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Arco Metropolitano, projeto que nunca saiu do papel, ganha discussão no Crea-PE

Encontro acontece na próxima quinta-feira (8) e marca primeiro evento do eixo Um projeto para Pernambuco e o Brasil

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Roberta Soares

Publicado em 02/07/2021 às 19:13 | Atualizado em 02/07/2021 às 19:15
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O Arco Metropolitano, projeto de infraestrutura rodoviária que há quase 20 anos é discutido para desafogar a Região Metropolitana do Recife sem nunca ter saído do papel, volta ao centro das discussões numa provocação feita pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE). O projeto será o assunto de uma live técnica programada para acontecer no próximo dia 8 de julho, nas redes sociais da entidade classista. A discussão promete ser de alto nível pelos convidados escolhidos para abordar e mediar o tema - pessoas que têm envolvimento direto com a proposta do eixo rodoviário.

O encontro terá a participação da secretária de Infraestrutura e Recursos Hídricos de Pernambuco, Fernandha Batista, atualmente a responsável pela execução do projeto, e do engenheiro eletricista Herbert Tejo, que preside o Fórum Socioambiental de Aldeia, entidade que contesta o impacto ambiental de um dos traçados do Arco porque ele passa justamente pela Área de Proteção Ambiental Aldeia Beberibe. O engenheiro civil Maurício Andrade e a engenheira florestal Isabelle Meunier participarão do evento como debatedores. E a mediação do debate será do engenheiro civil João Recena, ex-secretário de Indústria, Comércio e Turismo, de Planejamento e de Minas e Energia de Pernambuco.

Artes jc
CTP Arco metropolitano - Artes jc

O desafio da discussão é achar um ponto de equilíbrio para a implantação do Arco dentro da lógica do desenvolvimento sustentável. Buscar alternativas viáveis sob os aspectos ambientais, econômicos, sociais e tecnológicos para o eixo rodoviário. O Arco pretende ligar Igarassu ao Cabo de Santo Agostinho, criando uma nova alternativa de rota na RMR. “O trecho da BR 101, que liga a Mata Norte, nas imediações de Igarassu, à Mata Sul, na saída de Jaboatão dos Guararapes, não suporta mais a quantidade de veículos. É importante uma solução como o Arco Metropolitano, mas precisamos de um projeto num conceito da sociedade atual, com sustentabilidade. Não pode ser qualquer solução. Precisa respeitar o meio ambiente, as boas práticas da engenharia”, destaca o presidente do Crea-PE, Adriano Lucena.

“O Arco Metropolitano é uma obra estratégica para a melhoria da infraestrutura logística, e que contribuirá para o desenvolvimento econômico e social do Estado, a partir da melhoria da qualidade no transporte coletivo e do incremento no escoamento da produção. O objetivo do governo do Estado é assegurar a elaboração de bons projetos de engenharia, que contemplem os aspectos técnicos e socioambientais da iniciativa”, defende a secretária Fernandha Batista.

ARTES JC
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Herbert Tejo, presidente do Fórum Socioambiental de Aldeia, destaca que o ponto principal da discussão é referente ao trecho que vai da BR 101 Norte à BR 408, no limite de Paudalho/São Lourenço. “O traçado causa um impacto ambiental prejudicial não só pela mata, mas pelas nascentes ribeirinhas. Ele reconhece ser um debate difícil, mas acredita que o evento promovido pelo Crea poderá abrir espaço para ideias viáveis e que contemplem o projeto, respeitando o meio ambiente.

Foto: Felipe Jordão / JC Imagem
Corredor rodoviário que desafogaria a BR-101 é discutido há 20 anos sem sair do papel - Foto: Felipe Jordão / JC Imagem

O encontro é organizado pelo Comitê Tecnológico Permanente (CTP) do Crea-PE e é o primeiro evento do eixo “Um projeto para Pernambuco e o Brasil”, que vai debater temas de relevância para o Estado e o País. O CTP, que organiza o evento, é um comitê formado por profissionais com experiência e liderança nas áreas de atuação da engenharia, agronomia e geociências. Ele reúne três eixos de atuação: um ligado à educação e à formação do engenheiro, outro com um olhar para a qualidade e inovação na engenharia e, por fim, o terceiro eixo, batizado de Um projeto para Pernambuco e o Brasil, com uma engenharia mais propositiva. Este eixo está sob a coordenação do engenheiro civil João Recena.

Segundo João Recena, o Arco Metropolitano é hoje o projeto que vai conectar Pernambuco ao desenvolvimento econômico, com ampliação de captação de novos projetos industriais, mas precisa ser feita de forma responsável e equilibrada. “O desafio é enorme para conjugar de forma satisfatória um caminho que possa ser percorrido harmonicamente pela viabilidade econômica e ambiental. Mas estamos abrindo um espaço propositivo para isso mesmo, buscar soluções”, observa. O encontro será transmitido ao vivo, a partir das 19h, pela TV Crea-PE, no YouTube. haverá espaço para interação com o público, com perguntas para os participantes.

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