Indústria brasileira mira ser 4.0 num mercado em que a China será 6.0

A indústria responde por 29,35% da arrecadação tributária, ou seja, quase três vezes o seu peso na economia
Fernando Castilho
Publicado em 08/01/2023 às 0:05
Opresidente Lula escolheu Geraldo Alkmin com sue vice para a eleições de 2022 e para o novo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Foto: ALOISIO MAURICIO


Na última quarta-feira, o novo ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alkimin disse que terá como principal missão promover um amplo processo que fortaleça a cadeia industrial brasileira, além de ampliar as exportações do país.

Ele disse que “a reindustrialização é essencial para que possa ser retomado o desenvolvimento sustentável” E destacou que é urgente que se promova a reversão da desindustrialização precoce ocorrida no Brasil lembrou que indústria responde por 29,35% da arrecadação tributária, ou seja, quase três vezes o seu peso na economia.

Foi muito estimulante o discurso do novo ministro prometendo perseguir o objetivo de reindustrializar o Brasil. Mas como todo respeito a sua excelência, primeiro é preciso combinar com os chineses.

Explica-se: Nos últimos 30 anos o Brasil - que tinha uma razoável base industrial - perdeu a chance de ser um player internacional em alguns nichos porque os Estados Unidos escolheram, no governo Jimmy Carter, a China como seu parceiro indústrial. Eles transferiram a produção de milhares de fábricas para as províncias governada pelo então presidente Deng Xiaoping.

Para quem não lembra, Xiaoping é o segundo maior líder chinês. Ele é comparado apenas ao fundador da República Popular da China, Mao Tsé Tung cuja marca de respeito só foi alcançada com ele e agora por Xi Jinping. Eles são os três maiores líderes da China após a revolução comunista. Xiaoping é o autor da celebre frase “Enriquecer é glorioso”

A lembrança do papel carmoso Denguizinho é importante porque foi sob seu comando a China recebeu, fábrica, professor universitário, dinheiro e patente para fabricar, literalmente, tudo em termos de produtos para os Estados Unidos e para o mundo. Enquanto formava 300 mil (isso mesmo, 300 mil) engenheiros por ano nas suas universidades e centros de tecnologia.

Depois de 30 anos, a China de Xi Jinping ficou rica, adquiriu base tecnológica global, formou uma classe media alta de 400 milhões de pessoas e construiu empresas de classe mundial. Sim, desde 2021, a China lidera com 60 mil pedidos por ano, a concessão de patentes no mundo. Ou seja: o Xing Ling que a gente comprou no passado agora cobra royalties.

Portanto, será não apenas contra essa China 6.0, além dos Estados Unidos (com 20 mil patentes por ano), que a nova indústria brasileira terá que competir. Naturalmente, sem pretensões de se competitiva em todas as áreas, mas escolhendo nichos onde podemos, de fato, ser competitiva. E sabendo que os chineses já chegaram nesses setores também.

Isso não quer dizer que o Brasil esteja condenado a ser importador industrial. A China, como os Estado Unidos, pode muito, mas não pode tudo. E talvez o caminho da nossa nova indústria 3.0, 4.0 ou 5,0 do Brasil para se tornar competitiva seja ter uma nova abordagem sobre o nosso mercado interno.

E assumir, com humildade, o exemplo do agronegócio que, efetivamente, virou um setor de classe mundial porque a cada dia agrega mais tecnologia à produção de grãos e proteína.

Não dá para achar que o Brasil, sob o estímulo do terceiro Governo Lula, pode fazer tudo na indústria moderna. Muito menos querer fazer isso, de novo, ancorado em dinheiro subsidiado do BNDES.

Não temos o dinheiro, as patentes e o patrocínio dos Estados Unidos por décadas e muito menos mão de obra barata. Mas certamente existem áreas em que o Brasil pode ser competitivo no século XXI.

Esse foi o caminho que outros países escolheram: ser competitivo em determinados elos da cadeia produtiva industrial global. Sabendo que, em alguns deles, mesmo com os chineses, o Japão será o benchmarking. Como a Alemanha será em outros, a Rússia em mais alguns como também se tornaram a França, Itália e mais recentemente a Índia.

E não esquecer, jamais, o que já tentamos, nos outros dois governos Lula a estúpida política de campões nacionais que nos legou o “petrolão” e Lava Jato. Mesmo que dentro do novo Governo ainda flerte com essa idéia absurda.

Exportações BR

A indústria automotiva brasileira comemorou alta de 22% nas exportações com 481 mil veículos 27,8% mais que em 2021. O dado surpreendeu devido as restrições de comércio exterior impostas pela Argentina. O Brasil compensou com outros mercados latino-americanos, em especial México, Colômbia e Chile com SUVs, caminhões e ônibus. Para este ano, a expectativa da Anfavea é de 467 mil unidades.

O Sol tem custo

Gerar energia limpa e renovável, o sistema solar fotovoltaico pode reduzir o valor da sua conta em até 95% mas o que os vendedores dos sistemas não dizem é que eles precisam de manutenção preventiva cuja ausência pode reduzir eficiência da geração de energia em até 50% A vida útil do sistema fotovoltaico vai de 25 a 30 anos, mas ele exige uma frequência de manutenção varia de acordo com o ambiente, a potência, as características do equipamento e o grau de exposição a intempéries

O lixo do mundo

O Circularity Gap Report de 2021 revelou que de tudo o que a humanidade produz, 91,4% vira lixo. Essa conta no Brasil quer dizer que apenas as embalagens representam 30% de todo o material descartado, segundo dados do Instituto Akatu. Ao menos 17% dos alimentos são jogados fora a cada ano, informa outro estudo da ONU.

Mais lixo no Natal

O mais grave dessa sonstatação é que esses números ganham outra dimensão em datas como a black friday, presentes de Natal, amigo secreto, lembrancinhas, kits para clientes e funcionários, roupas novas, móveis, eletrônicos, reformas, ceias, decoração quando o cidadão pode duplicar a capacidade de produzir lixo em sua residência.

Mirante dos Corais

A construtora ACLF inaugurou o stand de vendas do Mirante dos Corais, na Beira-mar do Janga, seu mais novo empreendimento que terá três edifícios residenciais, com 76 apartamentos cada, todos com 3 quartos - um deles suíte. O Mirante dos Corais terá coworking, academia, lavanderia, espaço kids, pet place, quadra poliesportiva, playground, salões de festa e de jogos.

Renegociação

O Itaú Unibanco acaba de iniciar campanha para que seus clientes com dívidas possam reorganizar a vida financeira com mais facilidade. Oferece taxas a partir de 0,5% ao mês, pagamento da primeira parcela para até 60 dias e ainda mais opções de parcelamento e descontos

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