Os bastidores da política nacional, com Romoaldo de Souza

Política em Brasília

Por Romoaldo de Souza
Romoaldo de Souza

Moraes derrubou perfis, após recomendação de assessores

Lula vai se encontrar com Lira e Rodrigo Pacheco para estancar a crise

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Romoaldo de Souza

Publicado em 19/04/2024 às 19:20
Com decisões que obrigaram o bloqueio de perfis da extrema-direita', Moraes virou alvo de Musk, dono do 'X' - EVARISTO SA / AFP

TEM CHEIRO DE CENSURA
Na linguagem popular, se “mia como um gato, tem bigode de gato, tem rabo de gato, tem orelha de gato, mas não é gato”, logo, “só pode ser a gata”.

Para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tirar do ar uma matéria, um comentário, um post na internet, sem argumentar a decisão, tem sido um ato corriqueiro. Escudado na AEED (Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação), o TSE precisa passar por um “freio de arrumação”, antes que o “gato da democracia suba no telhado”.

MAU EXEMPLO
O episódio medonho do ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), afrouxando o cadeado da tornozeleira eletrônica do bicheiro Rogério Andrade, surpreende qualquer pessoa que analise esse ativismo do judiciário.

Mas também, não é, uma Corte constitucional que “perde tempo” com assuntos afeitos à execução penal, faz tempo que se diverte no varejo.

‘OS RICOS E OS POBRES’
O professor Marcelo Medeiros vai direto ao assunto, sem muita tergiversação. “Não existe uma desigualdade de renda, e sim várias. O mais adequado é pensar no plural”. Segundo o professor visitante da Universidade de Colúmbia, em Nova Iorque (EUA), é preciso analisar as “desigualdades entre famílias, entre indivíduos, entre trabalhadores.”

Os ricos e os pobres, da Companhia das Letras, é a dica da coluna para este fim de semana. Tomara que os formuladores de políticas públicas de distribuição de renda se interessem por essas 176 páginas, sucintas e objetivas. Boa leitura!

ONDE ESSA GENTE ESTÁ?
Dentro de uma caixa? Com certeza, mas não precisa ser tão amuado, só para usar uma palavra mais moderada. O Ministério de Relações Exteriores voltou a afirmar que acompanha “com grave preocupação” a tensão entre Irã e Israel.

“O Brasil apela a todas as partes envolvidas que exerçam máxima contenção e conclama a comunidade internacional a mobilizar esforços no sentido de evitar uma escalada”, diz a nota do Itamaraty”.

NÃO ERA PARA TANTO
O presidente, Lula da Silva (PT), voltou com gosto de gás da Colômbia. Mandou suspender folga de ministros, convocou reunião do “núcleo duro” político para, no final, mandar o líder do governo, José Guimarães (PT-CE), “abrir um diálogo” com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). “Não tem crise”, disse Guimarães. Eu conto ou vocês contam que a crise existe e está entre o Planalto e o gabinete de Lira?

‘PARABOLICAMARÁ’
“Antes mundo era pequeno
Porque terra era grande
Hoje mundo é muito grande
Porque terra é pequena
Do tamanho da antena parabolicamará.”

Gilberto Gil definiu bem a mistura da antena parabólica com camará - forma carinhosa de tratamento dos jogadores de capoeira.

Para a deputada Sâmia Bonfim (Psol-SP), está na hora da Anatel “tirar do ar” as antenas da Starlink, operadora de internet, via satélite, de propriedade do empresário Elon Musk, porque, supostamente, estariam facilitando a multiplicação dos garimpos ilegais, nas terras indígenas. “É evidente que a empresa do bilionário faz vistas grossas para a utilização do seu produto a serviço do crime”. Sendo assim, é importante, também, verificar qual é a empresa que fabrica os pneus do carros dos garimpeiros, a companhia que fornecesse combustível. E por aí vai, não é, deputada?

PENSE NISSO!
Não é por falta de ministério. Lula tem logo 39. Aliás, tem um ministério para esse assunto: Ministériodo Empreendedorismo, da Microempresa e daEmpresade Pequeno Porte. O nome é tão grande que está abreviado na parede. Não caberia tudo. Mas é só o nome.

Vem aí, a Frente Parlamentar Mista em Defesa do Empreendedorismo Rural. Impacientes com a falta de ação do governo, deputado e senadores divulgaram manifesto dizendo que é preciso “dar destaque para aqueles que produzem e colocam alimento na mesa do povo brasileiro”.

Com foco na tecnologia do campo, a frente quer mostrar que pode muito “sem muito depender das ações governamentais.”

Podia ser diferente! Era só a máquina pública criar prioridades.

Pense nisso!

 

 

 

 

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