Rodovias que Perdoam: redução de mortes é a grande recompensa das Rodovias que Perdoam
Redução de mortes chega a quase 100% em algumas Rodovias que Perdoam no País, comprovando que elas salvam vidas de motoristas e passageiros
As vidas salvas são a grande recompensa das Rodovias que Perdoam. O custo de adotar dispositivos de segurança viária é compensado pelas vidas poupadas de motoristas e passageiros de ônibus. As áreas de escape, por exemplo, são alguns dos dispositivos que puxam as estatísticas positivas para cima. A redução de mortes pode praticamente zerar, algo incalculável para quem lida diariamente com a segurança viária.
Dados da Arteris, concessionária que atua na região Sul e Sudeste do País, gerenciando mais de 3.200 quilômetros de estradas que interligam o principal polo econômico do País - situado entre os Estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina -, são um exemplo da eficiência desse tipo de dispositivo que segue o conceito de Rodovias que Perdoam. Desde a instalação da primeira área de escape da concessionária - na rodovia BR-376, no Paraná, em 2011 -, a redução dos sinistros de trânsito foi de 75% e do número de mortos nos trechos onde estão localizados os dispositivos chegou a 95%.
A Arteris, por exemplo, é uma das concessionárias referência no conceito Rodovias que Perdoam no País, especialmente no uso das áreas de escape. Na última década, entre 2010 e 2020, a Arteris diminuiu em 53% o número de colisões e fatalidades nas rodovias sob sua responsabilidade. De 2020 a 2030, a empresa trabalha para atingir mais 50% de redução.
“A redução dos sinistros de trânsito nas rodovias que têm elementos do conceito Rodovias que Perdoam pode chegar a 100%, como é o caso das áreas de escape. Esse dispositivo de segurança, com o qual a Arteris já tem ampla experiência, salva vidas, de fato. Ele consegue materializar muito bem o perdão. Todas as nossas experiências são positivas”, afirma o gerente de Operações da Arteris Litoral Sul, José Júnior.
No Brasil, a primeira área de escape foi construída em 2001, pela concessionária Ecovias dos Imigrantes, na Via Anchieta (SP-150), no município de São Bernardo do Campo (SP).
Confira características gerais das áreas de escape da Arteris (informações técnicas da concessionária)
Área de Escape do km 671,7 na BR-376/PR, em Guaratuba-PR
240 metros de extensão (área de pavimento + área com argila expandida), 8,5 metros de largura (5 metros de área flexível e 3,5 metros para transbordo).
Área de Escape do km 667,3 na BR-376/PR, em Guaratuba-PR
500 metros para entrada (com sinalização horizontal indicativa quadriculada), caixa de cinasita (argila expandida) com 1,1 metro de profundidade e 150 metros de extensão, e duas faixas laterais pavimentadas para operação e transbordo dos veículos.
Além da complexidade geológica do local, que exigiu planejamento especial para execução da obra, o equipamento possui duas pontes rolantes sob trilhos ao longo de toda a extensão da área com capacidade para movimentação de até 70 toneladas de carga. Na prática, o conjunto automatizado acelera a movimentação e remoção dos veículos que adentram a área, otimizando a operação e liberação do local.
Rodovia Régis Bittencourt (BR 116/SP), KM353 Sul, em Miracatu-SP
A Serra do Cafezal foi completamente duplicada pela concessionária Arteris Régis Bittencourt – um marco na história da infraestrutura rodoviária no País. Além das obras de duplicação, a concessionária implantou uma Área de Escape com 130 metros de comprimento, que faz com que o veículo obtenha uma maior desaceleração em um menor espaço de tempo, sem causar danos.
CONCEITO DE RODOVIAS QUE PERDOAM NO NORDESTE
No Nordeste, que ainda não tem histórico de concessões rodoviárias, alguns resultados também foram percebidos. E todos, como na maior parte do País, percebidos nas concessões rodoviárias. É o caso, por exemplo, de duas concessões do grupo Monte Rodovias em operação na Região Metropolitana do Recife.
Segundo dados do grupo, devido ao uso de variados dispositivos de segurança viária, a Rota do Atlântico, que dá acesso ao Litoral Sul de Pernambuco e ao Complexo Portuário de Suape - recebendo um alto volume de tráfego de veículos pesados (caminhões e carretas) - registrou uma redução no número de sinistros em torno de 64%, o que resultou em 51% a menos de vítimas.
Já na Rota dos Coqueiros, no Paiva, rodovia que também dá acesso ao Litoral Sul metropolitano, desde o início da concessão, as colisões diminuíram em 81%, com 70% a menos de vítimas e sem óbitos de 2012 a 2022.
Entre as soluções, contenções laterais e centrais das pistas com dispositivos (defensas metálicas ou barreiras de concreto New Jersey) que evitam colisões com outros veículos, saídas de pistas, capotamento/tombamento e atropelamentos. E, ainda, a permanente inspeção das condições de macrotextura e microtextura do pavimento das rodovias.
A Concessionária Rota dos Coqueiros, inclusive, teria sido projetada e construída numa geometria para evitar a circulação de veículos em alta velocidade, garantindo condições seguras para os usuários da rodovia, moradores e visitantes do bairro planejado, que conta com escolas e parques urbanos.
CUSTO DAS RODOVIAS QUE PERDOAM NÃO É ALTO QUANDO COMPARADO COM AS VIDAS SALVAS
Levantamento do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), divulgado em 2020, apontou que com meio bilhão de reais seria possível intervir em todos os trechos críticos de sinistros de trânsito da malha rodoviária federal pública brasileira. Após quatro anos, os custos devem, sem dúvida, ter aumentado, assim como a urgência na adoção dos dispositivos das Rodovias que Perdoam.
As concessionárias que já adotaram os dispositivos não falam em valores precisos e sempre destacam a dificuldade de calcular o valor de uma vida salva. As concessionárias Arteris, que são referência na implantação das áreas de escape no País, afirmam que já investiram um total de R$ 14 bilhões em 15 anos de administração em infraestrutura, tecnologia e inovação rodoviária.
Como exemplo, cita a BR-116, administrada pela Arteris Régis Bittencourt, um importante corredor logístico, ligando o Sul ao Sudeste do Brasil e contribuindo com a economia do País. Na Régis, no trecho que conecta Curitiba a São Paulo pela BR-116, houve redução de 56% no número de mortes, entre 2010 e 2022. No início da década passada, o trecho registrava 196 fatalidades por ano, enquanto em 2022 esse número foi reduzido para 86.
Na concessionária Arteris Litoral Sul, trecho que vai de Curitiba/PR até Palhoça/SC, passando pelas BRs-116, 376 e 101, e que recebe um tráfego médio de 34 mil veículos diariamente, houve redução de 42% no número de mortes entre 2010 e 2022. No início da década passada, o trecho registrava 149 fatalidades por ano, enquanto em 2022 esse número foi reduzido para 86.
Todas têm diversos dispositivos de segurança viária que atendem às exigências do conceito Rodovias que Perdoam. Uma área de escape, por exemplo, teria um custo estimado entre R$ 10 e R$ 40 milhões.