Golpe na educação de trânsito em Pernambuco

Publicado em 29/05/2016 às 11:00
Foto: Na foto atual, tirada na semana passada, a EPT perde espaço e vez com a ocupação do prédio pela Secretaria das Cidades. Foto: Roberta Soares


  Em 2010, quando foi inaugurada pela gestão Eduardo Campos, a EPT tinha um prédio só para ela. Foto: JC Imagem   Foi um soco na barriga, seguido por uma rasteira de derrubar no chão. A educação de trânsito em Pernambuco sofreu um baque grande com o desmonte da Escola Pública de Trânsito (EPT), localizada na Iputinga e gerenciada pelo Detran-PE. O prédio ocupado pela escola, localizado no mesmo terreno da sede do Detran-PE, com três pavimentos, oito salas de aulas, biblioteca, três salas administrativas e auditório para 200 pessoas – tudo até então para uso exclusivo da qualificação de motoristas e, principalmente, formação de agentes multiplicadores de educação – não existe mais para essa função. A EPT foi desmontada para receber a Secretaria das Cidades, que se mudou do prédio que ocupava na Rua Gervásio Pires, Centro do Recife, para o espaço. À EPT, restou apenas três salas para tudo: aulas e gerência. Quem chega ao prédio à procura da escola, depara-se com funcionários das Cidades atônitos, que mal sabem informar para onde ou o que foi feito da EPT. Depois de alguma insistência, consegue-se a informação de que ela foi reduzida a três salas do prédio. Vale lembrar que a criação da unidade foi anunciada com pompa pelo então governador Eduardo Campos, às vésperas da reeleição, em 2010, e que rendeu bons dividendos políticos para o governo. Tinha a missão de ser um espaço para cursos, pesquisas, palestras, seminários e fóruns de discussões sobre o trânsito.   Na foto atual, tirada na semana passada, a EPT perde espaço e vez com a ocupação do prédio pela Secretaria das Cidades.  Foto: Roberta Soares   Nas fotos postadas se comprova a perda de prestígio da EPT. Em 2010, quando foi inaugurada com mil referências, a marca dominava a fachada do prédio. Agora, a identificação da escola foi transferida para baixo, sem visibilidade e escondida pelos automóveis. A sala com computadores também não existe mais. Funcionários da EPT e educadores estão revoltados com o desmonte. Dizem que a escola vinha sendo sucateada e que, do jeito que está, jamais conseguirá cumprir com a missão da educação de trânsito. Alegam que o discurso do governo de que, apesar da perda do prédio, os cursos continuarão dados em parcerias, é estratégia para camuflar o desmonte. E indagam: o orçamento de R$ 1,1 milhão/ano será o mesmo? De oito salas de aulas, auditório, biblioteca e salas administrativas, a escola ficou com apenas três salas. A da foto, com computadores, não existe mais. Foto: JC Imagem O Detran-PE diz que a perda do prédio não compromete a qualidade da EPT e que a economia justifica. Garante, ainda, que os cursos continuarão sendo oferecidos e que a meta de formação irá superar em 68% a de 2015. Em vídeo, o gerente da EPT, Ivson Correia, faz a defesa do que a coluna chama de desmonte. Reconhece a perda do prédio, mas argumenta que a quantidade e a qualidade da formação serão preservadas. Diz, também, que o espaço estava subutilizado. Que não havia demanda de pessoas para a escola. Com o tempo, se percebeu que era mais interessante ir às empresas parceiras.  Confira o vídeo:
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