O Conselho de Administração da Petrobras nomeou, nesta sexta-feira (25) a engenheira Magda Chambriard como Conselheira de Administração e, a seguir, a elegeu como nova Presidente da companhia.
Ela se tornou a segunda mulher a comandar a empresa. E como a primeira, Graça Foster fez a carreira na própria empresa de onde saiu para ser diretora ANP em 2008 e a Diretoria Geral em 2012. E também como Foster foi escolhida com o apoio da ex-presidente Dilma Rousseff, que no seu governo nomeou as duas para os cargos.
Crachá 01
Curiosamente ao tomar posse na presidência da maior empresa do país Chambriard recebeu o crachá 01 das mãos da diretora de Assuntos Corporativos, Clarice Coppetti que respondia pela empresa com a saída de Jean Paul Prates.
Do ponto de vista de afirmação de política de gênero no Governo Lula, a foto poderia significar mais um gesto de fortalecimento da capacidade feminina. Chambriard recebe o comando de uma mulher depois de ter sido chancelada por outra mulher que se tornou a primeira presidente do Brasil que nomeará também uma outra mulher para o comando da empresa.
Mas isso não é verdade. E o seu silêncio ou o fato de só amanhã falar aos jornalistas mostra sua dificuldade em termos de afirmação. Porque Chambriard assume o cargo depois que o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira se antecipar numa entrevista determinando o que ele deve e o que não deve fazer colocando a executiva numa condição de subordinada que estará no cargo para cumprir uma missão de governo com metas já definidas e sobre a qual não foi ouvida ou interferiu.
Fala machista
O gesto de Silveira revela o profundo machismo do governo Lula a despeito de todo o discurso afirmativo de igualdade de gênero. Ao “pautar” a nova presidente da estatal, o ministro reafirma seu controle na gestão da empresa chancelado pelo presidente. Até porque ele não falaria um dia antes da posse de Chambriard sem o conhecimento de Lula.
Isso não quer dizer que a executiva discorde do que lhe foi determinado pelo ministro e o presidente. Mas expõe a condição de inferioridade em que assume o comando da empresa indicando à sociedade, ao mercado e aos acionistas que está ali para cumprir uma missão e sobre a qual não foi ouvida embora, evidentemente, concorde.
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E o fato de a Petrobras comunica que assinou no mesmo dia da posse da nova presidente os contratos de aquisição dos navios-plataforma P-84 e P-85, com a Seatrium O&G Americas Limited., para atuar nos campos do pré-Sal de Atapu e Sépia, em águas ultraprofundas, no pré-sal da Bacia de Santos, com início de produção previsto entre 2029 e 2030 mostra claramente o foco que o governo Lula exige da Petrobras.
Claro que a aquisição dos navios-plataforma P-84 e P-85 estavam prontas e aguardavam apenas o momento oportuno de serem comunicados. Mas seu anúncio do dia da posse de Chambriard não deixa dúvidas do que o governo lhe exige.
Constrangendo
Silveira constrangeu a presidente da empresa ao dizer um dia antes de sua posse que se fosse presidente da Petrobras, se preocupar “pouco em falar para fora” e muito em se relacionar bem com o acionista controlador. O acionista controlador é o governo e o representante do governo é o ministro das Minas e Energia.
E a posição machista e autoritária dele sobre ela fica definitiva quando diz que “As mulheres quando pegam essa missão o fazem com muito zelo, mas com muita autoridade. Percebi nela disposição, sensibilidade e autoridade para executar as coisas da forma que devem ser executadas. E humildade para ouvir todo mundo e dialogar”.
Infelizmente até agora rigorosamente nenhuma ministra do governo Lula se queixou dessa afirmação contrária aos mais simples conceitos de afirmação da mulher. Há pouca expectativa de que alguma delas o fará. Como outros líderes também não o fizeram.
Missão de mulher
“Missão o fazem com muito zelo”, “executar as coisas da forma que devem ser executadas” e “humildade para ouvir todo mundo e dialogar” são expressões que faria o furor de qualquer mulher razoavelmente empoderada no comando de uma empresa pela carga de preconceito que expõe.
Mas se Chambriard silencia e ninguém alerta o ministro para a inadequação de suas ordens, está claro que ela está ali para cumprir “A pauta “já conhecida”. E que não há por que “criar instabilidade e expectativa diferente do que está público”. Público no caso do Governo Lula.
Vamos ouvir Magda
É possível que a nova presidente na entrevista que dará nesta segunda-feira (27) surpreenda com um discurso afirmativo e que mostre que seu respeitável currículo vai ser suficiente para reorientar a estratégia da Petrobras a partir de agora já que foi escolhida para comandar uma empresa estatal que não é exclusivamente uma empresa de exploração de petróleo. E que tem outras obrigações com “o investidor [o governo Lula]e com o Brasil: gás, fertilizante, refino” como recomendou o ministro.
O problema da visão de Silveira é que a Petrobras é hoje uma empresa exclusivamente de exploração de petróleo. Pelo seu Plano Estratégico 2024-2028 com investimentos de US$102 bilhões a empresa destinará apenas US$11,5 bilhões para projetos de baixo carbono nos próximos cinco anos, Tanto que os investimentos (US$73 bilhões) serão realizados prioritariamente em exploração e produção de petróleo e gás.
