Não houve interessados para o fornecimento de energia de térmica de gás natural para a região Nordeste (para os estados do Maranhão e Piauí) no leilão de ontem, promovido pela Aneel. De um total de 2GW ofertados, foram contratadas apenas três usinas: Azulão II e Azulão IV, pelo grupo Eneva, e Manaus I, pelo Global Participações Energia (GPE), no total de 754 MW de potência.
Os números são importantes para o mercado, pois estamos falando da contratação de energia firme (intermitente) que é quem segura a barra no horário de pico. Então, o fato de não haver interessados serve de alerta para que sejam feitos ajustes de modo a que, no próximo leilão, o Nordeste possa ter um novo parque de geração a gás com nova tecnologia para sustentar o consumo da Região.
Na verdade, o que aconteceu foi que a Enerva só pôde participar porque tem poço de gás natural, com instalações que pôde adequar os seus custos e fornecer à energia do leilão, ganhado dinheiro. Nenhuma outra empresa tem essa condição e, portanto, com o preço oferecido pela Aneel, ninguém vai mesmo oferecer essa energia firme.
Mas isso não quer dizer que possa-se abandonar a ideia de ter uma nova geração de térmicas a gás porque está cada vez mais sendo gerada energia eólica e solar. Precisa. Porque as pessoas e cada vez mais empresas estão na onda do discurso de energia limpa, esquecendo que à noite alguém tem de fornecer energia.
Na onda de se dizer empresa de emissão de carbono zero, muita empresa está dizendo que só usa energia limpa, como se na hora de pico desligasse todas as luzes, motores e tomadas. Não existe esse negócio de depender apenas de eólica e solar, o mundo não roda apenas com energia intermitente. Então, ano que vem será necessário resolver essa questão e talvez o novo Congresso precise mesmo mandar o Ministério das Minas e Energia refazer as contas dos custos dessa energia, para que o novo leilão tenha interessado.
O debate sobre a energia verde vem sendo feito em cima de algumas premissas que são muito boas como instrumento de marketing, mas que não se sustentam. Pouca gente sabe que as empresas que produzem energia solar e eólica pagam metade do custo de transmissão para entregá-la ao cliente.
Mas como nada no setor elétrico é de graça, nós, os consumidores de energia regulada, pagamos o resto como encargos. Ou seja, na conta da sua distribuidora está embutido o custo de uma empresa que se diz "carbono zero" fazer a transmissão da energia verde. Pura enganação.
Como será o Ambiente de Contratação Livre
O Ministério de Minas e Energia abriu ontem consulta pública para discutir a minuta de uma nova portaria para o ACL (Ambiente de Contratação Livre ou Mercado Livre de energia) que atende mais de 80 milhões de consumidores do Brasil. Atualmente, apenas 30 mil unidades consumidoras estão no Mercado Livre, número que poderá passar a ser de 120 mil unidades consumidoras de alta tensão.
Crescimento do mercado de energia
O consumo de energia elétrica no Brasil foi de 65.090 megawatts médios (MWm), o mesmo volume utilizado no mesmo período do ano passado. o mercado livre consumiu 22.957 MW médios, o que corresponde a cerca de 35% de toda a energia utilizada pelo País.
O Recife na Corte Internacional de Arbitragem
O Recife sedia nesta quarta e quinta-feiras a 2ª Conferência da Corte Internacional de Arbitragem da CCI para o Nordeste, como parte da série de eventos de arbitragem que a Corte da CCI e a ICC Brasil realizarão para a região. A Câmara de Comércio Internacional (CCI) promove institucionalmente mais de 45 milhões de empresas em mais de 100 países, conciliando a negociação de mais de R$ 70 bilhões.
Comercio na antiga fábrica da Souza Cruz
A antiga fábrica da Souza Cruz vai virar o São Miguel Center, um investimento de R$ 25 milhões que, em novembro, no bairro de Afogados, Zona Oeste do Recife, abre. O mall de dois pavimentos preservou as características originais da construção histórica, num centro comercial destinado a atender os bairros de Afogados, Torre, Madalena, Imbiribeira e Jardim São Paulo.
Vovô só põe seu dinheiro na poupança
No Dia Mundial do Idoso e da 3ª Idade, criado em 1991 pela Organização das Nações Unidas, e comemorado hoje, uma pesquisa da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais revela que a maior parte dos investidores brasileiros com idade acima de 61 anos tem a carteira de poupança como principal investimento. Este ano rendeu apenas 6,17% ao ano.