Depois do Carnaval, mercado já aposta numa inflação de quase 6% em 2023

Ameaça vem do IPCA Administrados. Aquela parte da inflação de é decidia por correção de contratos. Segundo o Boletim Focus eles está estimado em 9,0% em 2023
Fernando Castilho
Publicado em 23/02/2023 às 0:05
Sobradinho está com 85,10% de armazenamento. Foto: Divulgação Chesf


A menos que, nas primeira semanas de março, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad apresente uma proposta razoável de controle de gastos e o ministro Alexandre Padilha, secretaria de Relações Institucionais, articule o encaminhamento da proposta de reforma tributária, o Brasil vai caminhar para uma inflação de 6,0% este ano sem perspectiva de que a taxa Selic caia mais do que 1% na última reunião do ano marcada para 12 e 13 de dezembro.

Há dez semanas que o Boletim Focus eleva a projeção da Selic. Toda semana sobe um pouquinho. Nessa tendência, em março, a estimativa do IPCA vira 6,0%.

E não adianta o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto dizer que os investidores têm de mostrar mais boa vontade com governo do Lula da Silva. A contrário do que eles afirma investidor é apressado mesmo. É muito afoito, e só tem boa vontade com o governo se o Governo mostrar fatos.

E tem o problema dos chamados IPCA Administrados. Aquela parte da inflação de é decidia por correção de contratos. Segundo o Boletim Focus eles está estimado em 9,0% em 2023.

Para quem não lembra preço administrados pelo Governo Federal. São os derivados de petróleo, incluindo gasolina, óleo para veículos e gás de botijão, álcool combustível, tarifas de energia elétrica de consumo residencial, telefonia e correios, transporte público, incluindo passagens de avião e de ônibus interestaduais e planos e seguros de saúde. E a nível estadual ou municipal tem gás encanado. IPTU, emplacamento e licenciamento de veículos, água e esgoto transporte público local que inclui ônibus urbanos e intermunicipais e o metrô.

Ao longo do ano eles vão sendo corrigidos. O caso da energia elétrica é emblemático. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já avisou ao governo que a previsão de aumento está acima da média dos últimos anos, em média em torno de 5,6%. Segundo a agência o setor tem um déficit de R$ 500 bilhões que terá de ser pago pelo consumidor. E em algumas regiões do país o aumento pode ultrapassar os 10%, dependendo dos custos de cada distribuidora.

É uma situação curiosa. Todos os sistemas de geração de energia hidráulica estão com, pelo menos, 75% de energia útil armazenada. Ou seja, estamos com todas as barragens cheias. No Nordeste, por exemplo, Sobradinho está com 85,10% de armazenamento. O lago de Tucuruí tem 92,62% de água guardada.

Além disso, o Brasil nunca gerou tanta energia eólica de solar. O Nordeste produziu mais de 9.200 megawatts médios de energia eólica e solar em janeiro, volume equivalente à capacidade de geração de duas usinas do tamanho de Belo Monte. Em janeiro, apenas o Rio Grande do Norte liderou a geração eólica, fornecendo à rede 2.959 MW médios, seguido pela Bahia (2.477 MWm), Ceará (1.009 MWm). O problema é que a conta de energia embute um pacote de atrasados que sobra para o consumidor.

Então, o quadro não é bom. E, aqui para nós, o governo não está ajudando muito. Investidor não se emociona com apelo de presidente. Nem tem medo de governo. E sempre é bom lembrar de tudo que o Brasil tem aplicado em títulos publicos 90,64% é de brasileiros, em real. Os estrangeiros, chamados “Não-residentes” só representam 9,36% de tudo que o Brasil tomou emprestado.

 

Mercado de capitais

Em tempos de volta da ideia de usar o BNDES para financiar tudo no mundo, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais entregou ao governo um estudo sobre a evolução do mercado de capitais no Brasil. Mostra que as captações do mercado de capitais cresceram na medida que diminuiu a dependência das empresas em relação a recursos públicos, via BNDES. Em 2022, as captações no mercado de capitais equivalem a 50% do volume colocado em títulos públicos pelo Tesouro Nacional. Há seis anos era menos de 18%.

Números de João

O prefeito João Campos comemora os cinco dias de festa do Carnaval, onde mais de 2,7 milhões de foliões estiveram nos 44 polos da cidade com destaque para o Marco Zero, no Bairro do Recife. Ele estima que o Carnaval gerou cerca de 50 mil postos de trabalho temporários e injetou mais de R$ 2 bilhões na economia da cidade. Bom, R$ 2 bilhões é um terço do orçamento anual do município e duas vezes a arrecadação anual do ISS.

Reforma difícil

Embora o governo Lula apoie a proposta escrita pelo atual Secretário Especial para a reforma Tributária, Bernardo Appy, a tramitação no Congresso terá firte oposição da Frente Nacional dos Prefeitos que junta prefeitos das mais de 400 médias e grandes cidades do país, responsáveis por 74% do PIB nacional, especialmente, os das capitais. A FNP defende a PEC 46/2022, protocolada pelo Senador Oriovisto Guimarães (Podemos PR), em dezembro último cuja marca é “Simplifica Já” A proposta o ICMS, num IVA Nacional, o ISS numa plataforma única para os 5.570 municípios e desoneração parcial da folha para quem mais emprega, mas sem perda de arrecadação.

Brisanet maior

A telecon com sede no Ceará, Brisanet fechou janeiro com 1.120.567 clientes em todos os nove estados da região Nordeste. A empresa de maior crescimento orgânico de assinantes tem market share em fibra entre 50% e 65% em Natal, Maceió e João Pessoa, e acima de 18% em Fortaleza. O Grupo Brisanet que controla a Agility Telecom já atende a mais de 1,3 milhão de clientes no Nordeste.

Água doada

Enquanto marginais cobram até R$ 90 por uma garrafão de água, a Minalba Brasil, a divisão de alimentos e bebidas do Grupo Edson Queiroz, líder no mercado brasileiro de água mineral fez a doação de 30 mil litros de água mineral (29 paletes) de água sem gás de 1,5 litros, para a população do litoral norte de São Paulo, região duramente castigada pelas chuvas que caíram no final de semana.

Cannabis.BR

Uma avaliação da Associação Brasileira das Indústrias de Cannabis (Abicann), com base em dados da Euromonitor, aponta que o mercado da cannabis deve ganhar força no Brasil nos próximos anos, com potencial para atrair até US$ 30 bilhões e gerar mais de 300 mil empregos em dez anos. Atualmente a produção e o cultivo da cannabis são proibidos no Brasil, a atual regulamentação permite apenas a importação desses produtos, ou da matéria prima semielaborada, por meio de autorizações da Anvisa. Em 2021, a área somou R$ 88,3 bilhões em vendas em 2021, crescimento de 14,7% sobre 2020.

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