Assim como Lula e Dilma, Bolsonaro sabe que programa social é motivo para alavancar popularidade

Na terça (1º), ao anunciar a prorrogação do auxilio emergencial até o fim do ano, em nenhum momento o presidente se lembrou das críticas que fazia no passado ao assistencialismo do estado, comandado pelos governos petistas
JC
Publicado em 02/09/2020 às 8:42
Presidente Jair Bolsonaro Foto: CAROLINA ANTUNES/PR


Erro de cálculo!

Eu aproveito o meu comentário de hoje para lembrar que no passado, não muito distante, o deputado de oposição do governo do PT, Jair Bolsonaro, bradava, por onde passasse que os programas sociais remodelados na gestão do presidente Lula e mais tarde copiados por Dilma Rousseff eram, na verdade, “um jeito de você sufocar a criatividade das pessoas. Não tem quem não se acomode recebendo todo mês uma ajuda pingada na conta bancária”.

Lembro-me que certa vez entrevista o deputado, eu apresentei a Bolsonaro o poema do meu conterrâneo Zé Dantas, chamado “Vozes da Seca”, justamente no trecho que diz: “Mas doutô uma esmola a um homem qui é são. Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão”.

Naqueles idos de 2012, Bolsonaro só queria fazer oposição. E fazia. Hoje, presidente da República, já não assovia “Vozes da Seca” nem adverte as autoridades para o risco de programas sociais que distribuem dinheiro provoquem apatia no trabalhador.

Ontem, ao anunciar a prorrogação do auxilio emergencial até o fim do ano, em nenhum momento o presidente se lembrou das críticas que fazia no passado ao assistencialismo do estado, comandado pelos governos petistas.

Assim como Lula e Dilma, Bolsonaro sabe que programa social é e sempre será motivo para alavancar a popularidade do governante. Principalmente aqueles que estão, como ele, no primeiro mandato.

Então. Criticar, agora, pra quê?

Pense nisso!

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