milhões .

Em qualquer lugar do mundo uma queda de 35,1%, ou 5,3 milhões de pessoas inseridas no mercado de trabalho, é motivo para festa em qualquer lugar do mundo.

O problema é que esse número não está isolado e o quadro em que ele se insere é tão assustador quanto a euforia que se pode ter com a informação inicial. A mesma pesquisa informa que a taxa de subutilização chegou a 20,9%, ou 24,3 milhões de pessoas. É gente demais vivendo com renda de menos.

Quando você soma a esse contingente a população subocupada por insuficiência de horas trabalhadas, que hoje é de 6,5 milhões, com a população desalentada de 4,2 milhões de pessoas e a população de empregados sem carteira assinada no setor privado, atualmente em 13,1 milhões de pessoas, - que aliás é o maior da série histórica iniciada em 2012 - chega-se a um número preocupante.

O IBGE diz que no Brasil, atualmente, 64,7 milhões de pessoas estão fora da força de trabalho, o pessoal com carteira assinada que se classifica como emprego formal. Pode-se dizer que diante do quadro, há 15 meses a contratação líquida formal está crescendo de forma consistente, mas não num estágio forte que possa ser comemorado sem essas advertências.

No ponto de vista da comunicação governamental, a informação da contratação de 5,3 milhões de pessoas pode ser um marco importante. Mas quando se revela o entorno disso a queda perde relevância.

Outra coisa que a pesquisa confirma é que o rendimento médio mensal domiciliar por pessoa caiu 6,9% em 2021 e passou de R$ 1.454 em 2020 para R$ 1.353. Este é o menor valor da série histórica, iniciada em 2012, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD).

A pesquisa também mostra a desigualdade de renda no País em 2021. Após relativa estabilidade em 2019 (0,544) e queda em 2020 (0,524), o índice de Gini do rendimento médio mensal domiciliar por pessoa aumentou em 2021, voltando ao patamar de dois anos antes (0,544).

Quanto maior o Gini, maior a desigualdade.

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