Opinião

Perda de Duda Mendonça, um dos mais pragmáticos publicitários, deixou as campanhas eleitorais menos criativas

Nessa segunda-feira, um dos mais pragmáticos publicitários deixava as campanhas eleitorais menos criativas.

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Romoaldo de Souza

Publicado em 17/08/2021 às 7:02
Análise
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Quando o baiano Duda Mendonça (1944 — 2021) entrou na CPI dos Correios, em agosto de 2005, muita gente achou que o depoimento do publicitário seria o mais do mesmo. Não acrescentaria nada nas investigações de que o governo do presidente Lula teria comprado parlamentares para fortalecer sua base no Congresso Nacional.

Duda sentou-se ao lado do presidente da comissão, o então senador Delcídio Amaral do PT de Mato Grosso do Sul e do relator, o ex-deputado Osmar Serraglio, do então PMDB do Paraná. Duda tirou uma cadernetinha do bolso do paletó, leu umas anotações e confessou ter recebido mais de R$ 10 milhões para fazer a campanha de Lula rumo ao Palácio do Planalto, mas o dinheiro foi pago por meio de caixa 2, sem pagar imposto nem recolher tributos, numa conta no exterior. Virou réu no processo do Mensalão, foi absolvido pelo Supremo Tribunal Federal e a chapa eleita de Lula e José Alencar nem foi importunada pela Justiça Eleitoral.

Nesta segunda-feira, um dos mais pragmáticos publicitários deixava as campanhas eleitorais menos criativas. Mentirosas, como todas, mas com muito menos sagacidade. Duda Mendonça trabalhou para políticos como Miguel Arraes, Paulo Maluf, Ciro Gomes e o próprio Lula, entre outros. Para ele, o que contava não era o currículo do candidato, mas o tamanho do saco de dinheiro que abastecia suas contas no Brasil e nos paraísos fiscais.

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