Para garantir que está atuando no combate aos bloqueios de rodovias do País por caminhoneiros e cidadãos contrários à derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que aumentou o efetivo em mais de 400% desde a noite de domingo (30/10), quando aconteceu o segundo turno e foi oficializada a vitória do ex-presidente Lula (PT) à Presidência da República.
Em coletiva de imprensa convocada pela própria corporação - que está no centro de uma crise institucional no pós-Eleições 2022 -, o inspetor Marco Antonio Territo, diretor executivo da PRF, afirmou que há policiais rodoviários federais que estão há mais de 24h trabalhando para desobstruir as estradas. Muitos, inclusive, têm feito revezamentos de escalas, sem conseguir descansar.
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“As manifestações cresceram muito rápido, por todo o Brasil, que tem dimensões continentais, é preciso destacar. Além disso, desmontar os bloqueios é uma operação complexa, que exige, inclusive, pessoal especializado. Mas desde o primeiro momento, ainda na noite de domingo, estamos atuando”, afirmou.
Além disso, a corporação teria conseguido reduzir até 300 pontos de bloqueios dos 420 registrados no ápice das manifestações, que tiveram início ainda no fim da noite do segundo turno das eleições. Segundo o inspetor, no momento da coletiva de imprensa a corporação computava 267 pontos de manifestações nas rodovias brasileiras.
ACOMPANHE a coletiva da PRF
O diretor-geral da PRF, inspetor Silvinei Vasques - apontado como o principal responsável pela crise institucional entre a polícia e a Justiça Eleitoral brasileira -, era esperado na coletiva, mas desistiu de participar de última hora. Assim como o ministro da Justiça, Anderson Torres.
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PASSIVIDADE DA PRF
O diretor executivo da PRF garantiu que em nenhum momento a instituição foi passiva diante dos bloqueios realizados no País. “Sempre buscamos a resolução do problema e a liberação das vias. Já estávamos atuando desde a eleição, mas como já dissemos, é uma operação de difícil execução. Temos pontos de bloqueio que exigem deslocamentos de 40, 500 km. Estamos empenhando até aeronaves, mas a mobilização exige tempo”, explicou.
“Em 2018, por exemplo, quando tivemos manifestações semelhantes, o crescimento da crise não foi tão rápido como agora, o que exige muita agilidade e muito esforço da corporação. Naquele ano, a escalada dos protestos se deu em quase uma semana. Agora, aconteceu em menos de 24h”, reforçou o diretor executivo.
NEGOCIAÇÃO DIFÍCIL
Seguindo na defesa da corporação diante dos questionamentos dos jornalistas sobre a razão de não ter acontecido prisão de manifestantes como determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) , os representantes da PRF que participaram da coletiva explicaram que a operação de desmonte dos bloqueios é difícil e perigosa.
“É uma operação muito complexa. Só sabe quem já fez. Chegamos a 420 pontos de bloqueios, muitos deles com até 500 manifestantes, carretas que pesam toneladas bloqueando a estrada sem chave e crianças de colo no meio de tudo. De fato, a força de choque é a última opção. Buscamos primeiro dialogar para a liberação. Temos que atuar com cuidado”, explicou o inspetor Djairlon, diretor de Operações da PRF.
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