OPINIÃO

Pazuello não acredita no personagem que ele mesmo criou para encenar

Seria bom que as autoridades não abusassem da boa vontade da população, quando interrompem a novela para não dizer nenhuma novidade

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Romoaldo de Souza

Publicado em 07/01/2021 às 9:27
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O ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello, vive em uma realidade paralela, como se estivesse ensaiando um para uma peça de teatro que nem ele mesmo acredita na personagem que criou para encenar.

Eu pergunto: como é que pode a maior autoridade sanitária convocar cadeia de rádio e televisão, falar durante cravados cinco minutos dizer que o Brasil tem três laboratórios produzindo a vacina contra a Covid-19 que, logo, logo seremos exportadores desses imunizante, ou seja, disse o ministro “um número suficiente para iniciar a vacinação da população ainda neste mês de janeiro”, mas Pazuello não disse com precisão quando é que os brasileiros receberão as primeiras doses.

Se ainda são imprecisos número de vacina e data para o início da imunização, ainda bem que o governo brasileiro garantiu que não faltarão agulhas e seringas. “O país tem disponível 60 milhões de seringas e agulhas nos Estados e municípios, além da garantia de mais 8 milhões de unidades que serão enviadas pela Organização Pan-Americana de Saúde em fevereiro”.

Retornando às vacinas, Pazuello voltou a afirmar que a vacinação será para toda a população, embora ninguém seja obrigado a entrar na fila para se vacinar. O ministro disse que o principal impasse com a Pfizer é que o laboratório que produz a vacina quer que as pessoas assinem um documento se responsabilizando pelos possíveis efeitos colaterais. “[O governo trabalha] pela isenção total e permanente de responsabilização civil por efeitos colaterais advindos da vacinação”.

Seria tão bom que as autoridades não abusassem da boa vontade da população, quando interrompem a novela, a transmissão de uma partida de futebol para não dizer nenhuma novidade.

Pense nisso!

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