Operação Lei Seca: câmeras que filmarão testes vão proteger os agentes de motoristas alcoolizados. Isso sim
Quem conhece a Operação Lei Seca sabe disso. Mais de 80% dos flagrantes de alcoolemia realizados nas blitzes são por recusa, ou seja, o motorista se nega a fazer o teste no etilômetro porque sabe que bebeu antes de dirigir e será flagrado pelo equipamento
Pelo menos no caso da Operação Lei Seca, as câmeras acopladas às fardas (as chamadas bodycams) que serão usadas em breve pela Polícia Militar de Pernambuco durante as abordagens aos motoristas, servirão para garantir a segurança dos agentes da lei e protegê-los no caso de agressões por motoristas alcoolizados e, muitas vezes, raivosos.
Quem conhece a Operação Lei Seca sabe disso. Mais de 80% dos flagrantes de alcoolemia realizados nas blitzes são por recusa, ou seja, o motorista se nega a fazer o teste no etilômetro porque sabe que bebeu antes de dirigir e será flagrado pelo equipamento.
VEJA DETALHES DA C MERAS QUE SERÃO USADAS PELA PM NA OPERAÇÃO LEI SECA EM PERNAMBUCO
Confira a série de reportagens Por um novo transitar
Não é mais acidente de trânsito. Agora, a definição é outra nas ruas, avenidas e estradas do Brasil
Muitos o fazem porque querem evitar a prática do crime de trânsito, que vai além da multa financeira. O crime de trânsito se configura quando o nível de álcool no sangue excede os 0,33 miligramas de álcool por litro de ar. Nesses casos, a pessoa é encaminhada à delegacia de polícia e, para não ficar presa, paga uma fiança definida pelo delegado.
No primeiro semestre de 2021, por exemplo, as 2.567 multas por alcoolemia registradas na Operação Lei Seca, 2.129 foram por recusa. Cenário semelhante em 2020, 2019 e na maioria dos anos da operação.
Essa é a verdade, embora a Operação Lei Seca em Pernambuco seja uma realidade e temida pelos condutores que ainda se arriscam na mistura álcool e direção - uma minoria, felizmente, algo entre 2% e 3% dos abordados.
Vale lembrar que a Lei Seca no Estado teve dois momentos: primeiramente, foi lançada junto com o projeto nacional e coordenada pela autoridade de trânsito, no caso o Detran-PE, em 2008. Quatro anos depois, em 2012, virou política de saúde pública, com a Secretaria Estadual de Saúde (SES) assumindo a coordenação.
A PM foi introduzida na fiscalização exatamente para impor respeito nas abordagens, já que era comum motoristas furarem os bloqueios, jogarem os veículos sobre os agentes do Detran-PE e até agredi-los.
Com a presença de instituições públicas diferentes - Secretaria de Saúde, Detran-PE e PM -, as blitzes ganharam credibilidade para as abordagens, evitando o abuso de autoridade e vícios que às vezes são comuns em blitzes de trânsito.
“As câmeras ajudarão bastante e trarão transparência à operação do lado dos agentes e também do lado da sociedade. As agressões no início eram mais frequentes. Hoje diminuiu bastante. Ainda existem condutores que tentam furar o bloqueio viário. Por falta de conhecimento que existem motocicletas na operação e que elas buscam esses condutores que foge”, afirma o diretor de Fiscalização do Detran-PE, Sérgio Lins.