Possível aliança de Lula com Alckmin busca "atestado de bons antecedentes" que o PT não tem
O partido deseja ocupar a posição de vice com um político sério que dê credibilidade a um PT enxovalhado de denúncias de corrupção ao longo dos 14 anos que comandou o país
A política brasileira opera mais milagre que muitos santos. Até dias atrás, se você chegasse para um militante do PT e perguntasse pelo ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido), a resposta sairia pronta: "o picolé de chuchu?". Há 18 anos, o humorista José Simão, dialogava com o jornalista Ricardo Boechat (1952 - 2019) e disse que o ex-governador de São Paulo era uma picolé de chuchu. Sem cheiro, sem sabor. O apelido logo ganhou as rodas de conversa dos petistas.
Às vésperas das eleições, o ex-picolé de chuchu aparece revestido de diferentes temperos, bem passado, com ar de bife à milanesa. Uma carne bem temperada, coberta por farinha de rosca. Alckmin é de longe o político dos sonhos do PT para compor uma chapa com o ex-presidente Lula.
Mas você poderia perguntar: foi Geraldo Alckmin quem mudou ou os petistas estão menos rigorosos na escolha das alianças? Assim como em 2002, que Lula precisava de um vice que lhe desse a credibilidade que não tinha como o empresariado e o PT foi atrás do senador mineiro José Alencar (1931 - 2011).
Hoje, em busca de um político sério que dê credibilidade a um PT enxovalhado de denúncias de corrupção ao longo dos 14 anos que comandou o país, Lula vai atrás de um político sem cheiro nem sabor, mas que não pesa contra ele nenhuma denúncia de corrupção.
Alckmin é o atestado de bons antecedentes que o PT não tem.
Pense nisso!