POR ROBERTA SOARES, DA COLUNA MOBILIDADE
Em menos de dois meses, o Metrô do Recife muda, novamente, de superintendente. Sai o advogado Tiago Pontes, que havia assumido a Superintendência de Trens Urbanos do Recife no dia 5 de março deste ano, e entra Carlos Fernando Ferreira da Silva Filho, que atuou como secretário de Habitação do Recife e de Jaboatão dos Guararapes. A mudança de comando é assinada pelo diretor-presidente da CBTU, José Marques de Lima, e teria sido provocada, mais uma vez, por disputas políticas. Algo que, vale ressaltar, historicamente faz parte da rotina do sistema metroviário pernambucano e sempre comprometeu a sua eficência.
Tiago Pontes foi um nome indicado pelos deputados federais Silvio Costa Filho (Republicanos), Ricardo Teobaldo (Podemos) e Augusto Coutinho (Solidariedade), e agora, o novo superintendente seria indicação do atual prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira, do Partido Liberal. Atualmente, Carlos Fernando Ferreira da Silva Filho é secretário executivo de Habitação de Jaboatão. A assesoria de imprensa de Silvio Costa Filho, inclusive, corrige a coluna e garante que a indicação de Pontes foi algo que teve um apoio ainda maior, sendo articulada por toda a bancada pernambucana, incluindo onze deputados federais no geral. Entre eles, os deputados federais André de Paula (PSD) , Ossesio Silva (Republicanos) e Raul Henry (MDB).
Funcionários estão atônitos com as constantes mudanças na superintendência, o que mostra o descontrole e a ausência de gestão e cuidado com o sistema, usado como jogo político pelo governo federal. Principalmente durante uma pandemia como a que o mundo vive. As trocas acontecem de repente, pegando a todos de surpresa e sem uma razão específica.
- Para proteger funcionários do coronavírus, Justiça do Trabalho determina que Metrô do Recife libere catracas
- CBTU define como irresponsável decisão de liberar catracas do Metrô do Recife por causa do coronavírus e recorre judicialmente
- TRT derruba decisão que obrigava Metrô do Recife a funcionar com catracas liberadas devido ao coronavírus
- Metrô do Recife perde 76,6% dos passageiros e 87,8% da arrecadação devido ao coronavírus
- Governo de Pernambuco se reúne com empresários, mas silencia sobre demissões de motoristas e cobradores de ônibus
- Pandemia já provocou prejuízo de R$ 52 milhões aos ônibus e de R$ 5 milhões ao Metrô do Recife
- O futuro incerto do transporte público no pós-pandemia
DOCUMENTO COMPROVA A NOMEAÇÃO DO NOVO SUPERINTENDENTE
Desde o fim de 2019, é a terceira mudança de comando do Metrô do Recife. Em outubro do ano passado, a administração cetral da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), no Rio de Janeiro e comandada pelo metroviário pernambucano José Marques, exonerou do cargo de superintendente o funcionário de carreira e técnico da empresa Leonardo Villar Beltrão, após comandar o metrô por três anos. Entrou a advogada Renata Teti, também funcionária de carreira da CBTU, mas com experiência na área jurídica e atuando como diretora adjunta de planejamento.
DOCUMENTO COMPROVA O AFASTAMENTO DO ANTIGO SUPERINTENDENTE
Quando ela assumiu já havia comentários de que passaria apenas um curto tempo porque a vaga estaria sendo negociada politicamente. E foi o que aconteceu. Ela saiu para entrar Tiago Pontes, que agora sai para dar lugar a um escolhido do Partido Liberal. Nesse troca-troca recente, o único superintendente técnico, com experiência operacional de sistemas metroferroviários foi Leonardo Villar Beltrão.
LEIA MAIS CONTEÚDO NA COLUNA MOBILIDADE www.jc.com.br/mobilidade
Comentários