Greve de ônibus SP: Sindicato aceita proposta salarial, mas ainda irá discutir hoje (3)

Em reunião nesta terça (2), empresas de ônibus ofereceram aos motoristas e cobradores uma nova proposta de reajuste salarial, em torno de 3,60%

Publicado em 02/07/2024 às 14:47 | Atualizado em 02/07/2024 às 20:00

Das 10h00 às 12h22 desta terça-feira (2), os motoristas de ônibus de São Paulo (SP) participaram de reuniões para decidir acerca do futuro da greve, prevista para ser iniciada na quarta-feira (3).

A primeira conversa, mediada pelo TCM (Tribunal de Contas do Município), incluiu a participação:

  • Do Sindmotoristas (Sindicato que representa motoristas, cobradores e outros trabalhadores); e
  • De empresários do setor patronal - representantes das empresas.

Às 11h00, a reunião foi levada ao TRT-2, o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região. A audiência foi convocada após o sindicato dos motoristas alegarem a falta de avanço nas negociações.

Hoje (2), as empresas de ônibus ofereceram aos motoristas e cobradores uma nova proposta de reajuste salarial: 3,60%. O percentual anterior, que foi negado pelo Sindicato, era de 3,23%. Os outros pedidos da categoria seguem sem propostas. 

"O SindMotoristas está de acordo com a proposta salarial, no entanto, entende-se que outros pleitos precisam ser resolvidos para o fechamento do acordo total. São eles, além do reajuste salarial, jornada de trabalho de 6h30 trabalhadas e 30 minutos de intervalo remunerado", informa a ata da reunião

Os trabalhadores também solicitam ticket diário de refeição de R$ 38, participação nos lucros e resultados, cesta básica, seguro de vida - de 10 salários mínimos para o motorista e de 5 salários para outros trabalhadores, entre outros pontos.

Uma nova plenária acontece no fim desta tarde para decidir se a greve de amanhã (3) será mantida ou adiada.

Caso os motoristas e cobradores de ônibus decretem a greve, os índices serão decididos pela Justiça, em dissídio coletivo. 

No entanto, a SPUrbanuss - que representa as empresas de ônibus - ressalta que a proposta de reajuste de 3,60% só será aplicada se a paralisação for cancelada.

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Por outro lado, a empresa municipal de transportes, a SPTrans, solicitou junto à prefeitura para que o TRT-2 determinasse a circulação de 100% da frota nos horários de pico e de 80% nos demais períodos.

O desembargador e relator encarregado, Davi Meirelles, atendeu parcialmente ao pedido, alterando o índice de 80 para 50% nos restante do dia.

Ou seja, em caso de greve:

  • Frota funciona 100% de: 6h00 às 9h00 e 16h00 às 19h00;
  • Frota opera 50% nos demais horários.

 

Se descumprida a norma acima, haverá a aplicação de multa de R$ 100 mil por dia ao Sindicato dos Motoristas.

Qualquer nova decisão será apresentada apenas em nova audiência, conforme explicou a SPUrbanuss. No último dia 28, o sindicato patronal já havia se manifestado contrário à greve.

Greve de ônibus São Paulo

Em maio, os motoristas de ônibus - e demais profissionais da área - tentaram instaurar uma paralisação. Apesar de sufocada, o SindMotoristas informou que permaneceria em "estado de greve" até o dia 30 de junho.

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Na semana passada, os trabalhadores aprovaram uma greve geral, para ser realizada a partir da quarta-feira (3).

"A paralisação será realizada em todas as empresas de ônibus urbano da cidade, inclusive com os trabalhadores de administração e fiscalização", informou o Sindmotoristas.

Além disso, acrescenta que o fechamento da campanha salarial está condicionado à redução da jornada de trabalho para 6h30 trabalhadas com outros 30 minutos de almoço remunerados. A jornada atual é de 8 horas diárias.

Empresas querem pagar reajuste menor

Na proposta inicial, rejeitada pelos trabalhadores na sexta (28), houve uma contradição:

  • Os funcionários solicitaram o reajuste salarial de 3,69%, medido pelo nível de inflação oficial, o IPCA - o Indíce de Preços ao Consumidor inflação oficial;
  • Os patrões enviaram uma contraproposta de reajuste na base dos 3,23%, medidos pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).

Além disso, os profissionais solicitam, entre outros pontos, um aumento real de 5%, jornada de trabalho de 7 horas e a compensação das perdas salariais ocorridas durante a pandemia de covid-19, que totalizam 2,46%.

A proposta desta terça (2) inclui um reajuste de 3,60% e será debatida com os profissionais até o fim da tarde.

Vai ter greve de ônibus amanhã em SP, 03/07?

Na noite desta terça-feira (02) foi decidido que amanhã (03/07) terá greve de ônibus em SP. A decisão da categoria veio após não conseguir o acordo em reunião realizada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT).

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