Estava lendo um relatório publicado na imprensa no fim de semana, tratando sobre a quantidade excessiva de medicamentos e insumos adquiridos pelo Ministério da Saúde que dificilmente terão utilidade, quando escutei numa rádio, um programa especial em homenagem ao grupo musical dos anos de 1970, Renato e Seus Blue Caps.
Uma banda animada, que embalou muitos sonhos na Jovem Guarda, e um dos hits de mais sucesso do grupo foi “Faça o que Eu Digo, mas não Faça o que Eu Faço” de autoria de Gil e Jean. Aquela música chiclete, que gruda na mente já no primeiro acorde, repete à cada estrofe: “depois não diga que não lhe avisei, que não lhe avisei, que eu não lhe avisei, que eu não lhe avisei, oh não, oh não”, parecendo ladainha de mãe quando avisa “menino não faça isso, depois não venha dizer que não lhe avisei”.
Pois no caso do Ministério da Saúde, o ministro interino, general Eduardo Pazuello, foi mais do que advertido que a abundância de um tipo de medicamento poderia ocasionar a escassez de outros. Dito e feito: o contraste que se nota é que enquanto sobra remédio que dificilmente será utilizado, entre eles a polêmica cloroquina, por outro lado, o Tribunal de Contas da União (TCU) deve abrir apuração, nas próximas horas, para analisar “suspeita de desperdício de recursos público”.
Por alguma razão, que somente após uma investigação rigorosa é que ficaremos sabendo, que no Brasil da pandemia do coronavírus, pode sobrar remédio de um tipo para faltar de outro, enquanto poderia martelar na cabeça das autoridades uma advertência de técnicos do Ministério da Saúde: “E depois não diga, que não avisei…”
Pense nisso!