As ruas e terminais integrados da Região Metropolitana do Recife seguem com pouquíssimos ônibus, não há qualquer perspectiva de negociação entre rodoviários e patrões, o que deverá complicar a volta para casa nesta terça-feira (22), primeiro dia da greve dos motoristas e cobradores. O governo do Estado jura que, no fim da manhã, 761 ônibus circulavam pela RMR, mas nas ruas isso era difícil de ser comprovado. Pela manhã, horário de maior movimento no transporte, apenas 25% dos veículos circularam e, mesmo assim, somente depois das 7h/7h30.
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Os 761 ônibus representariam, segundo o Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano (CTM), 62% do que foi determinado para os horários fora do pico da manhã e da tarde, quando foi exigido 50% de coletivos nas ruas. Nesses horários, no entanto, a demanda de passageiros cai mais da metade. O desafio é garantir a volta para casa, no fim da tarde, quando a determinação do governo do Estado era para que voltasse a operar 70% do serviço.
PEDIDO DE DISSÍDIO
Os empresários de ônibus deram entrada, no fim da manhã desta terça (22), no pedido de dissídio coletivo de greve no Tribunal Regional do Trabalho (TRT da 6ª Região), e pedem, ainda, que o movimento também seja considerado ilegal. E André Melibeu, diretor de Operações do CTM, informou que o órgão estará acionando o Ministério Público do Trabalho (MPT) sobre o descumprimento da frota durante o primeiro dia da greve.
Confira nota do CTM:
"O Grande Recife Consórcio de Transporte informa que, em razão da decretação de greve dos rodoviários, alguns integrantes do sindicato da categoria dificultaram a saída dos veículos das garagens, atrasando o início da operação na manhã desta terça (22). Com isso, o Consórcio oficiou o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) de que os sindicatos das empresas de ônibus e dos rodoviários não cumpriram o que determina a Lei de Greve, com a manutenção da operação parcial dos serviços do transporte coletivo como atividade essencial (70% no horário de pico e 50% no fora pico).
O Consórcio reforça que tomará todas as medidas jurídicas cabíveis no sentido de normalizar a frota estabelecida pelo órgão gestor. Até as 10h desta terça (22), um total de 761 veículos estava em circulação, o que representa 62% da frota programada para o horário. Até o fim da tarde, a expectativa é que esse percentual seja incrementado para minimizar os transtornos na volta para casa.
Equipes de fiscalização do Consórcio acompanharam e continuarão acompanhando a saída da frota das garagens. Para os horários de pico, das 5h às 9h e das 16h às 20h, devem ser colocados em circulação 1.695 ônibus. No horário fora pico, a frota programada deve ser de 1.211 veículos nas ruas. O Consórcio esclarece que solicitou que as empresas operadoras priorizem as linhas de maior demanda dos principais corredores de ônibus e de terminais integrados. O órgão gestor está monitorando o percentual de veículos em circulação para que a programação estabelecida seja cumprida e, assim, os transtornos para o usuário sejam reduzidos".
VITÓRIA
Os rodoviários, por outro lado, avaliaram o movimento como uma vitória. Apesar de o governo do Estado dizer que a dificuldade de lançar a frota nas ruas aconteceu porque houve impedimento na porta das garagens, a categoria alega que os motoristas não foram sequer para as garagens. Ou seja, que a adesão ao movimento foi grande por parte da categoria.
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