COLUNA MOBILIDADE

Aplicativos como aliados na gestão do trânsito nas cidades

Mesmo com as ponderações e as limitações à metodologia dos levantamentos realizados, é impossível negar o quanto os aplicativos que têm base na geolocalização podem contribuir para a mobilidade urbana das cidades

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Roberta Soares

Publicado em 13/03/2022 às 7:50 | Atualizado em 14/03/2022 às 17:02
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Mesmo com as ponderações e as limitações à metodologia dos levantamentos realizados, é impossível negar o quanto os aplicativos que têm base na geolocalização podem contribuir para a mobilidade urbana das cidades. Apresentam dados reais, em tempo real. O Recife, por exemplo, assim como muitas capitais, não calcula sequer o índice de congestionamento na cidade, mas poderia ter, ao menos, uma percepção aproximada e diária das retenções fazendo uso de dados disponibilizados por plataformas como Waze e TomTom. E tudo isso, vale ressaltar, de graça ou, no máximo, com um custo de ter uma equipe de profissionais capacitados para analisar as informações disponíveis.

Confira a série Trânsito travado:

Os bairros do Recife onde o trânsito é mais perigoso

Tecnologia fica a desejar na gestão do trânsito

Apesar dos problemas, gestão municipal tem resultados positivos

Recife, mesmo com a pandemia, é a capital mais congestionada do Brasil. De novo

Heber Cruz, um dos dez mil editores de mapas do Waze que atualmente estão ativos e é profissional da área de TI, é quem ensina. Morador do Recife, alerta que o trânsito da capital pernambucana tem problemas de congestionamentos que claramente seriam resolvidos com intervenções. E que muitos pontos de conflito viário da cidade - para sorte da população - ainda não chegaram ao patamar em que nem mesmo a tecnologia resolve. Ao contrário.

ARTES: THIAGO LUCAS/ ARTES JC  - FOTOS: GUGA MATOS/ JC IMAGEM
Trânsito travado - ARTES: THIAGO LUCAS/ ARTES JC - FOTOS: GUGA MATOS/ JC IMAGEM

O que vemos é que a maioria das cidades não tem uma estrutura por trás para analisar as informações que disponibilizamos, o que impossibilita o uso dos dados. Mas algumas o fazem. A CET (Companhia de Engenharia e Tráfego) de São Paulo, por exemplo, usa nossos dados para criar o índice de congestionamento divulgado diariamente. O Rio de Janeiro também virou parceiro do Waze. São informações que ajudam no planejamento das obras e das ações de trânsito em toda a cidade”,
Douglas Tokuno, coordenador de parcerias e do Waze Carpool para a América Latina

WAZE/DIVULGAÇÃO
Douglas Tokuno, coordenador de parcerias e do Waze Carpool para a América Latina - WAZE/DIVULGAÇÃO

 “Defendo que toda informação ajuda. E o trânsito do Recife tem engarrafamentos que claramente precisam de intervenção. Que estão relacionados com tecnologia da informação. Os gestores deveriam usar os dados de engarrafamento e ter controle dos semáforos. Você passa por um sinal livre e pega vários outros fechados. São muitos trechos pequenos de retenção por causa dos cruzamentos. A camada de dados de engarrafamento que o Waze disponibiliza, por exemplo, ajudaria muito. É um desperdício ter tanta informação e ver o poder público ignorá-la em geral”, lamenta.

ARTES: THIAGO LUCAS/ ARTES JC  - FOTOS: GUGA MATOS/ JC IMAGEM
Trânsito travado - ARTES: THIAGO LUCAS/ ARTES JC - FOTOS: GUGA MATOS/ JC IMAGEM

Crítico, afirma que o desperdício é comum em muitas cidades brasileiras, com pouquíssimas exceções. “São Paulo talvez seja a cidade que melhor utiliza. O Rio de Janeiro, por exemplo, fez a parceria com o Waze porque estava às vésperas das Olimpíadas. Infelizmente, o que vemos é que o poder público despreza porque, como não tem o que ganhar, não se preocupa. Aplicativos como Waze podem ajudar na indicação de congestionamentos, retenções, veículos parados nas vias, sinistros de trânsito, alagamentos e até buracos, por exemplo”, ensina.

BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
A utilização dos dados de georreferenciamento pelo poder público, inclusive, é algo desejado e estimulado pelos aplicativos - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM

A utilização dos dados de georreferenciamento pelo poder público, inclusive, é algo desejado e estimulado pelos aplicativos. O Waze, por exemplo, tem o projeto Waze for Cities, aberto aos órgãos e empresas públicas interessadas. É uma troca de dados totalmente gratuita e disponível. A única necessidade, como já dito, é a disponibilização de uma equipe qualificada para analisar os dados.

Mas no Recife, no Brasil e no mundo, é quase regra o não aproveitamento dessas informações para a gestão do trânsito. “O que vemos é que a maioria das cidades não tem uma estrutura por trás para analisar as informações que disponibilizamos, o que impossibilita o uso dos dados. Mas algumas o fazem. A CET (Companhia de Engenharia e Tráfego) de São Paulo, por exemplo, usa nossos dados para criar o índice de congestionamento divulgado diariamente. O Rio de Janeiro também virou parceiro do Waze. São informações que ajudam no planejamento das obras e das ações de trânsito em toda a cidade”, explica Douglas Tokuno, coordenador de parcerias e do Waze Carpool para a América Latina.

ARTES: THIAGO LUCAS/ ARTES JC  - FOTOS: GUGA MATOS/ JC IMAGEM
Trânsito travado - ARTES: THIAGO LUCAS/ ARTES JC - FOTOS: GUGA MATOS/ JC IMAGEM

ARTES: THIAGO LUCAS/ ARTES JC  - FOTOS: GUGA MATOS/ JC IMAGEM
Trânsito travado - ARTES: THIAGO LUCAS/ ARTES JC - FOTOS: GUGA MATOS/ JC IMAGEM

Tokuno lembra que o projeto Waze for Cities significa economia de tempo, fiscalização e dinheiro para os gestores. Existe há aproximadamente um ano e já reúne dois mil parceiros mundo inteiro, entre órgãos e concessionárias públicas. O Waze, vale destacar, é o maior app colaborativo do mundo.

Abaixo, alguns dados que mostram a dimensão do Waze:

E, ainda, o link para interessados em se tornar parceiros do Waze for Cities.

* Número de usuários: mais de 140 milhões de usuários mensalmente ativos em todo o mundo
* Número de voluntários das Comunidades: 50 mil voluntários mensalmente ativos, incluindo editores de mapas, localizadores e testadores beta
* Número de editores de mapas: os mapas do Waze são atualizados por uma comunidade de mais de 500 mil editores de mapas (10 mil ativos mensalmente)
* Número de edições de mapas: mais de 18 milhões de edições de mapas são feitas todos os meses
* Número de usuários que reportam ativamente: mais de 8 milhões de usuários enviam relatórios mensalmente
* Número de incidentes reportados: 40 milhões de incidentes são reportados todos os meses
* Número de tradutores: os produtos do Waze estão sendo traduzidos para outros idiomas por cerca de 350 tradutores voluntários em todo o mundo
* Número de testadores beta: o Waze tem mais de 13 mil testadores beta ativos por mês tanto para Android quanto para iOS
* Número de parceiros do programa Waze for Cities em todo o mundo: mais de 1.900
* Número de idiomas em que o Waze está disponível: o Waze está disponível em mais de 56 idiomas
* Número de países em que o Waze está presente: o Waze está ativo em mais de 185 países em todo o mundo

Citação

O que vemos é que a maioria das cidades não tem uma estrutura por trás para analisar as informações que disponibilizamos, o que impossibilita o uso dos dados. Mas algumas o fazem. A CET (Companhia de Engenharia e Tr&aacu

Douglas Tokuno, coordenador de parcerias e do Waze Carpool para a América Latina

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