Pazuello não acredita no personagem que ele mesmo criou para encenar
Seria bom que as autoridades não abusassem da boa vontade da população, quando interrompem a novela para não dizer nenhuma novidade
O ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello, vive em uma realidade paralela, como se estivesse ensaiando um para uma peça de teatro que nem ele mesmo acredita na personagem que criou para encenar.
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Eu pergunto: como é que pode a maior autoridade sanitária convocar cadeia de rádio e televisão, falar durante cravados cinco minutos dizer que o Brasil tem três laboratórios produzindo a vacina contra a Covid-19 que, logo, logo seremos exportadores desses imunizante, ou seja, disse o ministro “um número suficiente para iniciar a vacinação da população ainda neste mês de janeiro”, mas Pazuello não disse com precisão quando é que os brasileiros receberão as primeiras doses.
Se ainda são imprecisos número de vacina e data para o início da imunização, ainda bem que o governo brasileiro garantiu que não faltarão agulhas e seringas. “O país tem disponível 60 milhões de seringas e agulhas nos Estados e municípios, além da garantia de mais 8 milhões de unidades que serão enviadas pela Organização Pan-Americana de Saúde em fevereiro”.
Retornando às vacinas, Pazuello voltou a afirmar que a vacinação será para toda a população, embora ninguém seja obrigado a entrar na fila para se vacinar. O ministro disse que o principal impasse com a Pfizer é que o laboratório que produz a vacina quer que as pessoas assinem um documento se responsabilizando pelos possíveis efeitos colaterais. “[O governo trabalha] pela isenção total e permanente de responsabilização civil por efeitos colaterais advindos da vacinação”.
Seria tão bom que as autoridades não abusassem da boa vontade da população, quando interrompem a novela, a transmissão de uma partida de futebol para não dizer nenhuma novidade.
Pense nisso!