Silvinei Vasques tramava interferir nas investigações da PF sobre blitz no 2º turno das eleições

Leia a coluna Política em Brasília
Romoaldo de Souza
Publicado em 09/08/2023 às 20:04
Silvinei Vasques foi preso nesta quarta-feira (9) Foto: Carolina Antunes/PR


A prisão do ex-diretor geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques, suspeito de usar a corporação “para interferir no andamento do 2º turno das eleições presidenciais", mostrou que a CPMI do 8 de Janeiro tem muita espuma e pouco conteúdo.

Vasques prestou depoimento em 20 de junho e negou “qualquer participação nesses eventos”, e disse que “ninguém deixou de votar por causa da operação”. Mas a Polícia Federal apresentou investigação minuciosa. Entre os dias 28 e 30 de outubro foram fiscalizados 2.185 ônibus no Nordeste contra 571 em toda a região Sudeste. No despacho do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, a prisão preventiva se justifica “pela possibilidade de interferência no depoimento de outros servidores da PRF ao longo das investigações”.

CENTRÃO TRAVA VOTAÇÕES À ESPERA DE REFORMA
A poderosa articulação política que tem “engolido” governo após governo atravancou votações como o Arcabouço Fiscal e empareda o Planalto antes de analisar a Lei de Diretrizes Orçamentarias, que serve de mapa para o Orçamento da União.

Nesta sexta-feira (11) o presidente Lula da Silva (PT) anunciará o que o governo está chamando de novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), com investimentos que devem chegar a R$ 1 trilhão.

“Enquanto Lula ‘cozinha o galo’ nós vamos ‘comendo pelas beiradas’, disse um líder do ajuntamento de legendas com vocação um tanto quanto fisiologista.

À CATA DE VOTOS
Iza Arruda (MDB) e Pedro Campos (PSB) largam na frente pedindo votos de internautas para o prêmio Congresso em Foco, que anualmente elege os melhores parlamentares. Mas a primeira prévia regional divulgada pelo portal aponta Túlio Gadelha (Rede Sustentabilidade) como o mais querido do Nordeste. No Senado, Humberto Costa e Teresa Leitão, ambos do PT, saíram na frente entre os 27 senadores nordestinos.

LÁGRIMAS DE UM JUIZ
Emocionado pela atuação da ministra Rosa Weber, à frente do Supremo Tribunal Federal (STF) e “a preservação do prestígio da instituição”, o ministro Dias Toffoli chorou duas vezes na despedida da atual presidente. “Vossa Excelência, ministra Rosa Weber, fez o melhor para que este tribunal não parasse, como não parou…” Novamente embargou a voz quando lembrou “as coincidências da vida. É uma grande memória do meu pai [Luiz Toffoli] eu me encontrar aqui sentado ao lado desses dois grandes magritados: Luiz Edson Fachin e Luis Roberto Barroso” Foi aplaudido enquanto enxugava as lágrimas.

O plenário elegeu nesta quarta-feira (9) Barroso para comandar o STF pelos próximos dois anos. Fachin foi escolhido vice. Analógica, Rosa Weber disse que “bem que poderia ter promovido, e não digital, uma eleição aos moldes antigos, como estávamos habituados a fazer. Mas seria um retrocesso” disse. Sua aposentadoria ocorre em outubro próximo.

FOGO AMIGO
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) abriu investigação para apurar procedimento de agentes envolvidos no vazamento de dados sobre a segurança do presidente Lula. No início de março desde ano, detalhes de viagens a Pequim e Xangai, na China; Foz do Iguaçu (PR) e Boa Vista (RR) foram vazados por correspondência eletrônica.

Segundo o portal Metropoles, três militares Márcio Alex da Silva, do Exército; e, Dione Jefferson Freire e Rogério Dias Souza, ambos da Marinha, encaminharam e-mail do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. A correspondência era recheada de dados detalhados das viagens de Lula.

MAIS BRASIL NA POLÍTICA
A fusão de duas legendas - PTB e Patriotas - que não conseguiram atingir cláusulas de barreira, está dando o que falar e foi embarrar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O Mais Brasil preencheu todos os pré-requisitos, mas um detalhe ainda não fez o novo partido conseguir o registro. A direção aceita a herança histórica do PTB, que vem lá dos anos de 1945, mas não quer nem de longe autorizar a filiação de dois deputados cassados. Roberto Jefferson - em 14 de setembro de 2005, no esquema do “mensalão” do PT - e Eduardo Cunha. Ele mentiu na CPI da Petrobras quando disse que não tinha contas no exterior. Cunha perdeu o mandato em 13 de setembro de de 2016. A nova legenda terá quatro deputados federais e vai receber o número 25, que no passado foi do PFL. E que herança!

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