Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

JC Negócios

Por Fernando Castilho
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COLUNA

JC Negócios: sem interessados na energia a gás no Nordeste

Na onda de se dizer empresa de emissão de carbono zero, muita empresa está dizendo que só usa energia limpa

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Fernando Castilho

Publicado em 01/10/2022 às 8:00
Conta da geração mais cara será rateada entre os consumidores atendidos pelas distribuidoras - BETH SANTOS/PR

Não houve interessados para o fornecimento de energia de térmica de gás natural para a região Nordeste (para os estados do Maranhão e Piauí) no leilão de ontem, promovido pela Aneel. De um total de 2GW ofertados, foram contratadas apenas três usinas: Azulão II e Azulão IV, pelo grupo Eneva, e Manaus I, pelo Global Participações Energia (GPE), no total de 754 MW de potência.

Os números são importantes para o mercado, pois estamos falando da contratação de energia firme (intermitente) que é quem segura a barra no horário de pico. Então, o fato de não haver interessados serve de alerta para que sejam feitos ajustes de modo a que, no próximo leilão, o Nordeste possa ter um novo parque de geração a gás com nova tecnologia para sustentar o consumo da Região.

Na verdade, o que aconteceu foi que a Enerva só pôde participar porque tem poço de gás natural, com instalações que pôde adequar os seus custos e fornecer à energia do leilão, ganhado dinheiro. Nenhuma outra empresa tem essa condição e, portanto, com o preço oferecido pela Aneel, ninguém vai mesmo oferecer essa energia firme.

Mas isso não quer dizer que possa-se abandonar a ideia de ter uma nova geração de térmicas a gás porque está cada vez mais sendo gerada energia eólica e solar. Precisa. Porque as pessoas e cada vez mais empresas estão na onda do discurso de energia limpa, esquecendo que à noite alguém tem de fornecer energia.

Na onda de se dizer empresa de emissão de carbono zero, muita empresa está dizendo que só usa energia limpa, como se na hora de pico desligasse todas as luzes, motores e tomadas. Não existe esse negócio de depender apenas de eólica e solar, o mundo não roda apenas com energia intermitente. Então, ano que vem será necessário resolver essa questão e talvez o novo Congresso precise mesmo mandar o Ministério das Minas e Energia refazer as contas dos custos dessa energia, para que o novo leilão tenha interessado.

O debate sobre a energia verde vem sendo feito em cima de algumas premissas que são muito boas como instrumento de marketing, mas que não se sustentam. Pouca gente sabe que as empresas que produzem energia solar e eólica pagam metade do custo de transmissão para entregá-la ao cliente.

Mas como nada no setor elétrico é de graça, nós, os consumidores de energia regulada, pagamos o resto como encargos. Ou seja, na conta da sua distribuidora está embutido o custo de uma empresa que se diz "carbono zero" fazer a transmissão da energia verde. Pura enganação.

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Crescimento do mercado de energia

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O Recife na Corte Internacional de Arbitragem

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Comercio na antiga fábrica da Souza Cruz

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Vovô só põe seu dinheiro na poupança

No Dia Mundial do Idoso e da 3ª Idade, criado em 1991 pela Organização das Nações Unidas, e comemorado hoje, uma pesquisa da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais revela que a maior parte dos investidores brasileiros com idade acima de 61 anos tem a carteira de poupança como principal investimento. Este ano rendeu apenas 6,17% ao ano.

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