PE-15, uma rodovia onde tudo é feio, sujo e degradado

Publicado em 20/05/2016 às 7:30
Foto: Mato alto é um dos problemas da PE1-15. Fotos: Ricardo Labastier/JC Imagem


Mato alto é um dos problemas da PE1-15. Fotos: Ricardo Labastier/JC Imagem   Tudo é feio, sujo, desorganizado e degradado na PE-15, rodovia estadual com 12 quilômetros que interliga importantes municípios da Região Metropolitana do Recife, como Olinda, Paulista e Abreu e Lima. Nesta quinta-feira (19/5), o Departamento de Estradas de Rodagem de Pernambuco (DER-PE), responsável pela via, começou a intensificar a fiscalização para reduzir acidentes e inibir a invasão do corredor exclusivo de BRT, o Norte-Sul. Mas os desafios da rodovia são muito maiores do que as infrações de trânsito. A infraestrutura decadente e a falta de sinalização são os principais problemas. LEIA MAIS Corredor Norte-Sul – um BRT novo com cara de velho Ciclovia da PE-15 voltará a existir Corredor Norte-Sul totalmente pronto somente em julho. Leste-Oeste ainda sem previsão. Assim caminha o BRT pernambucano A PE-15, inclusive, deveria ser a rodovia dos sonhos se dependesse das muitas promessas feitas em seu nome. Somente nas gestões do PSB à frente do governo do Estado foram duas. Em 2014, o então governador Eduardo Campos prometeu R$ 14 milhões – 100% recursos do tesouro estadual – para requalificar a rodovia. O anúncio foi feito com pompa por Campos, no mesmo dia em que ele fez outra promessa: a criação do Plano Diretor Cicloviário (PDC), formatado, mas não executado.   Pavimento está degradado em vários pontos,  como na Cidade Tabajara, em Paulista, e próximo ao TI da PE-15, em Olinda   A requalificação não aconteceu e, em janeiro de 2015, com apenas dez dias como governador de Pernambuco, Paulo Câmara foi pessoalmente acompanhar os trabalhos de capinação, pintura de meio-fio, sinalização e recuperação de parte do pavimento, definida pelo governo como requalificação da PE-15. Naquela época, não havia previsão do projeto anunciado por Eduardo Campos sair do papel, Hoje, dois anos e meio depois, também não há. Os R$ 14 milhões iriam permitir refazer a ciclovia que existe na pista leste da PE-15, construir passarelas e urbanizar toda a via. Também foi prometido um projeto de paisagismo. Mas como sabem todas as pessoas que circulam pela rodovia, nada saiu do papel. E o que é pior, com o tempo, a degradação da PE-15 só aumentou. Andar por ela é aprender a conviver com a degradação em todas as suas formas. O lixo deixado às margens é companheiro permanente. Os blocos de concreto também. Na ausência dos equipamentos ideais, viraram ferramenta de engenharia de tráfego para bloquear ou direcionar o tráfego, mesmo sendo feios e sujos. Os canteiros da PE-15 também estão tomados pelo mato. A falta de capinação chega a comprometer a visibilidade de motoristas e também de pedestres.   Você sabia que existe uma ciclovia em toda extensão da pista leste da PE-15? Não? Muita gente nem percebe porque vive obstruída   A degradação ainda é vista na faixa exclusiva de BRT, que integra o Corredor Norte-Sul. A pista está repleta de buracos e desníveis, danificando os veículos BRTs e atrasando as viagens. O cenário degradante é complementado pela sujeira das estações de embarque e desembarque, cobertas pela poeira dos veículos. “Promessas não faltam para essa PE-15. Infelizmente, só promessas. Está suja, degradada e, o que é pior, abandonada” resume o consultor empresarial Tibério Preaxar, que circula com frequência pela PE-15. Nos trechos mais adensados da rodovia, como em Olinda, por exemplo, a ciclovia simplesmente inexiste. Foi ocupada irregularmente por todos: comércio local, oficinas e veículos. Está tão degradada que muitas pessoas sequer sabem que ali, um dia, existiu um equipamento para ciclistas.   Pista exclusiva dos BRTs e ônibus está destruída. Invasão de veículos particulares é constante. Foto: Diego Nigro/JC Imagem   “Estamos intensificando a fiscalização na PE-15 para diminuir as infrações e os acidentes. Temos uma média de 50 acidentes na via por mês e, desde o início do ano até abril, foram 320 multas gravíssimas de veículos trafegando na faixa exclusiva dos ônibus. Queremos reduzir esses desrespeitos em pelo menos 30%”, planeja o gestor de fiscalização do DER-PE, Laurent Licari. O projeto de requalificação da rodovia era de responsabilidade da Secretaria das Cidades, mas foi transferido para a Secretaria de Turismo, que não tem qualquer previsão de quando os trabalhos terão início.
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