Depois de mortes e de o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) entrar no caso, o governo de Pernambuco decidiu impor regras na operação para impedir a prática do chamado ‘surf e morcegamento’ nos ônibus. Agora, os motoristas estão autorizados a parar as viagens até que o problema seja resolvido.
Ou seja, que as pessoas embarquem nos coletivos da forma correta ou desembarquem de vez. Caso a viagem não seja interrompida, as empresas poderão ser multadas administrativamente.
A determinação foi feita em resolução assinada pelo novo presidente do Grande Recife Consórcio de Transportes Metropolitano (CTM), Matheus Freitas, ainda no dia 12 de maio. E encaminhada às 11 empresas e consórcios que operam o transporte por ônibus da Região Metropolitana do Recife.
“Considerando a necessidade de promover a segurança de todos os envolvidos na operação, o CTM determina que o motorista deve interromper a viagem até que o usuário que esteja praticando o surf (viajar em cima do teto do ônibus) ou o morcegamento (viajar do lado de fora do ônibus, pendurado nas janelas e portas) desça ou embarque normalmente no veículo”, diz a resolução.
A Promotoria de Transportes da Capital do MPPE instaurou um procedimento preparatório com o objetivo de apurar se há ou não irregularidades sendo cometidas e que estão facilitando a prática do ‘surf e morcegamento’ nos ônibus.
A apuração foi provocada pelas últimas mortes de jovens que aconteceram no Grande Recife, especificamente a de um adolescente de 17 anos que caiu do coletivo e teria sido atropelado por um automóvel que seguia atrás, em plena Avenida Agamenon Magalhães, no Derby, área central do Recife e um dos pontos mais conhecidos e movimentados da cidade.
O caso aconteceu no início da manhã do domingo (7/5). O adolescente estava com um grupo de quase 20 jovens, que já tinha sido expulso de outro coletivo também por estar praticando ‘surf e morcegamento’ nos ônibus.
As primeiras providências do promotor de Transportes, Leonardo Caribé, responsável pela apuração, são pedir que o Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano (CTM) e a Secretaria de Defesa Social (SDS) expliquem quais medidas têm adotado para coibir as práticas. E, ainda, que seja feito um trabalho de inteligência, via o NIMPE (Núcleo de Inteligência do MPPE) para o monitoramento e a identificação dos jovens que estão praticando os atos de vandalismo.