Em São Paulo, a tensão no setor de transporte público aumentou nas últimas semanas, culminando em uma assembleia decisiva que determina os próximos passos dos motoristas e trabalhadores em transporte rodoviário urbano.
Na última sexta-feira (28), o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (Sindimotoristas) realizou uma votação importante que definiu a realização de uma greve geral de ônibus em SP a partir desta quarta-feira, 3 de julho.
Motivos da greve de ônibus em SP
A principal reivindicação dos trabalhadores para deflagrar a greve de ônibus em SP é um reajuste salarial de 3,69%, baseado no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que reflete a inflação acumulada e o aumento do custo de vida na cidade.
Além disso, os trabalhadores exigem um aumento real de 5% e a reposição das perdas salariais ocorridas durante a pandemia, somando 2,46%, conforme cálculo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Em contrapartida, as empresas propuseram um reajuste de apenas 2,77%, com base no Salariômetro de setembro, o que foi considerado insuficiente pelo sindicato.
Outras demandas incluem a ampliação da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), um aumento do valor do tíquete para R$ 38, uma cesta básica de qualidade, e a remoção do termo "similar" dos contratos.
Expectativas para a negociação
Antes da efetivação da greve, uma audiência de conciliação foi marcada para a noite desta terça-feira (02/07) no Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
A Assembleia terminou por volta das 18h40 desta terça (02/07), e a greve de ônibus em SP está confirmada para começar às 00h desta quarta-feira (03/07).
Não houve acordo entre o Sindicato, e a efetivação da greve de ônibus em SP foi confirmada.
Dia foi marcado por reuniões para decidir sobre a greve de ônibus em SP
Nesta terça-feira, ocorreram duas reuniões importantes entre os trabalhadores e a categoria patronal, representada pelo SPUrbanuss, sindicato das empresas de transporte.
Na segunda reunião do dia, o SPUrbanuss apresentou uma nova proposta de reajuste salarial de 3,60%. No entanto, ainda não se chegou a um acordo.
Enquanto o consenso não é alcançado, o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) concedeu uma liminar determinando que, caso a paralisação ocorra, deve haver 100% do efetivo de ônibus em operação durante os horários de pico e 50% nos demais períodos.
O primeiro encontro do dia, marcado para as 10h, foi uma reunião técnica mediada pelo Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCMSP).
O objetivo era obter informações técnicas a partir de uma análise dos contratos de concessão do transporte coletivo de passageiros, em resposta às demandas dos trabalhadores.
Esse encontro, que se estendeu até 11h30, foi solicitado pela SPTrans e contou com a presença de representantes da Câmara Municipal, do Tribunal Regional do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho.
Pouco depois, houve uma audiência de conciliação convocada pela Justiça do Trabalho, a pedido dos trabalhadores.
Nessa audiência, participaram representantes do SindMotoristas e do SPUrbanuss.
De acordo com a ata da audiência, finalizada às 12h22, o representante do SPUrbanuss apresentou uma "proposta de reajuste salarial de 3,60%, índice este acima do INPC do período (3,23%), e que poderá ser ainda elevado dependendo do índice definido pela FIPE no Salariômetro, podendo chegar a 4%.
O SindMotoristas, embora concordando com a proposta salarial, ressaltou que outros pleitos ainda precisam ser resolvidos para que um acordo total seja fechado.
Além do reajuste salarial, o sindicato apresentou as seguintes demandas adicionais:
- Ampliação da Participação nos Lucros e Resultados (PLR);
- Aumento do valor do tíquete-refeição para R$ 38;
- Cesta básica de qualidade sem o termo "similar" nos contratos;
- Reajuste de 17% no seguro de vida, garantindo cobertura de dez salários mínimos, conforme a Lei nº 12.619 (lei do motorista);
- Melhoria nos convênios médico e odontológico;
- Auxílio-funeral com revisão dos valores;
- Um cartão para uso em casos de necessidade.
Impacto da greve de ônibus em SP
Com a confirmação da greve de ônibus em SP marcada para começar às 00h desta quarta-feira (03), todo o sistema de transporte público por ônibus em São Paulo deve paralisar, o que preocupa milhões de paulistanos que dependem desse meio de transporte para suas atividades diárias.
A paralisação poderá gerar grandes transtornos, aumentando a pressão sobre outros modos de transporte, como o metrô e os trens da CPTM.