Bolsonaro tentou passar um clima de que estaria sendo prejudicado, mas não comprovou o suposto favorecimento
Governistas sabem que a responsabilidade por entregar peças publicitárias no rádio e na televisão é do partido político
A porta do avião se abre, assessores conduzem o presidente rapidamente para dentro do veículo, ele vai ao Palácio da Alvorada e faz uma curta reunião.
Jair Bolsonaro (PL) estava no interior de Minas Gerais. Primeiro em Teófilo Otoni e depois Uberlândia. Em seguida, iria ao Rio de Janeiro, mas resolveu voltar para casa quando soube que o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, não teria dado guarida a uma presepada montada por assessores de sua campanha.
A treta, como se diz na linguagem popular, seria responsabilizar a Justiça Eleitoral e até tentar adiar o segundo turno as eleições, marcado para o próximo domingo (30), porque a coligação de Bolsonaro tinha em mãos o resultado de consultoria que chegou à conclusão de que “milhares” de inserções da propaganda eleitoral não teriam sido veiculadas.
Para os governistas, a culpa era da Justiça Eleitoral embora eles saibam que a responsabilidade por entregar as peças publicitários no rádio e na televisão é do partido político.
A farsa da denúncia começou a ser desmontada quando a rádio JM de Uberada (MG), uma das que teriam deixado de levar ao ar a propaganda eleitoral de Bolsonaro divulgou uma nota.
Segundo a emissora, “no início do segundo turno das eleições presidenciais, os mapas e materiais de uma das campanhas deixaram de ser enviadas”, numa referência à coligação de Jair Bolsonaro.
O presidente se irritou com o fiasco da operação, chamou a imprensa para fazer um pronunciamento, não quis responder a perguntas, mas disse: “Da nossa parte, iremos às últimas consequências dentro das 4 linhas da Constituição, fazer valer o que as nossas auditorias constataram”.
O presidente afirmou também que “Sabemos que está em cima, eleições estão aí, mas o meu lado foi muito prejudicado e não foi de agora.”
Ao que parece o presidente tentou passar um clima de que estaria sendo prejudicado pela Justiça Eleitoral, mas não comprovou o suposto favorecimento, agiu como quem se faz de vítima.
Pense nisso!