Os bastidores da política nacional, com Romoaldo de Souza

Política em Brasília

Por Romoaldo de Souza
Romoaldo de Souza

Luciano Bivar perde o comando do União Brasil. Partido pode se fortalecer nos estados

Enquanto o presidente Lula sonha em ser o líder do "sul global", no Brasil o mosquito da dengue faz a festa

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Romoaldo de Souza

Publicado em 29/02/2024 às 18:45
Antônio Rueda, que assume o União Brasil - Reprodução

MOSQUITO GLOBAL
Enquanto o presidente Lula da Silva (PT) esperneia, planta bananeira, sobe ao picadeiro em busca de um prêmio Nobel da Paz para chamar de seu, enquanto Lula “pinta os canecos” para liderar um imaginário levante para salvar o “sul global” da bancarrota política e econômica, o país ultrapassa 1 milhão de registro de pessoas infectadas pelo mosquito da dengue.

Os números, incontestáveis do Ministério da Saúde indicam que 214 brasileiros morreram infectados pelo “Aedes aegypt”. Outros 687 óbitos estão tendo as causas investigadas. é mais fácil “salvar” o hemisfério sul do que evitar a doença da dengue.

RUEDA, A UNIÃO
Típica de uma “dorama”- novelas melodramáticas asiáticas - a convenção nacional do União Brasil, encerrada nesta quinta-feira (29), elegeu o advogado Antonio Rueda para comandar o partido a partir de junho, substituindo o deputado Luciano Bivar (PE), que chamou de “estapafúrdia” a mobilização de Rueda.

“Essa convenção não existe. É estapafúrdio fazer isso. Qualquer coisa que estejam fazendo [com o partido] é clandestino”, disse Bivar.

O deputado tinha feito a convocação e depois cancelou a convenção de ontem, mas acabou sendo voto vencido por decisão da Comissão Executiva Nacional. Não se assuste se Bivar conseguir reverter o quadro. Ele vai apelar à Justiça.

SEM RESSOCIALIZAÇÃO
Nessa toada para ouvir o maior número possível de deputados e deputadas da bancada de Pernambuco sobre como votam no projeto de lei que acaba com a saidinha de presos em datas especiais a coluna conversou com o deputado Fernando Filho (União Brasil).

“Talvez este seja um dos temas mais controversos. De um lado as estatísticas que apontam que pelo menos 5% dos presidiários que foram beneficiados com a saidinha e não voltaram. Há, também, o argumento da ressocialização desse preso”, afirmou. Fernando Filho disse que está propenso a votar contra a saidinha, “mas estou aberto a ouvir argumentos diferentes. Meu voto [a princípio] é acabar com o benefício”, resumiu.

BLINDAR PARLAMENTAR É ‘IMORAL’
Apadrinhada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), a PEC da Blindagem - que “protege” parlamentares que estejam sendo investigados, está sendo rechaçada por políticos como o senador Humberto Costa (PT-PE). “É uma vergonha sem tamanho”, segundo o petista.

A ideia ganhou força depois que dois deputados - Alexandre Ramagem e Carlos Jordy - ambos do PL do Rio de Janeiro - foram alvos de operações da Polícia Federal cumprindo mandados de busca e apreensão. “Essa PEC é imoral e só tem espaço entre aqueles [parlamentares] que temem a Polícia Federal e a Justiça”, disse Humberto Costa.

NÁRNIA DO FIM DO MUNDO
As crônicas do escritor irlandês Clive Staples Lewis (1898-1963) foram parar em um voto do ministro Raul Araújo, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

"O [Fábio] Piperno vive no mundo da Lua. Este mundo de Nárnia, onde o Alexandre de Moraes é o defensor da democracia" — afirmou o relator Raul Araújo, enquanto lia a transcrição do processo.

O ministro Alexandre de Moraes interrompeu o colega relator e disse “Gostaria só de lembrar que em Nárnia não há democracia, porque Aslan, que é o leão, que é o rei. Só para recordar ao agressor”, disse o presidente do TSE.

PENSE NISSO!
Enquanto flerta com a bancada evangélica no Congresso Nacional, o governo do presidente Lula dá meia-volta em um dos mais importantes temas de saúde pública, o aborto.

O Ministério da Saúde divulgou um documento tratando da autorização para interromper a gravidez em qualquer tempo da gestação.

Quando o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, começou a receber ameaças de parlamentares evangélicos, dizendo que iriam derrubar o documento, Padilha - que cuida da articulação do Executivo com o Congresso Nacional - orientou tirar o documento do ar.

Hoje, a gravidez pode ser interrompida em três casos: risco de morte da mãe, feto anencéfalo e estupro.

A coluna Política em Brasília apurou que a ministra da Saúde, Nísia Trindade, determinou imediata remoção da norma recém publicada, enquanto aguarda “passar por todas as esferas necessárias” do ministério.

Enquanto isso, o que poderia ser uma política pública encontra-se à mercê dos arranjos políticos de Brasília.

Pense nisso!

 

 

 

 

 

 

 

 

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