Precisamos discutir os limites de velocidade nas ruas e avenidas de nossas cidades. A violenta colisão de um Fiat Palio contra um posto de gasolina localizado na Avenida Bernardo Vieira de Melo, na altura da Curva do S, no limite entre os bairros de Candeias e Piedade, bairro de Jaboatão dos Guararapes, escancarou ainda mais essa necessidade. O condutor, um jovem de 25 anos, desenvolvia, segundo perícia técnica realizada pelo Instituto de Criminalística de Pernambuco (I.C.), 180 km/h e ainda estava sem o cinto de segurança. Dessa vez, o causador da colisão - o motorista do veículo - foi quem faleceu, mas é comum vermos inocentes morrerem, enquanto os causadores escapam, às vezes com ferimentos leves - já que os veículos são cada vez mais equipados com equipamentos de segurança.
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O condutor colidiu com o veículo contra uma das bombas de gasolina e, posteriormente, contra a loja de conveniência, onde duas pessoas - uma mulher e um homem - estavam e, por sorte, não correm risco de morte. A violência foi tanta que parte da bomba foi arremessada e atingiu o casal. Além disso, o carro ficou tão destruído que até o motor foi arrancado na colisão. Não se sabe ainda se havia sinais de consumo de álcool pelo condutor, que morreu na hora. Por isso, também não foi feito teste de alcoolemia. Vale ressaltar que a Avenida Bernardo Vieira de Melo não tem nenhum equipamento de controle de velocidade naquela região.
CONSEQUÊNCIAS
Muita gente não sabe, mas um atropelamento no trânsito a uma velocidade de 60km/h equivale a aproximadamente uma queda do 6º andar. Essa vítima, inclusive, tem 98% de chances de vir a óbito. Quanto mais rápido um veículo estiver trafegando, maior será o impacto de um sinistro de trânsito (não se chama mais acidente de trânsito. Entenda). Dessa forma, a velocidade afeta não só o risco de ocorrência de um sinistro, mas a gravidade com que ele ocorre. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma redução de até 5% na velocidade média do veículo pode resultar em 30% menos sinistros fatais, ou seja, com óbitos.
Mesmo a uma velocidade de 50km/h o perigo permanece. Segundo a OMS, o motorista também não consegue frear a tempo e o pedestre é atropelado, mas as chances de sofrer apenas ferimentos e sobreviver são maiores. Já a 40km/h ou menos, o atropelamento é evitado. Por tudo isso, além de defender que as velocidades determinadas pelo CTB sejam cumpridas rigidamente, sem leniência, o ideal é atender às recomendações da OMS: velocidade máxima de 50 km/h nas áreas urbanas.
Confira alguns impactos do excesso de velocidade:
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