Pernambuco perdeu neste domingo (25) o empresário Gustavo Perez Queiroz que fez parte de uma nova geração de empresários de Pernambuco que representava o movimento contínuo de renovação dentro da FIEPE. Ele atuava no setor produtor de açúcar e álcool e também do têxtil
Queiroz assumiu a presidência da Federação, com menos de 40 anos de idade quando também era mais jovem que a maioria dos diretores da entidade, mas tinha larga experiência empresarial. Filho mais velho, Gustavo Perez Queiroz deixa sete irmãos, nove filhos e dez netos.
Gustavo Queiroz também fez parte da direção do Jornal do Commercio, na década de 1980, foi diretor do Sindicato da Indústria de Fiação, Tecelagem e Malharia de Pernambuco e presidiu o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), nos anos 90.
Mais associado ao setor agroindustrial, por conta das usinas Bulhões e Salgado, Queiroz atuava também no segmento têxtil, na Cia. Fábrica Yolanda, e tinha empreendimento agrícolas fora de Pernambuco.
Gustavo Queiroz também era conhecido pelos posicionamentos claros e, não raro, incisivos a respeito das políticas econômicas do governo.
No seu discurso, ao assumir a presidência da FIEPE, em 18 de junho de 1983, ele criticou o clima de insegurança a que o setor produtivo era submetido.
Na ocasião, ao falar sobre o ambiente de negócios naquele momento do país, disse que os empresários da indústria estavam “sujeitos a uma série de vexames, de burocracia, de taxas e impostos, além de juros extorsivos quando têm necessidade de operar com capital de estrangeiros”.
Um dos pleitos de Gustavo Perez Queiroz era justamente uma melhor tributação para a indústria no caso do Imposto de Circulação de Mercadorias e serviços, o ICMS, pauta extensivamente defendida pelo dirigente.
Já nos primeiros dias de gestão, também apresentou ao então governador do Estado, Roberto Magalhães, propostas para revitalizar o parque têxtil de Pernambuco.
A atuação de Queiroz à frente da FIEPE satisfez o empresariado local, que convenceu o presidente a se candidatar à reeleição, em chapa única, renovando o mandato para mais um triênio.
Dentre outras contribuições da diretoria encabeçada por Gustavo Queiroz por dois mandatos está a modernização do Departamento de Economia, que passou a contar com um sistema digital integrado com a Fundação Joaquim Nabuco, o que permitiu a realização de pesquisas e levantamentos econômicos de forma mais ágil.
No último ano da gestão, em 1989, quando a FIEPE completava cinco décadas de existência, foi inaugurada a nova sede do SENAI-PE, ao lado do edifício Casa da Indústria.
Após a saída da presidência, Gustavo Perez Queiroz manteve sua participação no associativismo industrial, integrando a diretoria do Sindicato da Indústria de Fiação, Tecelagem e Malharia de Pernambuco.
O empresário Queiroz, José Ranulpho disse que seu irmão deixa "um legado de muito trabalho. Ele, além de tudo, fundou o SENAI de Caruaru nos anos 1980. Estava doente há um tempo e descansou. A saudade fica, mas o legado dele para indústria, em geral, é eterno”,