Petrobras é petróleo
Isso cria um enorme desafio para Magda Chambriard gerar pautas e eventos para Lula e Silveira mostrarem que a Petrobras agora está voltando a ser uma empresa de alavancagem de investimentos do governo. Embora possa fazê-lo levando os dois para os projetos nas outras áreas, inclusive a Refinaria Abreu (PE) e Lima e ao Comperj(RJ) .
E, quem sabe, até nos projetos de energias renováveis tão caros a Jean Paul Prates. Naturalmente tudo isso sendo visto apenas como uma natural participação do acionista controlador nas decisões, sem ser intervenção como disse o ministro emulando o pensamento do presidente Lula.
Agência de crédito
Os correspondentes bancários já empregam hoje no Brasil mais de dois milhões de pessoas. Eles são responsáveis por mais de 50% da liberação de crédito para pessoas físicas e jurídicas e viraram agência de crédito, muitas vezes, é a porta de entrada do mercado de trabalho para os jovens.
No começo, o correspondente bancário era caracterizado por atuar como monoproduto, no caso, o crédito consignado, mas hoje trabalham com vários produtos financeiros como antecipação de FGTS; crédito para negativados; refinanciamento de veículos e imóveis e agora home equity, que é o crédito com garantia imobiliária.
Microempreendedor
Termina nesta sexta-feira (31) o prazo para a Declaração Anual do Simples Nacional (DASN-SIMEI). Das 15,7 milhões de declarações esperadas, mais de 8,3 milhões de empreendedores ainda não repassaram as informações (apenas 47% preencheram o formulário até o momento).
Shein no Saara
A Shein, varejista global de moda, beleza e lifestyle, se juntou a LWSA para usar o sistema de gestão ERP Bling inserindo no comércio eletrônico os comerciantes do Saara, um dos maiores polos comerciais do país. O foco é a digitalização desses empreendedores, com fornecimento de tecnologias para o e-commerce que podem ser oferecidos pela plataforma.
A iniciativa faz parte do plano de expansão da varejista global de moda no Brasil, com o incremento de vendedores e produtos nacionais. Atenderá às cerca de 900 lojas espalhadas por 12 ruas, na região central do Rio de Janeiro, habilitando esses empreendedores a venderem no marketplace local da companhia.
Feira de saúde
A HospitalMed, melhor e mais completa feira de negócios do setor médico e hospitalar do Norte e Nordeste foi à 29ª Hospitalar, que se encerrou nesta sexta-feira (24), no São Paulo Expo, em São Paulo-SP. Anunciou a edição 2024 que acontecerá entre os dias 23 e 25 de outubro, no Pernambuco Centro de Convenções.
Na contramão
Em tempo de isenção de imposto de importação de produtos com valor de até US$ 50, ficou pronto um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrando o tamanho do impacto de barreiras comerciais impostas ao produto brasileiro: dos US$ 151 bilhões vendidos para União Europeia e a China, mais de US$ 79 bilhões estão expostos aos obstáculos equivalente a 23% do valor exportado pelo Brasil em 2023.
A CNI identifica entraves impostos por outros países e notifica o governo brasileiro para o acompanhamento e negociação para eliminação de barreiras, de forma conjunta. A União Europeia (18), a China (7) e o Japão (7) lideram em números de obstáculos. Ou seja: enquanto o Brasil está isento, a China taxa os nossos produtos.
Woman Day
A empresária Jéssica Monteiro vai promover o encontro Business Woman Day, no Novo Mundo Empresarial, no Paiva, Dia 8 de junho, às 14h no Novo Mundo Empresarial, no Paiva A empresária Jéssica Monteiro vai promover o encontro Business Woman Day falará sobre os 10 anos como empreendedora falando de transformação da mente, desafios da mulher no mercado, imagem pessoal e linguagem corporal e visual, marketing.
Café regional
O Restaurante Mangai, em Boa Viagem, vai abrir para o café da manhã especial, aos domingos, a partir do próximo dia 2 de junho, das 8h30 às 10h30. Terá mais de 60 itens de buffet, além de pratos à la carte.
Eric Castro e Silva
O professor de Direito Tributário da Faculdade de Direito do Recife (UFPE) Eric Castro e Silva, fala sobre o impacto da reforma tributária nos contratos no Congresso da Academia Brasileira de Direito, que acontece nesta terça (28), na Academia Pernambucana de Letras. Falará sobre a mudança substancial na tributação do consumo no Brasil, demandando a criação de um novo sistema tributário até 1º de janeiro de 2026.
Cartão em braille
A empresa Valid, integradora de soluções em identificação segura do Brasil, está lançando o primeiro cartão bancário totalmente em braille do país oferecendo melhor experiência de compra para brasileiros com deficiência visual. Até então, as alternativas que já existem no mercado ofereciam apenas trechos em Braille. A Valid acoplou ao maquinário já existente um módulo que permite a produção em escala e facilita o desenvolvimento do mercado de cartões em relevo.