O problema não é a oposição fazer Lula virar meme nas redes sociais, mas ele pauta-las com suas falas
Lula se mostra com dificuldade de entender a nova realidade global e da nova condição do Brasil como um player do agronegócio global

Marco Maciel era tão cuidadoso com o que falava, quando estava na vice-presidência de Fernando Henrique Cardoso que quando fazia discurso só lia do que estava escrito. E quando dava entrevistas repetia algumas palavras de ligação que se soube depois eram para dar tempo de formular a frase final.
Ele sempre dizia que havia uma distância muito grande entre o que um senador falava na tribuna no Congresso (discurso) e o que o presidente ou vice-presidente da República falava em qualquer lugar (pronunciamento).
Orador singular
O presidente Lula é um orador extraordinário, ao menos foi no passado. Mas sempre tropeçou nas entrevistas. Não é de agora. O que não havia antes eram as redes sociais que permitem que uma frase mal construída mentalmente seja cortada e vire um mame ou uma base de um novo vídeo pelos adversários em minutos.
E isso tem a ver com o que o governo e sua nova equipe de comunicação terá que conviver. No passado, a Imprensa que entregava o jornal no dia seguinte até corrigia o tempo do verbo editando a fala do presidente. Hoje, isso é o que subsidia o ataque da oposição.
O caso da entrevista de Lula numa rádio quando tentou dar aulas à dona de casa sobe como economizar e fazer valer a velha lei da economia de que preço é função de oferta e demanda escrita nos livros como teoria básica é um bom exemplo do custo político que vai pagar sempre que entender de passar conceitos sobre os quais tem conhecimento raso mas julga lhe dar autoridade para abordar.
Visita a feira
O presidente Lula, certamente, faz anos que não entra num supermercado para comprar uma penca de bananas, um quilo de frango ou um litro de leite. A própria condição de celebridade política antes de ocupar a presidência no Brasil jamais lhe permitiria comportamentos como o de Ângela Merkel, da Alemanha, que frequentemente fazia compras no bairro onde morava. Ainda que acompanhada discretamente pela segurança. E não fez isso mesmo quando esteve fora da presidência.
O presidente também tem uma enorme dificuldade de entender o que aconteceu com o Brasil desde que assumiu a presidência quando tudo que produziu no campo somou 47 milhões de toneladas, em 2003 e a potência agrícola que nos tornamos liderando, aos menos, 10 itens na produção global sete deles exportados com os maiores volumes do mundo que este ano nos levará a 325 milhões de toneladas.

Era importador
No passado, como importador poderia baixar (como baixou o imposto) para regular o abastecimento interno. Ou fazendo uso de estoques reguladores que podiam ser liberados reduzindo a pressão.
Hoje isso virou ao contrário, pois tanto nas commodities agrícolas como milho, soja, feijão, arroz como nas proteínas animal como carne bovina, frango e porco os preços estão diretamente conectados ao dólar o que reduziu a margem de manobra do governo.
O presidente viu isso ano passado quando assessores desavisados da realidade sugeriram importar um milhão de toneladas de arroz depois das enchentes no Rio Grande do Sul.
Como se de uma semana para outra fosse possível encontrar no mercado internacional esse volume de arroz. O governo teve que voltar atrás com o constrangimento de se mostrar desinformado. Não importamos um quilo de arroz para forçar a baixa dos preços.
Hoje é exportador
O presidente não aprendeu a lição e esta semana ampliou o equívoco se metendo a dar aulas de economia doméstica à dona de casa com um discurso que embute uma taxa de certeza que nenhuma analista sênior de mercado rural tem.
Ele vai errar todas as vezes em que falar sobre o que acha que está certo sem ouvir os auxiliares mais preparados. Embora seja muito difícil que qualquer um deles tenha coragem cívica de numa reunião privada contrapor às opiniões equivocadas de Lula.
Tudo é marketing
O presidente decidiu entregar seu destino político a um marqueteiro. É uma aposta muito alta. Porque os manuais de marketing estratégico advertem sem consistência do produto (ou do político), apenas a comunicação não dá conta. E a história está cheia de exemplos de desastres de produtos (e políticos) que não resistiram ao confronto dos fatos pelos consumidores.
Mas Lula acredita poder encantar o seu possível eleitor viajando pelo Brasil e contando suas histórias e ensinando suas lições. Tomara que acerte. E que, ao menos, corrija o discurso. Não pelo seu destino eleitoral em 2026. Mas pelo caminho que o Brasil precisará percorrer com ele até as próximas eleições. Um debate que ele próprio (com sua taxa de certeza sobre tudo de 110%) decidiu colocar na rua apostando tudo no marketing.

