A situação da malha rodoviária pavimentada de Pernambuco melhorou em relação a 2021, embora continue ruim de forma geral. O Estado ainda figura no ranking das dez piores rodovias do País. A diferença é que, em 2022, teve duas rodovias estaduais na malha avaliada como péssima. Em 2021, Pernambuco tinha quatro PEs com essa avaliação.
É o que comprova, mais uma vez, a Pesquisa CNT de Rodovias 2022, que chega a sua 25ª edição e foi divulgada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) nesta quarta-feira (9/11). A tradicional análise mapeou, este ano, 110.333 km no Brasil, o que representa a totalidade da malha rodoviária pavimentada brasileira. Na edição deste ano, houve um acréscimo de 1.237 km (1,1%) em relação a 2021, quando foram analisados 109.096 km.
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As rodovias pernambucanas mais mal avaliadas na pesquisa foram, por ordem, a PE-096, que liga Palmares a Barreiros, na Mata Sul, e a PE-545, entre Exu e Ouricuri, no Sertão do Araripe. As duas também figuram no ranking das piores em 2021.
Todas receberam uma avaliação geral péssima. Foram avaliados o pavimento, a sinalização e a geometria da via. São levadas em conta, respectivamente, variáveis como condições do pavimento, placas e alguns elementos da via, como as curvas.
As outras duas rodovias que saíram da lista negra - vamos chamar assim - foram a PE-126, que liga Palmares a Quipapá, conectando a Mata Sul e o Agreste; e a PE-177, que liga Quipapá a Garanhuns, no Agreste do Estado.
“A degradação da malha rodoviária brasileira está em um nível muito acelerado e algo precisa ser feito com urgência para reverter esse quadro. Caso contrário, o Brasil entrará num estágio em que terá que reconstruir sua malha rodoviária, sem ter recursos para isso”, alerta o diretor executivo da CNT, Bruno Batista.
“Nunca tivemos uma situação tão ruim. Pela primeira vez, desde que a Pesquisa CNT começou a ser desenvolvida, vimos resultados tão preocupantes. Este ano, tivemos menos de 10% do pavimento das rodovias analisadas considerado como perfeito. Em 2011, 2012, e até 2015, por exemplo, esse índice era de 35%. Em 2022 caiu para 9%”, segue alertando.
No caso do Estado, a redução de estradas no ranking das piores se deveu aos investimentos que o governo de Pernambuco vem fazendo. Segundo dados oficiais, já foram investidos, desde 2011, na segunda gestão do PSB, quase R$ 4 bilhões na recuperação e implantação da malha rodoviária estadual (R$ 1,9 bilhão do Programa Caminhos da Integração e R$ 2 bilhões do Programa Caminhos de Pernambuco).
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Mas, embora seja fato que há muitas estradas recuperadas pelo Estado, o passivo ainda é grande e avança com o tempo. A Pesquisa CNT de Rodovias 2022 comprovou esse raciocínio. É tanto que em 66,4% da malha rodoviária pavimentada do Estado foram identificados algum tipo de problema.
São trechos considerados como regular, ruim ou péssimos. Apenas 33,6% da malha foi avaliada como ótima ou boa.
Pernambuco também não sai bem na avaliação entre os Estados do Nordeste, a segunda região do País a ter a pior avaliação das rodovias. Em primeiro lugar vem o Norte brasileiro. O Estado figura na quarta pior posição. A liderança é do Maranhão, com 88,1% das estradas consideradas regulares, ruins e péssimas.
O Ceará vem em segundo lugar (82,5%), seguido pela Bahia (71,6%). Em quinto lugar, está o Piauí (65,8%), Sergipe em sexto (com 64,6%), Rio Grande do Norte em sétimo (64,5%), a Paraíba em oitavo (49,6%) e Alagoas em nono lugar, com 31,2% das rodovias com problemas.
Percentual de rodovias do Estado consideradas péssimas, ruins ou regulares
Maranhão - 88,1%
Ceará - 82,5%
Bahia - 71,6%
Pernambuco - 66,4%
Piauí - 65,8%
Sergipe - 64,6%
Rio Grande do Norte - 64,5%
A Pesquisa CNT de Rodovias 2022 revelou que a situação da malha rodoviária brasileira nunca esteve tão ruim. A degradação, provocada pela falta até mesmo de manutenção, tem avançado. Quase 70% das estradas do País apresentam, em 2022, algum tipo de problema, oscilando entre péssimas, ruins e regulares. Apenas 34% da malha analisada foi considerada, no mapeamento atual, ótima ou boa.
E o custo dessa histórica e permanente degradação é alto para o País: R$ 94,93 bilhões. Essa seria a quantia necessária para recuperar o estrago. Ou seja, para promover ações emergenciais, de restauração e de reconstrução das estradas.
CONFIRA A ÍNTEGRA DA PESQUISA CNT DE RODOVIAS 2022 AQUI
E por causa da ineficiência do País para cuidar e fiscalizar suas estradas - responsabilidade que precisa ser dividida entre o poder público e o setor privado -, o estrago provocou e provocará um consumo desnecessário de 1,1 bilhão de litros de diesel devido à má qualidade do pavimento. Esse desperdício custará R$ 4,89 bilhões aos transportadores.