COMBUSTÍVEIS
A ANP promove nesta quinta-feira (13), a partir das 9h, o Seminário de Avaliação do Mercado de Combustíveis 2025 (ano base 2024). O evento será de forma virtual, ao vivo, por meio da plataforma Teams. O seminário tem como objetivo apresentar um balanço do trabalho desenvolvido pela ANP na regulação e fiscalização do abastecimento em 2024 e analisar a evolução do mercado de combustíveis.
Entre as informações apresentadas estarão dados de comercialização de cada tipo de combustível, importação e exportação, quantidade de agentes econômicos em cada segmento do mercado, dados de fiscalização, entre outras.
CEARÁ LISBOA
A LATAM Airlines Brasil vai operar a rota Fortaleza-Lisboa entre 7 de abril e 20 de outubro deste ano. Será o primeiro voo direto da companhia do Nordeste para a Europa desde 2009. Além da nova rota, foram discutidas no encontro as oportunidades futuras de investimentos da companhia no estado. O voo semanal terá duração média de 7h30 e a rota será operada às segundas-feiras em aeronaves Boeing 787 (capacidade para 30 passageiros na cabine Premium Business, 57 na Economy + e 213 na Economy). Vai decolar de Fortaleza às 6h15 (hora local do Brasil). No sentido inverso, partirá de Lisboa às 18h30 (hora local de Portugal).

FESTA DO MÁRMORE
De 18 e 20 de fevereiro em São Paulo acontece o Marmomac Brazil, feira internacional do segmento que pela primeira vez será realizada fora da Europa. Com mais de 200 marcas expositoras e expectativa de atrair 15 mil visitantes de mais de 60 nações, o evento se consolida como uma plataforma estratégica para o mercado global.
PLANEJAMENTO
Pesquisa nacional da Serasa revelou que 60% da população brasileira já realiza planejamento financeiro para o período de inatividade, mas faz isso com apenas cinco anos de antecedência. O levantamento foi feito pelo Instituto Opinion Box e ouviu 1.052 pessoas aposentadas ou prestes a se aposentar. A pesquisa mostrou que 53% dos aposentados relataram que precisaram continuar trabalhando para complementar a renda.
Turismo de luxo
Liderada pela empresária Lane França, a agência Come Together comemora o marco de 160 viagens personalizadas ao longo de cinco anos de mercado. A empresa atua no segmento de turismo de luxo em parceria com empresas como a Version Unique, Turismo de Megève e Brach Madrid - Evok Collection. O portfólio da agência recifense inclui experiências destinos como Egito, Tanzânia, Quênia, Sudeste Asiático, Seychelles e Maldivas.

Caixa na Ademi
Nesta terça-feira Ademi-PE recebe nesta terça-feira (11), às 12h30 executivos da Caixa Econômica Federal que vão apresentar as recentes mudanças no financiamento imobiliário que repercutiram no desenvolvimento do setor da construção civil em Pernambuco. Vão o superintendente executivo de Habitação, João Victor de Oliveira, o superintendente executivo de Atacado, Bruno Montanha, o gerente de Filial - Habitação da CEF no Recife, Rodrigo Quental.
Ciberimunidade
Nesta quinta-feira, representantes dos estabelecimentos de saúde privados e filantrópicos e do Sindhospe participaram do 2º Encontro da Região Metropolitana na sede da instituição, no bairro de Santo Amaro, no Recife. A conversa é sobre proteção cibernética dos hospitais, também chamada de ciberimunidade, está entre os temas centrais do evento.
Receita Saúde
De acordo com levantamento da Tivita, startup voltado para a gestão financeira de clínicas e consultórios, as novas regras para recibos de saúde, que agora devem ser gerados pelo aplicativo oficial da Receita Federal, o 'Receita Saúde', deve gerar um aumento de arrecadação de até R$ 8 bilhões para os cofres públicos em 2025, reduzindo em pelo menos 30% os casos de retenção na malha fina do imposto de renda. O novo serviço deve reduzir o número de mais de 800 mil declarações de imposto de renda pessoal que foram retidas na malha fina por inconsistências nas despesas médicas informadas que significou 57% do total de 1,5 milhão de declarações retidas.

CRESCIMENTO
O faturamento real da indústria de transformação cresceu 5,6% em 2024, em relação ao ano anterior, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Foi a maior alta do Indicador Industrial desde 2010. Outro indicador que reflete o desempenho positivo da indústria no ano passado é o de número de horas trabalhadas na produção, que cresceu 4,2% frente a 2023.